“Ser solidário em família” é o novo desafio lançado pela Portugal com ACNUR

A nova iniciativa da Portugal com ACNUR, parceiro nacional da Agência da ONU para os Refugiados, quer envolver toda a família no apoio à população deslocada. Com materiais pensados para adultos e crianças, a organização quer consciencializar crianças, pais, avós e até mesmo professores sobre a realidade dos refugiados e formas de doar coletivamente.

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O “Famílias com ACNUR” é um conceito inovador pensado para um doador regular coletivo, lançado agora pela Portugal com ACNUR, que quer juntar toda a família na sensibilização e angariação de fundos para o trabalho da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR) junto de pessoas que foram forçadas a fugir dos seus países e das suas casas. Pensado para pais, avós ou até mesmo professores, estas “Famílias” ajudam e sensibilizam os mais novos para estas importantes temáticas.

Qualquer pessoa interessada em fazer um donativo mensal à Portugal com ACNUR pode tornar-se uma “Família com ACNUR”. A partir desse momento, terá acesso a conteúdos didáticos e educativos adaptados a crianças sobre direitos humanos, pessoas refugiadas e o trabalho do ACNUR. “Com estes materiais e atividades, os mais novos podem aprender a diferença entre uma pessoa refugiada ou deslocada internamente; a importância de direitos humanos como o “asilo”, de forma didática”, explica a Diretora Nacional, Joana Brandão.

Esta tem sido uma iniciativa muito bem recebida pelos doadores. Desde fevereiro deste ano, a Portugal com ACNUR conta com mais de 1100 doadores mensais, sendo que 43% escolheram ser “Famílias com ACNUR”. ”Os doadores têm aderido muito e ficam felizes de poder envolver os mais novos numa causa que defendem e os preocupa”, revela Joana Brandão.

De família refugiada a “Família com ACNUR”. Esta é a história da Kseniia

Kseniia e os seus dois filhos foram uma destas primeiras “Famílias com ACNUR”. Forçados a fugir da Ucrânia e da guerra chegaram a Portugal no ano passado. “Este país maravilhoso aceitou a minha família com hospitalidade e fez tudo para nos fazer sentir confortáveis nestas circunstâncias”, partilha Kseniia. Um apoio que quis retribuir assim que viu a sua vida estabilizada e teve a oportunidade de se tornar uma doadora regular da Portugal com ACNUR.

“As pessoas Ucranianas agora entendem a dor de serem forçadas a deixar as suas casas”, explica a Kseniia, acrescentando que “esta consciência faz nascer a compaixão e o entendimento de que as pessoas devem ajudar-se umas às outras”. Foi com esta motivação que se juntou às “Famílias com ACNUR”, para poder apoiar quem foge deixando tudo para trás e poder também educar os seus filhos para a importância de respeitar e ajudar o outro. “Considero necessário educar as crianças desde pequenas sobre consciência cívica e ensinar-lhes sobre a empatia”, conclui.

Portugal com ACNUR junta-se a escolas e autarquias para chegar a público mais jovem

A educação é, também para a Portugal com ACNUR, a ferramenta-chave para promover o respeito, a tolerância, a empatia e o espírito solidário entre os mais jovens. Além desta iniciativa que disponibiliza às famílias materiais adaptados a todas as idades para poderem dar a conhecer às crianças todos estes conceitos e realidades, a organização tem também estado a trabalhar com várias escolas e municípios de Norte a Sul do país nesta área, promovendo ações presenciais focadas nos temas dos direitos humanos, emergências humanitárias e nos conceitos e trabalho do ACNUR.

O objetivo é ajudar crianças e jovens a compreender melhor a realidade das pessoas apoiadas pelo ACNUR, promovendo, em simultâneo, a cidadania e a empatia para com estas populações vulneráveis. ”A cidadania global, responsável e comprometida começa-se a construir desde a infância”, defende Joana Lopes, técnica de Sensibilização e Angariação de Fundos da Portugal com ACNUR, acrescentando que “estas ações de sensibilização auxiliam os professores e educadores a abordar temas essenciais para a compreensão do mundo que nos rodeia e para que cada um seja capaz de acolher melhor quem chega, seja no recreio da escola ou nas aulas laboratoriais de uma faculdade”.

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