
A STONE IBÉRICA é a feira de referência do setor da pedra natural, em Portugal. Enquanto Presidente da ASSIMAGRA – Associação Portuguesa da Indústria dos Recursos Minerais, que impacto esta iniciativa tem vindo a ter, no setor, até ao momento?
A STONE IBÉRICA conhece agora a sua primeira edição neste novo modelo, contudo tem-se realizado um evento similar reconhecido como a principal feira do setor em Portugal. A sua realização proporciona uma oportunidade valiosa para as empresas da indústria da pedra natural, para apresentar seus produtos, serviços e inovações tecnológicas aos visitantes e potenciais clientes.
A feira permite que os participantes estabeleçam contatos comerciais, promovam suas marcas, ampliem sua rede de negócios e acompanhem as últimas tendências e desenvolvimentos do setor. Além disso, a STONE também oferece um ambiente propício para o intercâmbio de conhecimentos e experiências entre os profissionais do setor, onde se destacam todos os eventos desenvolvidos pela ASSIMAGRA no decurso da feira.
De 22 a 24 de junho de 2023, a STONE IBÉRICA regressa, assim, à EXPOSALÃO, localizada na Batalha. Que fatores promovem a realização desta feira e que expetativas tem para a edição deste ano?
A realização da STONE IBÉRICA, na Batalha, é impulsionada por diversos fatores que tornam esse local uma escolha adequada para sediar a feira.
A EXPOSALÃO está situada numa localização central e de fácil acesso, o que facilita a participação de expositores e visitantes de diferentes regiões de Portugal, oferece infraestruturas adequadas para sediar um evento deste porte, como espaços de exposição, áreas de conferências, estacionamento, serviços de apoio, entre outros. Igualmente pela sua longa tradição na organização de feiras e eventos comerciais bem-sucedidos, contribui para sua reputação e credibilidade no setor.
Quanto às expetativas para a edição deste ano da STONE IBÉRICA, são as melhores:
Esperando que a feira proporcione um ambiente propício para o estabelecimento de contatos comerciais, parcerias estratégicas e oportunidades de negócios entre os participantes.
Muitos dos expositores têm a expectativa de apresentar seus produtos e serviços ao público presente, destacando suas inovações e diferenciais competitivos.
Os visitantes esperam poder atualizar seus conhecimentos e ficar por dentro das últimas tendências, tecnologias e desenvolvimentos no setor da pedra natural.
Estou convicto que a STONE IBÉRICA vai ajudar a fortalecer a imagem do setor da pedra natural em Portugal, destacando sua importância económica, sustentabilidade e potencial de crescimento.
Sabemos que este é um setor chave para a economia nacional – e a Batalha, concretamente, representa um papel ativo neste domínio. Qual diria que é a importância desta região para a concretização da STONE IBÉRICA?
A região Centro, mais concretamente, Batalha-Porto de Mós-Alcobaça-Santarém e Ourém desempenham um papel ativo e significativo no setor da pedra natural em Portugal, o que pode contribuir para a importância da realização da STONE IBÉRICA nesta região. Alguns pontos relevantes são:
Tradição e know-how: A região Centro possui uma longa tradição na extração, transformação e comercialização de pedra natural. A existência de empresas e profissionais com um conhecimento especializado nesse setor é um fator importante para a realização da feira na região.
Concentração de empresas: A Zona Centro abriga um número significativo de empresas relacionadas ao setor da pedra natural, incluindo produtores, transformadores, distribuidores e outros prestadores de serviços. Essa concentração de empresas cria um ambiente propício para a realização de uma feira especializada, como esta, onde os participantes podem se conectar com uma ampla gama de empresas em um único local.
Potencial económico: A indústria da pedra natural desempenha um papel importante na economia da região, gerando empregos e impulsionando o desenvolvimento económico local, regional e nacional. A realização deste evento na região pode promover ainda mais esta indústria, atrair investimentos e impulsionar a economia local.
Em entrevista passada, a ASSIMAGRA afirmou que já não basta olhar para a pedra numa perspetiva meramente ornamental, mas sim trabalhar outras dimensões. Neste sentido, como se encontra o momento atual deste setor em Portugal e que transformações têm ocorrido nos últimos tempos?
O setor da pedra natural em Portugal tem passado por transformações nos últimos tempos, algumas dessas transformações e tendências observadas incluem:
Diversificação de aplicações: Além do uso tradicional da pedra natural em elementos decorativos e arquitetónicos, tem havido uma crescente procura por aplicações mais amplas e inovadoras. A pedra natural está sendo explorada em setores como design de interiores, mobiliário, arte, paisagismo e até mesmo em produtos de alta tecnologia, como revestimentos inteligentes.
Sustentabilidade e responsabilidade ambiental: O setor está cada vez mais consciente da importância da sustentabilidade e da preservação ambiental. As Empresas têm procurado práticas de extração e produção mais sustentáveis, além de oferecer materiais certificados e de origem controlada (marca StonePT). A utilização de tecnologias e processos mais eficientes e a preocupação com a gestão de resíduos também são aspetos relevantes.
Inovação tecnológica: O setor tem acompanhado os avanços tecnológicos e investido em novas tecnologias para a extração, transformação e acabamento da pedra natural. Máquinas de corte a laser, sistemas de escaneamento em 3D, máquinas automatizadas são apenas alguns exemplos de inovações que aumentaram a eficiência e a precisão nos processos de produção.
Internacionalização: As empresas do setor têm procurado ampliar sua presença em mercados internacionais. As Exportações têm aumentado de forma muito significativa, e o país tem ganho reconhecimento como um fornecedor confiável e de qualidade. Isso tem impulsionado a expansão e a competitividade das empresas nacionais, sempre alavancadas nos projetos de internacionalização que a ASSIMAGRA tem levado a cabo.
Valorização do património local: O setor tem valorizado a riqueza do património natural de Portugal, explorando e promovendo a utilização de pedras locais distintas em projetos arquitetónicos e de restauro. Isso contribui não só para a preservação da identidade cultural e histórica do país, mas também para espalhar pelo mundo essa nossa identidade.
Fazendo uma análise aos meses que já passaram de 2023, que desafios este ano tem trazido para o setor e, face aos mesmos, com que perspetiva encara o vindouro?
Flutuações na procura e incertezas económicas: A procura por produtos de pedra natural pode ser afetada por flutuações económicas e incertezas nos mercados internacionais. Alterações nas tendências de consumo e o fraco investimento em construção podem impactar a procura e os negócios no setor.
Competição global: O setor da pedra natural enfrenta uma competição acirrada de outros países produtores e exportadores. É importante para as empresas portuguesas se manterem competitivas continuar a apostar na qualidade, inovação e nos serviços associados.
Sustentabilidade e regulação ambiental: A crescente conscientização sobre a sustentabilidade e a necessidade de reduzir o impacto ambiental das atividades de extração e transformação de pedra natural pode levar a novas regulamentações e desafios no setor. As empresas devem se adaptar e adotar práticas mais sustentáveis para se manterem em conformidade. A ASSIMAGRA irá desenvolver um grande trabalho a este nível nos próximos anos, através dos projetos de descarbonização e do cálculo da pegada ecológica do Setor.
Avanços tecnológicos: A indústria está em constante evolução tecnológica, com novas máquinas, ferramentas e processos. As empresas devem acompanhar esses avanços para se manterem atualizadas, investindo em tecnologia e capacitação da força de trabalho, a par da digitalização que é um processo obrigatório para todos.
É importante que o setor da pedra natural se adapte aos desafios mencionados, buscando oportunidades de diversificação, inovação e internacionalização. A adoção de práticas sustentáveis, o investimento em pesquisa e desenvolvimento, o fortalecimento da colaboração entre empresas e a promoção da marca Portugal (Stone by Portugal) como um fornecedor de pedra natural de qualidade podem contribuir para o crescimento e sucesso contínuo do setor.
A ASSIMAGRA é uma entidade de referência nacional e internacional. Assim, de que forma irá continuar a dinamizar e valorizar a indústria portuguesa de recursos minerais?
Continuando a representar e a defender os interesses do setor junto das diversas entidades com quem se relaciona ou tem o dever de se relacionar. Temos múltiplos desafios pela frente como sejam uma nova legislação para o Setor e uma nova convenção coletiva de trabalho que finalmente terminou o seu processo negocial ao fim de 16 anos, e que agora passará à fase de implementação. Vamos entrar numa nova geração de Planos de Ordenamento, onde o desafio da compatibilidade dos instrumentos de ordenamento do território com o setor é gigantesco. Estamos a dinamizar um trabalho muito abrangente rumo à valorização da nossa indústria.
Promoção e visibilidade do Setor: A ASSIMAGRA têm desenvolvido e promovido eventos de grande relevância internacional. A nossa capacidade é reconhecida nacionalmente e internacionalmente, importa por isso continuar este bom caminho que temos construído até aqui.
Informação e formação: A ASSIMAGRA irá fortemente apostar na formação dos seus empresários, pois, para que as nossas empresas continuem no seu processo de crescimento sólido e sustentável, é imperioso que isso aconteça. Para atingir esse objetivo, está a ser desenvolvido um conjunto de conteúdos em parecia com a Nova SBE e o Instituto Superior Técnico, para que seja possível dotá-los de ferramentas atuais de gestão compatíveis com as novas exigências das empresas. Claro que a formação mais tradicional será também uma prioridade.
Cooperação e networking: A ASSIMAGRA vai continuar a pugnar fortemente pela união do Setor, promovendo a cooperação entre as empresas, facilitando o networking e a troca de conhecimentos e experiências. Vai fomentar a implementação de parcerias estratégicas e a promoção de sinergias entre elas.
Investigação e inovação: A ASSIMAGRA vai estimular a investigação e a inovação na indústria, incentivando a colaboração entre empresas, universidades e centros de pesquisa. Esta aposta vai passar pela consolidação do nosso projeto Stone Citi.
A ASSIMAGRA vai continuar a dinamizar e valorizar a indústria portuguesa de recursos minerais. Sempre em constante diálogo com as empresas, identificando suas necessidades e desafios – Acrescentando Valor – esse será sempre o nosso Lema.