Segundo dados do PORDATA, em 2001 tínhamos 2519 Mulheres formadas em Engenharia, sendo que, 20 anos depois, tínhamos já 5643. Face à sua experiência neste universo, que fatores têm vindo a contribuir para o aumento do interesse feminino pela área?
Durante anos, foi assumido que o menino brinca com carrinhos e a menina com bonecas. É aquilo a que fomos (e ainda somos) incutidos ao longo da nossa evolução.
Pouco a pouco, estamos a desmistificar o que são “profissões de homem” ou “profissões de mulher”. Estamos a normalizar que os homens também podem ser enfermeiros e as mulheres engenheiras.
Muitas vezes, as mulheres tinham essa ambição, mas durante muito tempo não acreditavam que poderiam vir a desempenhar determinadas profissões porque não se sentiam pertencentes a esse lugar. É uma questão cultural.
A boa notícia é que essa realidade está (lentamente) a mudar. Vemos um número crescente de mulheres em profissões até aqui associadas maioritariamente a homens, e a engenharia, principalmente em áreas como a engenharia mecânica e eletrotécnica, é uma delas.
Para aqui chegarmos, foi e continua a ser necessário um trabalho por parte dos governos, escolas e demais entidades com poder de influência. Mas é também pelo nosso exemplo nas diversas situações do dia a dia que temos de inspirar as futuras gerações a se tornarem quem quiserem e a afirmarem-se por mérito e vontade própria.
Somos seres humanos com capacidade evolutiva, e com sensibilidade para compreender que nascemos com diferentes aptidões e que isso não está relacionado com o facto de sermos homens ou mulheres. As mulheres lutaram pelos seus direitos, foram conquistando o seu espaço e reconhecimento e à medida que o tempo foi passando, deram e dão provas de que são tão ou mais capazes. À medida que estas questões vão sendo normalizadas, vai-se abrindo espaço para que cada vez mais de nós se “juntem” e é evidente que felizmente isso tem trazido muitas mulheres à engenharia.
Em que medida a TPF Consultores tem, devido ao seu sucesso e mérito no mercado, participado de forma ativa no empoderamento feminino na área da Engenharia?
Relativamente à minha experiência pessoal como mulher e como Projetista de Instalações de AVAC, sinto-me valorizada e sinto sobretudo que depositam diariamente confiança e reconhecimento em mim e no meu trabalho. Somos uma equipa, homens e mulheres, e recaem em nós as mesmas expetativas e responsabilidades. Temos igual mérito e valor nas atividades que desenvolvemos e isso é um fator determinante e, a meu ver, motivador.