A Dimpomar é um dos principais players mundiais no setor da Pedra Natural. Para começar, que papel a marca tem tido (principalmente) no mercado português e na sua economia?
A Dimpomar nasceu há mais de 43 anos (1980) desde logo com perfil de empresa exportadora e com foco na exportação de mármores e calcários portugueses. Hoje a marca – e o nosso dinossauro – são (re)conhecidos nos principais mercados internacionais. O mercado português – colaboradores, fornecedores, clientes, colegas e amigos – reconhece o nosso compromisso e persistência na promoção das pedras naturais nacionais, e a nossa aposta na qualidade e valorização dos materiais. Esta aposta traduz-se também num investimento firme e contínuo em equipamento, tecnologia, inovação e recursos humanos qualificados. O nosso contributo na economia portuguesa é o de uma média empresa sólida, experiente e ativa na procura da evolução – uma firma que contrata em território de baixa densidade (sede e fábrica principal em Vila Viçosa, Alentejo), investe e inova permanentemente, e exporta o que de melhor temos e fazemos em Portugal.
Na sequência dos graves impactos provocados pela pandemia da Covid-19, foi criado o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que contém, entre as suas iniciativas, as Agendas Mobilizadoras. Dentro das mesmas, a DIMPOMAR pertente à Agenda Sustainable Stone By Portugal. Com que importância encara esta participação e os seus objetivos traçados?
Encaramos a nossa participação na Agenda Sustainable Stone by Portugal (ASSP) com muita seriedade e responsabilidade. As iniciativas do PRR são de extrema importância pelo apoio e capacitação do investimento nas empresas e pelo caminho de investigação, desenvolvimento e inovação que apontam e exigem ao tecido empresarial português. A par disto, nestes projetos em geral e na ASSP em particular, é promovido (e assinado) um espírito de união setorial e coesão entre parceiros (empresas, universidades, etc.) – isto traz benefícios que vão muito além do período temporal da própria agenda. A Dimpomar está envolvida em vários subprojectos da ASSP e o nosso compromisso com estes parceiros e as iniciativas/protótipos em desenvolvimento é total.
Na Agenda lidera o Projeto Design Waste, que pretende aproveitar os resíduos ou subprodutos da Pedra, para a realização de projetos únicos. Fale-nos um pouco sobre esta iniciativa.
Não posso (ainda) dizer muito. É um projeto inovador e muito interessante, centrado na economia circular e na sustentabilidade – conceitos que ocupam lugar nas preocupações e estratégias da Dimpomar. Todos sabemos que o desperdício acontece a cada momento e a cada passo na transformação da pedra natural. Da pedreira aos blocos há desaproveitamentos, do bloco para a chapa temos perdas, da chapa ao produto acabado há desperdício. A indústria das rochas ornamentais é uma “indústria verde” que gera produtos com uma pegada de carbono muito baixa – compete-nos, contudo, ir mais além e procurar canais e soluções para a tornar uma indústria (ainda mais) sustentável. Este projeto é um exemplo dessa busca por uma maior sustentabilidade. Mas temos dado outros passos nesse mesmo sentido – recentemente, por exemplo, investimos num novo sistema completo de tratamento de águas residuais para a fábrica principal, e iniciámos a preparação de um novo plano de gestão de resíduos, para melhorarmos também nessas frentes.
Neste processo de reestruturação económica, qual irá continuar a ser o papel da DIMPOMAR e a sua estratégia a longo prazo?
A Dimpomar é feita de pessoas e em todo o mundo (mesmo no da indústria e da pedra) se procura, cada vez mais, o equilíbrio para o bem-estar dos Homens. Também a Dimpomar trabalha para um equilíbrio entre a capacidade produtiva que a maquinaria proporciona e a arte dos colaboradores da empresa, entre a indústria cada vez mais automatizada e a flexibilidade que a pedra natural e os trabalhos à medida carecem, entre o desperdício e a sustentabilidade, entre a inovação e a experiência, entre o mundo físico e o virtual, entre as responsabilidades para com os fornecedores e as expectativas dos clientes…
O desafio é grande e contínuo pelo progresso que o próprio mercado exige e pela rapidez com que hoje o vemos a acontecer, mas também pelo nosso próprio perfil – tentamos estar sempre um passo à frente!
O rosto por detrás da Dimpomar e da liderança do Projeto Design Waste é o da Margarida Sousa. Além da parte ambiental e financeira, quais são os seus grandes propósitos de gestão? O que é que significa, para si, ser Mulher e Profissional de sucesso?
A minha maneira é trabalhar com empenho. A minha sorte é adorar o que faço!