A propósito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o Setor da Pedra Natural está a desenvolver uma Agenda Verde. Para melhor entender, quais os objetivos finais desta Agenda? Certo é que, nas Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial, está incluída a Agenda Sustainable Stone by Portugal. Quais são os resultados que se esperam alcançar com a mesma?
A Agenda “Sustainable Stone by Portugal – Valorização da Pedra Natural para um futuro digital, sustentável e qualificado”, está a ser desenvolvida numa lógica de inovação de quádrupla hélice, com 52 parceiros – Empresas, Academia, Entidades Públicas e Associações, liderada pela Empresa SOLANCIS e coordenada pelo CLUSTER DOS RECURSOS MINERAIS.
Com um investimento de 55 Milhões e um incentivo de 32 milhões, a Agenda da Pedra Natural tem o objetivo de potenciar o relevante trabalho mobilizador e agregador que tem sido realizado no contexto do Setor da Pedra Natural, para a criação de uma nova geração de produtos e processos produtivos, fortemente disruptivos e inovadores, que fortaleçam a capacidade do setor para crescer com pendor internacional, contribuindo, desta forma, para o crescimento e consolidação do setor enquanto estratégico para o desenvolvimento sustentável da economia portuguesa. Note-se que este investimento é o maior jamais feito em Portugal, no Setor da Pedra Natural.
Os objetivos são:
+ 8% VALOR ACRESCENTADO
+ 5% PRODUTIVIDADE
+ 15% DE EXPORTAÇÃO PARA AS EMPRESAS DO CONSÓRCIO
1 PATENTE
+ 20% EMPREGO QUALIFICADO
– 30% DE EMISSÕES DE GASES COM EFEITO DE ESTUFA
+ 60% DA INCORPORAÇÃO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
100% NA UTILIZAÇÃO DE SUB-PRODUTOS
CRIAÇÃO DE 200 POSTOS DE TRABALHO DIRETOS
Fazendo uma análise à atualidade do país, que importância e urgência tem o desenvolvimento de projetos que permitam transformar o perfil de especialização da economia portuguesa, incentivando atividades de maior valor acrescentando e intensivas de conhecimento?
Os projetos de novos equipamentos e produtos na pedra natural são sempre importantes, até porque Portugal possui a cadeia de valor completa. Destaco algumas razões:
A economia portuguesa está historicamente muito dependente de setores como o turismo e a agricultura. Já tivemos a prova – com a pandemia – que para a estabilidade e redução das vulnerabilidades a flutuações económicos e acontecimentos mundiais, temos de diversificar a economia. O desenvolvimento do Setor da Pedra Natural é um contribuidor importante.
Estes projetos e a própria trajetória das Empresas de Pedra Natural em Portugal, vão no sentido de aumentar o valor acrescentado dos produtos e obras. A produção de produtos com alto valor estético, funcionalidade e diferenciação, está a contribuir para a rentabilidade e competitividade das Empresas e um aumento das exportações e, portanto, para o crescimento da economia.
Os projetos de desenvolvimento de novos equipamentos e produtos no Setor já decorrem desde 2004 e têm incentivado as atividades intensivas em conhecimento. Há quase 20 anos que muitos atores estão envolvidos na inovação, design e desenvolvimento de tecnologias avançadas, e por essa razão, ainda que não suficiente, temos conseguido atrair talento qualificado.
O Setor caminha para a sustentabilidade. Abordar cada vez mais, tanto na exploração, como na transformação e utilização, as práticas ecologicamente corretas. Além de termos o Setor comprometido com este objetivo, onde a operacionalização mais recente, é a realização da Agenda Verde – Sustainable Stone by Portugal, abordamos mercados onde a consciência ambiental é argumento de compra.
A Inovação tecnológica, e um objetivo desde 2004, permite a produção com menos custos, mais eficiente e com maior qualidade. Estes fatores para Portugal, são essenciais para a competitividade mundial. Por fim, o desenvolvimento regional. Portugal tem várias regiões ricas em pedra natural. Este Setor tem vindo a contribuir para o desenvolvimento destas regiões e para a criação de emprego.
Sendo a Associação Cluster Portugal Mineral Resources (ACPMR) parceira na Agenda Sustainable Stone by Portugal, que papel a mesma terá neste processo?
O nosso papel é sempre de mobilização para o trabalho colaborativo e em parceria para a Inovação. Foi este o nosso papel na construção desta Agenda, mobilizar e orientar o trabalho em consórcio. Na sua execução, estamos a dar apoio a gestão, à promoção e ainda às atividades relacionadas com o Cálculo da Pegada Ecológica e atividades de IDT. O principal objetivo do Cluster é mobilizar todos os participantes para os objetivos e resultados a atingir até 2025.
Para terminar, sabemos que a Marta Peres é Diretora Executiva da ACPMR e, por isso, um exemplo de uma pessoa, mulher e profissional de sucesso. Quais são os vértices mais importantes da sua liderança e gestão de pessoas? O que é que mais a orgulha neste caminho?
Com o tempo, tenho aprendido que os vértices mais importantes na gestão de pessoas, tanto ao nível de gestão de equipas, mas também, ao nível de gestão de consórcios é, sem dúvida, a comunicação eficaz e transparente e a empatia com o outro. Tanto a nível interno como nas relações externas, tenho constatado que estes vértices promovem um ambiente de trabalho mais produtivo e positivo.
Estou há 23 anos no Setor e a gerir projetos de inovação em Consórcio. Estou há mais de 10 anos a gerir o Cluster dos Recursos Minerais e o que me orgulha e motiva, é sem dúvida, a evolução que tenho assistido, não só ao nível das pessoas, das Empresas, do Setor, mas ao nível do processo de clusterização, que está a crescer, fruto da evolução e do trabalho que o Cluster faz todos os dias, a nível nacional e internacional.