“Não queremos simplesmente fazer parte do grupo das maiores empresas, mas sim do grupo das melhores”

Edificada há cerca de sete anos, mais concretamente em 2016, foi este ano que a marca decidiu apostar na estratégia da internacionalização para diversos países, sendo que um deles é Moçambique, tendo como principal desiderato continuar a fornecer serviços de excelência e qualidade, mantendo sempre como pilares essenciais e estratégicos, o rigor, a transparência e a eficiência. Assim, estivemos à conversa com Tiago Martins, CEO do Grupo Transtrevo, que entrou nos quadros do Grupo como CEO e Acionista em outubro de 2023, que revelou como decorreu este ano no país, assumindo que Moçambique tem tido uma interessante recuperação económica, principalmente ao nível de indústrias extrativas, construção de infraestruturas e energia. E o que necessitam estas áreas? Acima de tudo de uma cadeia de valor e de abastecimento consolidado e eficaz que permite criar oportunidade no setor logístico, sendo aqui que a Transtrevo marca o ponto chave da diferenciação, pois está completamente preparada para apoiar as empresas nestes segmentos de mercado e em outros.

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Para começar, Enquanto CEO, como tem vindo a ser o percurso da Transtrevo no mercado de logística e como é que, a mesma, se estabeleceu como um operador logístico de destaque, especialmente considerando a sua presença em Portugal, Moçambique, Espanha, África do Sul e Angola?
A Transtrevo foi fundada em 2016 em Angola e decidiu expandir-se internacionalmente em 2023, altura que assumi a posição de CEO. O seu principal objetivo é através de uma equipa sólida fornecer serviços de qualidade nos países onde estamos presentes, com destaque para Moçambique e Angola. Além disso, a empresa expandiu a sua presença global, contando com Portugal, Espanha e África do Sul para atender clientes em qualquer parte do mundo em conformidade com as melhores práticas globais. A estratégia da Transtrevo visa consolidar a sua posição sendo um operador logístico africano que se internacionaliza e que procura uma projeção internacional robusta para garantir um atendimento eficiente e abrangente aos nossos parceiros.

Foquemo-nos em particular no mercado moçambicano. De que forma a Transtrevo avalia as atuais oportunidades de investimento e negócios em Moçambique, especialmente no setor logístico? Considera que este é um setor promissor?
O país tem testemunhado uma interessante recuperação económica, apresentando para 2024 oportunidades nas indústrias extrativas, construção de infraestruturas e energia. Estas indústrias precisam de uma cadeia de abastecimento forte e eficiente abrindo oportunidades no setor logístico, e a Transtrevo esta preparada para apoiar as empresas nestes nichos.

Na sua perspetiva, em que medida Moçambique se destaca como um país estratégico no Atlântico Médio para empresas globais e operadores logísticos como a Transtrevo? Quais diria que são os principais benefícios logísticos e estratégicos que este mercado oferece para empresas que procuram expandir a sua presença internacional?
Verificamos nos últimos dez anos investimentos nos corredores logísticos de Maputo, Beira e Nacala que tem elevado o país a uma posição privilegiada como plataforma logística para atender à África do Sul e aos países vizinhos do Hinterland. Para nós, o país é absolutamente crucial e estratégico. Queremos aqui ser um agente preferencial para ajudar o país a capitalizar todo o seu potencial geográfico como plataforma de saída e entrada para a região.

O país também tem procurado parcerias público-privadas e privatizações para impulsionar este desenvolvimento. Como é que observa a participação do setor privado nesse contexto e, a seu ver, quais são os critérios fundamentais para o sucesso de tais parcerias?
As PPPs e concessões devem ser avaliadas caso a caso. É fundamental que tais parcerias sejam orientadas não apenas pelo desenvolvimento económico, mas também pela defesa dos interesses estratégicos do país.
Dentro da nossa área de atividade e na nossa opinião, as parcerias público-privadas das concessões portuárias, têm demonstrado ser bem-sucedidas, impulsionando o desenvolvimento económico e melhorando as infraestruturas. Um bom exemplo é a atuação da MPDC ou da Cornelder, que têm possibilitado investimentos nos portos de Maputo e Beira, introduzindo as melhores práticas de mercado e impulsionando um aumento da capacidade instalada. Ano após ano, observamos um crescimento nos volumes de carga movimentados por esses portos, evidenciando o impacto positivo das PPPs nesse setor crucial.
Em Nacala e no corredor ferroviário, também podemos observar os benefícios das concessões por meio do aumento no movimento de carga, particularmente no transporte de carvão de Moatize. Este projeto ferroviário que começou com atribuição do mesmo à Vale da agora frutos com movimentação eficiente de cargas e para a expansão da capacidade logística, promovendo o desenvolvimento económico da região não só do carvão, mas também de produtos agrícolas ou fertilizantes.

Dadas as perspetivas positivas de crescimento económico avaliadas por instituições como o FMI e a Fitch Ratings, como é que a Transtrevo planeia capitalizar essas oportunidades de crescimento em Moçambique?
Já estamos em Maputo e pretendemos continuar a investir no país, aumentando a nossa capacidade instalada, com abertura de escritórios na Beira, para apoiar o desenvolvimento do corredor e em Pemba para apoiar o desenvolvimento dos projetos de Oil&Gas. à parte e sem grande pressa, vamos procurando identificar projetos específicos de investimentos que possam surgir com armazéns, plataformas logísticas ou equipamento rolante para transporte de minérios.

Por fim, considerando o cenário dinâmico dos mercados em que a Transtrevo atua, quais são as principais estratégias que a empresa planeia implementar para aproveitar as oportunidades emergentes e superar os desafios previstos em 2024? Que papel a empresa terá no contexto das mudanças económicas e logísticas que podem emergir nos próximos anos?
A nossa empresa opera com uma abordagem centrada na simplicidade e dinamismo, direcionada para o crescimento sustentável e o atendimento ao cliente. Num mercado altamente competitivo, valorizamos o fator humano e priorizamos as relações com nossos parceiros, sejam eles clientes ou fornecedores. Acreditamos que a construção de relacionamentos sólidos e mutuamente benéficos são a chave para o sucesso a longo prazo.
O nosso foco para já é consolidar nossa posição nos mercados de Moçambique e Angola, ao mesmo tempo, buscamos estabelecer presenças sólidas em Portugal, Espanha e África do Sul, para alcançar expressão global e capacidade de atender os nossos clientes em qualquer geografia.
Quanto aos futuros planos de expansão, temos interesse em estabelecer presença no Brasil e, eventualmente, em Macau. No entanto, estamos comprometidos em avançar de forma cuidada, assegurando que tenhamos os recursos e a preparação adequados antes de nos aventurarmos em novos territórios. Valorizamos a expansão responsável, evitando a pressa, em prol da solidez e sustentabilidade a longo prazo.
Num contexto caracterizado por oportunidades abundantes, mas também por instabilidade e mudanças rápidas, o nosso objetivo é manter a agilidade e flexibilidade necessárias para nos adaptarmos a um panorama em constante evolução. Não queremos simplesmente fazer parte do grupo das maiores empresas, mas sim do grupo das melhores.
Em resumo, a nossa empresa adota uma abordagem de negócios que valoriza a simplicidade, a atenção às relações humanas e o crescimento sustentável. Estamos comprometidos em solidificar a nossa presença em mercados-chave, expandir de forma estratégica e manter um foco constante na excelência, com a capacidade de nos adaptarmos rapidamente a mudanças.