
A Tereza Campos é Co-Fundadora e Diretora Geral da Empresa Estafeta Expresso, desde 2005. Tendo esta marca 18 anos de vida, como define a evolução da mesma no mercado até aos dias de hoje?
O que melhor descreve a nossa evolução, desde há 18 anos, foi o termos sido pioneiros neste tipo de serviços e a qualidade na nossa prestação, apesar dos muitos obstáculos diários. É facilmente demonstrado pela fidelização dos nossos clientes, que são todos pertencentes à categoria de Grandes Empresas. Somos também credenciados pelo INACOM – Instituto Angolano das Comunicações e pelo Ministério dos Petróleos, o que confere um maior grau de confiança aos nossos Clientes.
Certo é que, a Estafeta Expresso é uma Empresa pioneira e líder de mercado, em Luanda, especializada em Gestão de Salas de correio e entregas de correio corporativo. Para melhor entender, que fatores levaram esta atividade à liderança de mercado?
A nossa estratégia, desde o início, tem como foco o cliente e a qualidade dos nossos serviços. Para tal, esse foco tem que passar, em primeiro lugar, por uma seleção criteriosa do nosso talento interno, a formação dos nossos colaboradores, o profissionalismo e dedicação de todas as equipas desde os estafetas, área de atendimento a clientes, vendas, departamento financeiro, entre outros. Há também um know-how de muitos anos que nos torna fortes e a grande maioria dos nossos colaboradores estão connosco há muitos anos tornando-os muito experientes, quer na gestão de salas de correio, quer na distribuição. A palavra-chave é a «pro atividade», que nos leva a ter uma interação diária com os nossos clientes para resolução de qualquer anomalia que possa ocorrer ou adequação a novas necessidades.
Entre os principais targets da Empresa, sabemos que se destacam Empresas multidisciplinares angolanas, em fase de expansão e crescimento sustentado, que pretendem ver externalizados os seus serviços de entrega/recolha de correspondência. Assim, o que é que faz da Estafeta Expresso o parceiro ideal destas Empresas?
Gostaria de enfatizar que a maioria das Empresas, nossas clientes, são multinacionais. Não são só angolanas. O nosso portfólio é composto por Bancos, Petrolíferas, Telecomunicações, Seguros, Televisão, Transitários, Empresas estatais, Empresas de grande distribuição, entre outras. A parceria com a Estafeta Expresso facilita o seu dia a dia na distribuição de correio pois o trânsito caótico continua igual desde há 18 anos e foi o motivo da criação da nossa Empresa. Como, felizmente, há, também, uma grande fidelização por parte dos nossos colaboradores, ao serviço em permanência nas Empresas, já conhecem os seus meandros e as suas necessidades, o que os torna mais produtivos.
Face a este reconhecimento, sabemos, ainda, que a Empresa já foi agraciada com prémios internacionais. O que é que os mesmos significam e representam para a Estafeta Expresso?
Representam o reconhecimento de um serviço de qualidade e foram um orgulho e incentivo para a “família” Estafeta Expresso.
Sendo esta uma Empresa sediada em Luanda, Angola, que relação a mesma tem – ou poderá vir a ter – com Portugal? Vê o nosso país como um possível parceiro de e-commerce, por exemplo?
Sim! Procuramos um parceiro de distribuição de produtos com vendas online que envie as encomendas para a nossa Empresa e faremos em Luanda a distribuição ao domicílio. Seria uma alternativa aos correios estatais e às grandes multinacionais de recolhas e entregas urgentes. O valor acrescentado que podemos dar a um parceiro de negócio é imenso pelo nosso expertise local, equipas altamente treinadas e uma forte rede de contactos.
O ano de 2023 está agora a terminar e é tempo de reflexão. Quais foram os grandes desafios e oportunidades que estes últimos meses trouxeram à Estafeta Expresso?
Desde a pandemia que não foi fácil, já que muitos clientes diminuíram a necessidade dos nossos serviços, mas, felizmente, a situação tem vindo a melhorar. Um dos desafios foi, e ainda é, os recebimentos. Como o nosso serviço se baseia em colocar homens em permanência nas instalações dos clientes, de segunda a sexta-feira, todos têm um contrato e o atraso prolongado nos pagamentos dos clientes provoca-nos desafios de tesouraria. Não se pode contar com apoios bancários e as taxas de juro são altíssimas. Também os impostos e seguros são muito elevados e, com os prazos que se têm que cumprir, corre-se o risco de multas altas. As Empresas ficam com pouca margem de manobra, principalmente para mais investimentos. O maior desafio é, contudo, o aumento do combustível, motorizadas, peças de reposição (via aumento significativo das taxas de câmbio) e a falta de isenção nos aumentos de combustível para companhias que são afetadas largamente por estas flutuações como a nossa. Os clientes dificilmente aceitam ser impactados nos preços pelos aumentos e temos que ser nós a ajustar-nos a uma diminuição dos lucros com este aumento de custos constantes. A previsão financeira a médio prazo torna-se um grande desafio com esta instabilidade para todas as Empresas.
A um passo de 2024, como perspetiva este novo ano para a Empresa?
Sinceramente, não sei! Ultrapassámos vários momentos complexos nestes 18 anos, crises económicas e sociais, a pandemia, mas a situação económica em Angola continua a não estar de boa saúde e as PME’s sofrem bastante com falta de apoios, pelo que, acreditamos que o próximo ano será igualmente desafiante. O Governo devia olhar mais para Empresas da nossa dimensão e setor de atividade (prestação de serviços) e oferecer mais apoios por via de diminuição de impostos e termos uma Banca Comercial que permitisse às PMEs, principalmente as que vendem a crédito, uma menor burocracia para apoios pontuais e/ou investimento e taxas de juro e comissões mais baixas.