O Grupo Psicoviana – Consultores foi edificado há quase três décadas, desenvolvendo um trabalho de enorme relevância e valia. No sentido de contextualizar o nosso leitor, de que forma o Grupo Psicoviana tem vindo a ser um parceiro essencial do tecido empresarial, com especial destaque na Saúde, Formação Profissional e Consultoria de Recursos Humanos?
A Psicoviana Consultores, Lda celebrou os seus 27 anos de existência, prestando serviços de Psicologia, quer na área da Psicologia do Trabalho, Social e das Organizações, quer da Psicologia Clínica e da Saúde.
Na área clínica acredito que o reconhecimento da qualidade do nosso trabalho, assente na seriedade, ética e socialmente responsável, tem garantido à Psicoviana uma posição de supremacia no mercado. Temos um Corpo Clínico diferenciado ao nível de subespecialidades na área da psicologia, estável e com muita experiência de trabalho.
A Formação profissional, sobretudo na área comportamental, não só pelo efeito de intervenção em escala, mas também pelo seu efeito multiplicador, tem igualmente permitido intervir socialmente na melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Contudo, poderá dizer-se que é na área da Consultoria empresarial, sobretudo ao nível das práticas de gestão de RH que poderemos encontrar um contributo mais significativo, por abranger um elevado número de pessoas ao mesmo tempo.
Fale-nos um pouco sobre os vossos programas/iniciativas no sentido de oferecer às organizações uma implementação de políticas/programas/cultura que tenha como desiderato a saúde física e mental dos colaboradores.
Temos, presentemente, um apoio direto às empresas no âmbito da Psicologia Clínica, uma vez que várias delas se assumem como o responsável pelo pagamento dos nossos serviços clínicos que posteriormente são prestados aos seus colaboradores, de forma completamente confidencial. Contudo, o cuidado da Psicologia com a saúde mental dos colaboradores não se esgota na área clínica, pelo contrário, a área da Psicologia das Organizações, onde se inserem os nossos serviços de Consultoria em RH, há muito que salvaguardam os valores de intervenção sobre as pessoas com vista ao aumento da sua Felicidade (FIB), mas em escala, promovendo uma melhoria organizacional. Ou seja, através de trabalhos de Análise do Clima Organizacional, Avaliação psicológica para Planeamento de Carreiras, Seleção e Recrutamento, Avaliação de Desempenho, Avaliação de riscos Psicossociais, Análise e descrição de função, do Business Coaching para melhorar o desempenho de equipas e da Liderança.
A APEE – Associação Portuguesa de Ética Empresarial, produziu um projeto de Norma Portuguesa relativo ao Sistema de Gestão do Bem-Estar e Felicidade Organizacional (prNP4590). Que análise faz da norma e de que forma esta é a solução para a implementação de políticas, programas e uma cultura de bem-estar e felicidade organizacional?
Considero que a existência da Norma é muito importante pelo foco que dirige ao assunto e por ser um guia de orientação para os que se preocupam a temática. Contudo, espero que não limite as intervenções a este nível nas organizações, porque cada Empresa é um caso e não deveremos deixar de implementar medidas que promovam o bem-estar dos colaboradores, só porque elas podem não se enquadrar completamente na Norma.
Sente que estes temas relacionados com a Saúde Mental e Física dos Colaboradores começa hoje a ter cada vez mais recetividade por parte dos Líderes das Empresas/Organizações?
Considero que sim, há muito mais recetividade! A Pandemia e as guerras que se seguiram abalaram definitivamente o modo como nos posicionamos face a muitos conceitos de vida e a resposta foi assumir que sofremos! Quebraram-se tabus, vimos, pela primeira vez, figuras públicas a assumirem as suas fragilidades e a estarem bem com isso! Excelente, na verdade somos todos vulneráveis…passar estas preocupações para dentro das empresas era inevitável, têm de ser finalmente assumidas!
Que lacunas ainda identifica neste setor no que concerne à sensibilização de empresários e líderes relativamente a estas questões?
Identifico, sobretudo, a falta de informação sobre as potencialidades da adoção de práticas eficazes de gestão de Recursos humanos.
A verdade é que as empresas e as organizações não conseguem, na maioria dos casos, quantificar os custos de uma má comunicação entre departamentos, ou dos custos de conflitos internos que levam a défices de funcionamento e à insatisfação de clientes; também não é habitual medirem os custos de um funcionário que não está adaptado à sua função, ou dos que estão de baixa médica o que implica à sobrecarga da equipa ou à efetivação de novas contratações; também não se medem custos da integração de um colaborador que por estar insatisfeito, acaba por sair pouco tempo depois, ou que o faz por falta de sentido de adesão aos valores e cultura da empresa. Todos estes custos são globalmente intangíveis pelo que não é fácil os gestores decidirem por práticas que impliquem uma redução custos que estavam habituados a pensar que existiam. Por outro lado, a grande pressão que está a ser feita sobre as empresas para cumprimento de todos os requisitos legais e financeiros para se manterem a laborar (muito tangíveis), também não será alheia a esta questão.
Este papel de sensibilização e prevenção no domínio das empresas também faz parte do vosso papel? De que forma perpetuam esta dinâmica?
Faz integralmente parte do nosso trabalho, em qualquer circunstância que o justifique fazemos por esclarecer a comunidade de uma forma geral e os gestores em particular para a importância destas práticas na gestão das organizações, no seu desenvolvimento e no retorno que as mesmas podem trazer à organização.
De que forma é que a Saúde Mental e Física dos Colaboradores das empresas tem impacto no sucesso das mesmas?
Diria que sem colaboradores saudáveis e felizes, não há empresas de sucesso!
A saúde mental e física interfere na motivação dos colaboradores, permite a redução do absentismo e do presenteísmo, melhora os processos de tomada de decisão, promove uma comunicação eficaz e a redução de custos a ela associados, reduz conflitos organizacionais, desperta a criatividade, permite uma melhor implementação da Mudança, isto tudo com consequências diretas na melhoria da produtividade e da solidez institucional.
A terminar, o que podemos continuar a esperar por parte do Grupo Psicoviana e quais os desafios vindouros para a marca?
Pretendemos, sobretudo, reforçar o nosso papel de Consultores junto das empresas e outras organizações, publicas e privadas, imbuídos de um espírito verdadeiramente colaborativo de fazer a diferença para a qualidade de vida das pessoas dentro do seu espaço de trabalho.
Os desafios são os de ultrapassar a falta de informação que ainda prevalece sobre a eficácia da nossa atuação e as inúmeras possibilidades que abre às organizações no sentido de as tornar mais resilientes, competentes e produtivas. Apesar de tudo, sinto que estamos no caminho certo!