
Ana Madeira, Diretora Operacional para a Madeira e Diretora da área Contratual e Jurídica
A Ana Madeira é Diretora Operacional para a Madeira e Diretora da área Contratual e Jurídica da CONSULGAL. Face ao reconhecimento que esta empresa perpetua no mercado, quão gratificante é, para si, contribuir para o sucesso da mesma?
Naturalmente, é sempre gratificante fazer parte de projetos de sucesso e, nessa medida, importa termos consciência do que fazemos para contribuir para esse sucesso, para que nos possamos sentir realizados e completos do ponto de vista profissional. Vivo os sucessos da CONSULGAL como meus há mais de 18 anos e sinto-me realizada por contribuir com o meu esforço para esses sucessos, o sentimento gratificante de pertença é o resultado lógico desse caminho e dessa atitude.
Sabemos que, historicamente, o universo da Engenharia é dominado por homens, embora este facto já esteja a mudar. Em que medida a CONSULGAL tem participado de forma ativa no empoderamento feminino desta área?
Confesso que não simpatizo com a expressão “empoderamento feminino”, porque temo tudo quanto advém de rótulos, quotas e artificialização de direitos. Prefiro referir a verdade que me tranquiliza diariamente na CONSULGAL, que advém do facto de saber que tenho as mesmas obrigações dos outros colegas, mulheres e homens, no contributo para as realizações da empresa, da mesma forma que tenho os mesmos direitos de ser reconhecida, e que jamais a condição de ser mulher interferiu nesse juízo. Mas a verdade é que nem sempre essa realidade é vivida noutros contextos e, por isso, a CONSULGAL tem participado ativamente em iniciativas que se pautam por assegurar a igualdade de género nos projetos em que participa, de que refiro o exemplo recente de ter assumido a liderança do comité de igualdade de género do projeto de inovação ZDMP – Zero Defects Manufacturing Platform, participado por empresas de nove países europeus ao longo de quatro anos.
Face à sua experiência neste universo, que fatores têm vindo a contribuir para o aumento do interesse feminino pela área?
A minha experiência no universo da Engenharia sempre foi marcada por dois fatores determinantes, a exigência e o exemplo. A exigência esteve presente desde sempre na minha família, na qual as opções de realização no feminino nunca se distinguiram das opções masculinas, em que a uniformidade de tratamento tinha como métrica a exigência de trabalho com determinação, dedicação, responsabilidade e compromisso. Por isso sempre foi uma possibilidade ser engenheira, desde que percebi que gostaria de passar a vida a encontrar soluções para problemas. Quanto ao segundo fator, fui realmente muito afortunada, porque ao longo da minha vida académica e profissional conheci engenheiras e engenheiros verdadeiramente inspiradores, pelo exemplo e pelos ensinamentos, que me marcaram de uma forma indelével, sem que alguma vez tenha sentido a necessidade de qualificar o género desse exemplo. Daí que não seja capaz de valorizar um qualquer possível aumento de interesse feminino pela Engenharia, porque nunca experienciei à minha volta um menor interesse, sempre entendi e vivi a Engenharia como uma comunhão de pessoas com a mesma pulsão pela resolução de problemas, que, em 34 anos de atividade profissional, nunca senti desprovida de mulheres interessadas e interessantes.
De uma forma geral, o que é que a CONSULGAL tem feito pela Engenharia?
A Engenharia é um conceito vasto que incorpora conhecimentos teóricos, realizações práticas, profissionais, setores de atividade, disciplinas de especialização, inovações e, igualmente importante, a agregação otimizada de todos estas partes, com o propósito último de formular uma solução para cada problema e a concretização de cada projeto. E, nesse sentido, a CONSULGAL tem estado presente em todas estas vertentes nos seus 40 anos de existência, com uma presença determinante nos grandes projetos de obra pública em Portugal, e com uma presença relevante em vários grandes projetos nas geografias onde tem atuado. A Região Norte da Ordem dos Engenheiros tem um lema que sintetiza muito bem este conceito, “Há Engenharia em tudo o que há”, em nome do qual me atrevo a estabelecer o paralelismo “Há CONSULGAL em tudo o que é Engenharia”.