A crescente implementação do Building Information Modelling (BIM) – Modelagem de Informação da Construção, em português – tem catalisado a necessidade de mudança ao nível da gestão das organizações, ativos e projetos na cadeia de valor da Arquitetura, Engenharia, Construção e Operação (AECO). Qual será a sua importância para o setor da construção e para a gestão de imóveis e como pode efetivamente ser aplicado? O BIM é um processo que começa com a criação de um modelo 2D e 3D inteligente que será usado para otimizar o projeto e a sua documentação, além de melhorar a coordenação, a simulação e a visualização de todas as etapas. O BIM pode ajudar donos de empresas e provedores de serviços a aprimorar o modo como as edificações e a infraestrutura são planejadas, projetadas, construídas e gerenciadas.
Atenta a estas questões, a Revista Pontos de Vista esteve presente no 5º Congresso ptBIM, que se realizou entre 8 a 10 de maio no Centro de Congressos do Instituto Superior Técnico, para realização de sessões plenárias, paralelas, seminários e reuniões de trabalho, onde estivemos atentos à GEOPALM-ENGINEERING CONSULTING, uma marca de referência que se identifica com os objetivos e níveis de qualidade da empresa, impulsionada por profissionais que detêm uma vasta experiência profissional bem como a capacidade de resposta necessária de responder aos desafios da Engenharia do século XXI.
Gustavo Palma, CEO da GEOPALM-ENGINEERING CONSULTING, é o nosso interlocutor e revelou-nos todos os passos da marca que lidera neste evento, abordando ainda como a empresa está preparada para dar resposta a todos os desafios que se colocam no domínio do setor do BIM.
O ptBIM 2024 é o 5º evento do setor BIM, tendo sido iniciado em 2016 e sendo realizado de dois em dois anos. O certame de 2024 ganha outra referência, até porque neste momento, em Portugal, vivemos num período de aceleração exponencial dos estados de maturidade BIM, sendo hoje, cada vez mais, uma metodologia incontornável para o presente e futuro do país.
Mas quais foram as razões que levaram a GEOPALM-ENGINEERING CONSULTING a estar presente no ptBIM24? Para Gustavo Palma, que teve uma intervenção com o tema: O papel da Geoengenharia e Geomática no BIM, a presença da marca era inquestionável, até porque o desiderato passa pelo posicionamento de mercado, “visto que a nossa área de engenharia é uma vertente integrante do setor BIM, mas não é representada por empresas de serviços, e, nesse aspeto, queremos continuar a investir a crescer no mercado e esta presença passa por demonstrar um posicionamento no mercado, até porque estamos no mesmo de uma forma consolidada e que se pretende manter e crescer a médio e longo prazo.
Não somos um projeto somente para o agora, mas para o futuro e por isso é que, ao longo do último ano e meio, temos vindo a preparar a nossa presença neste congresso, onde pretendemos também demonstrar que somos um player de referência ao nível da Geoengenharia e da Geomática”, revela o nosso entrevistado, assegurando que o balanço da presença da marca no evento foi bastante positivo. “Gerámos bastante entusiasmo por parte dos participantes que estiveram bastante ativos e interagirem connosco.
Temos que nos recordar que este é um setor bastante gráfico, visual e interativo e nós, Geopalm, também o somos, pois apresentamos tecnologias que são conhecidas, mas não são muito visíveis no setor. Mas este evento veio trazer um impacto distinto e colocou-nos num patamar de enorme visibilidade”.
A Importância de democratizar a informação
Apesar do crescimento do setor BIM em Portugal, a verdade é que o mesmo ainda vive sob uma espécie de égide de uma linguagem demasiado técnica para o cidadão comum. O CEO da Geopalm não tem dúvidas que é necessário alterar este panorama, sendo que o primeiro passo, passa por democratizar a informação, tornando a mesma acessível a todos. “Temos de estar preparados para dar uma resposta concreta sobre estas matérias às pessoas que estão fora deste setor, até porque é essencial que a sociedade em geral olhe para este setor do BIM e compreenda as valias do mesmo”, salienta, assegurando que cabe às empresas privadas esse papel, “até porque somos nós que, invariavelmente, apostam na tecnologia e que verificam se as mesmas funcionam. Temos de ser a âncora e a força motriz da sociedade, mas também das entidades públicas que, numa fase posterior, vão determinar a legislação e abordar o usufruto que permitam a presença destas inovações e para isso é essencial disseminar a informação. É, naturalmente, um caminho penoso e moroso, mas também satisfatório, até porque o objetivo final passa por simplificar a informação, porque, caso contrário, a sociedade irá perder interesse e isso não será positivo, naturalmente”.
Plataforma de Diálogo Empresas/Universidades
Se existe setor que necessita que haja um cenário de parcerias, é o setor do BIM, principalmente no que concerne a empresas do setor e aos denominados edifícios do saber, vulgo, universidades. E haverá esta ligação no nosso país? “Tem existido uma plataforma de diálogo muito positiva e recorrente e temos sido desafiados pelas universidades no aspeto de promover o desenvolvimento de projetos piloto. As empresas como a Geopalm sabem que nos cabe a nós essa responsabilidade e esforço, mas também sabemos que não o podemos fazer a solo, e as universidades são plataformas perfeitas para testar e para compreender os dados concretos para percebermos se as tecnologias e metodologias funcionam. As universidades são os laboratórios ideais para realizar esses testes à informação adquirida pelas empresas e têm maior disponibilidade de meios e operacionalização, principalmente quando comparamos com as empresas privadas, que, inúmeras vezes, não têm esse tempo, fruto do impacto da liquidez financeira que necessitam para continuar com a sua orgânica diária”.
Gustavo Palma é um conhecedor nato das valias e vantagens do BIM – Building Information Modeling e, fruto da sua experiência profissional, também de cariz internacional pelos anos que passou além-fronteiras, em especial no Reino Unido, que está na vanguarda do conhecimento e da tecnologia BIM, assegura que os portugueses e as empresas lusas “não devem nada a ninguém fruto da sua excelente formação e capacidade de conhecimentos. A verdade é que, nos últimos anos, o setor e os profissionais de BIM em Portugal assumiram a importância do mesmo e reuniram capacidades, conhecimentos e know-how de excelência, criando aquilo que se denomina por «awareness» para o setor BIM e sua relevância. “Temos de estar satisfeitos com o que foi alcançado até ao momento”, revela o nosso entrevistado, realçando, contudo, que ainda existe um longo caminho a percorrer, mas que “estamos cada vez mais perto”, até porque será obrigatória, a partir de 1 de janeiro de 2030, a apresentação dos projetos de arquitetura, previstos no RJUE, modelados digital e parametricamente de acordo com a metodologia Building Information Modelling (BIM).
O CEO da Geopalm acredita que esta decisão é fundamental, ou seja, um novo Decreto-Lei que assume definitivamente o BIM como obrigatório em Portugal a partir de 2030. “Este novo cenário é importante e todos os players deste setor, incluindo nós, estamos a prepararmo-nos e a investir fortemente para 2030, para que até lá, tenhamos procedimentos e rotinas capazes de dar resposta de um modo incontestavelmente positivo e de excelência. Faz parte do caminho que temos de fazer em prol da maturação do setor, e não vale a pena pensar que vão existir atalhos e que iremos ter saltos quantitativos sem ter de passar pelas denominadas «dores de crescimento». É um processo que deve ser realizado mediante todos os procedimentos e requisitos para o mercado se tornar mais forte e acredito que isso será uma realidade, até porque toda a comunidade compreende que estamos a fazer progressos e, mesmo sendo um crescimento invisível, a verdade é que se sente o mesmo e estamos em modo de cruzeiro no setor BIM, gerando cada vez mais interesse e atraindo mais pessoas”.
A indústria da construção civil tem um impacto significativo no meio ambiente, pois consome uma quantidade substancial de recursos naturais, gera uma quantidade significativa de resíduos e emite uma grande quantidade de poluentes. No entanto, à medida que a consciencialização ambiental aumenta e a necessidade de construir de forma sustentável se torna mais proeminente, a tecnologia BIM está a emergir como uma ferramenta fundamental para ajudar a mitigar esses impactos negativos. Essa realidade, entre Inovação e Sustentabilidade no seio do BIM é por demais evidente e Gustavo Palma tem essa perfeita consciência, até porque a Geopalm depende das inovações e tecnologias para tornar a captura de informação mais célere, precisa e realista e tem alinhado essa capacidade tecnológica com as melhores práticas ambientais. “A verdade é que a pegada de carbono do setor da construção é muito elevada e o BIM consegue simular e prever o que vai ser consumido ao nível dessa pegada para a construção civil e a indústria da AEC. Assim, temos esse compromisso bem definido, ou seja, reduzir ao máximo a possibilidade de erros construtivos que, inevitavelmente, aportarão retrocessos na construção e que aumentarão os desperdícios e isto está relacionado com a sustentabilidade, cenário ao qual a Geopalm já está devidamente concentrada”
2024 – Um ano de Crescimento para a Geopalm
2024 tem sido um ano bastante positivo para a GEOPALM-ENGINEERING CONSULTING e ainda vamos somente a meio do ano. Hoje a marca tem uma maior representatividade na capital portuguesa, em Lisboa, até porque inaugurou recentemente um novo espaço nesta cidade.
Para Gustavo Palma esta aposta passou por aumentar a capacidade de resposta e o “exponencial de potencial de crescimento da marca, que é essencial para nós. Queremos estar no cerne das decisões e, naturalmente, dando resposta a todas as solicitações, sabemos, contudo, que temos de estar no centro de decisões”, revela, realçando que outro dos grandes passos da marca, e para a qual já está a trabalhar afincadamente, passa por deter um departamento de BIM mais capacitado para dar resposta aos desafios que surgem.
“A nossa filosofia não passa por sermos projetistas de conceção, pois pretendemos ser quem entrega aos projetistas que fazem essa conceção. Para que isso seja cada vez mais uma realidade, temos de capacitar os nossos recursos humanos de conhecimentos e metodologias cada vez mais consolidadas, mais robustas e mais infalíveis”, assegura, esclarecendo que a infalibilidade não existe, mas “é importante termos a capacidade de mitigar ao máximo o desperdício de tempo e de melhorar o planeamento dos projetos e as abordagens, pois com estes dois pontos alinhados, conseguimos um fluxo melhor e maior entre as etapas da execução do projeto em BIM.
Queremos, como referi, entregar a parte da estrutura e do levantamento do existente em BIM de modo a que quem vá projetar, só tenha de realizar as alterações e não tenha que fazer mais a parte do design, da estrutura e da arquitetura.
Creio que temos todas as condições para continuarmos a ser um player de relevo neste setor em Portugal, até porque já temos uma representatividade internacional que representa cerca de 15 a 20% do nosso volume de negócios, entre o Reino Unidos, Espanha, França e recentemente os países escandinavos, que nos tem dado uma enorme experiência e capacidade de resposta, até porque temos de compreender que no contexto internacional, os timings são muito controlados, onde as janelas temporais para trabalharmos nesses projetos são muito curtas e condicionadas, o que nos obriga a ter um planeamento muito detalhado para otimizar ao máximo o tempo de execução. Isso é um desafio e quem souber responder, como nós, a esses desafios internacionais, pode considerar-se pronto a dar uma resposta cabal em Portugal”, conclui Gustavo Palma, CEO da GEOPALM-ENGINEERING CONSULTING.
TESTEMUNHOS
José Martins, Country Manager Portugal da Leica Geosystems
“Acredito que o futuro do BIM em Portugal será muito positivo”
“Esta 5ª edição do ptBIM24 foi uma enorme surpresa, até porque esgotámos o mesmo dois meses antes da sua realização, algo raro neste género de eventos. A Leica Geosystems, tem necessariamente que marcar a sua presença, até porque somos fornecedores de tecnologia para a área BIM diretamente, onde muitas sessões/apresentações integram tecnologia nossa.
A legislação portuguesa vai obrigar que em 2030, todos os projetos estejam baseados na tecnologia BIM em formato aberto e, apesar de termos vistos algumas críticas a esta data, a verdade é que acredito que temos de começar em algum ponto e começar a alinhar com os países que estão mais avançados. Não podemos escamotear a verdade, pois se muitos países estão melhor dos que nós ao nível do BIM, a verdade é que existem muitos outros que estão numa posição bem pior. Temos de acabar com a filosofia, muito portuguesa, de que somos uns «coitadinhos» e não vamos chegar ao ponto que pretendemos. Está dado o ponto de partida e temos que ficar satisfeitos com isso, até porque acredito que este seja um percurso correto e que está a ser conduzido por pessoas muito competentes e acredito que o futuro do BIM em Portugal será muito positivo”.
Bruno Caires, Co-Founder Partner – BIMMS
“A Geopalm é um parceiro de Excelência”
“Este 5º congresso ptBIM24 foi um sucesso, sendo que esta história começa em 2016 e já passaram oito anos e hoje conseguimos notar uma maior maturidade das competências técnicas, como a divulgação, a digitalização aplicada na área da engenharia, construção e mesmo ao nível da formação e manutenção. Por isso, não tenho dúvidas que temos tudo para continuar a crescer e a evoluir, até porque aqui, no ptBIM24, conseguimos comparar com as práticas internacionais e percebemos que a indústria portuguesa começa a dar grandes passos no que concerne ao BIM.
A Geopalm é, para a BIMMS, um parceiro de excelência a quem temos vindo a recorrer e que sempre transmitiu confiança. A verdade é que desde sempre que lançamos desafios ambiciosos à Geopalm em toda a Europa e a todos eles a empresa respondeu afirmativamente, aportando soluções e não problemas. Trabalhar com a Geopalm é como trabalhar com a nossa própria equipa e sabemos que podemos confiar no seu nível de excelência e compromisso”.
António Aguiar da Costa, Presidente da Comissão Organizadora do ptBIM24
“A Geopalm é fundamental no levantamento do existente”
“Este congresso já vai na 5ª edição e começou com o surgimento do paradigma digital da Metodologia BIM, que ainda não está completamente amadurecida no seio da indústria, mas que para lá caminha a todo o vapor. O que é interessante é que temos vindo a verificar uma maior maturidade inequívoca da indústria em termos do pensamento digital, da implementação digital e da perspetiva da gestão da informação cada vez mais valiosa e aqui temos de falar da Geopalm, que é um dos parceiros de excelência.
Com a marca liderada por Gustavo Palma, percebemos que existe um enorme desafio no levantamento do existente. É que se a construção nova é interessante, e mais fácil de resolver através da tecnologia BIM, o mais complicado é a envolvente, ou seja, a construção já existente. Esse levantamento digital do existente é que vai contribuir para a verdadeira duplicação de uma réplica existente e que que é difícil, e é aqui que entra e se enquadra a excelência da Geopalm, que é essencial no setor BIM”.
José Carlos Lino, Presidente da BuildingSMART Portugal
“Fazemos coisas excecionais no domínio do BIM”
“O ptBIM24 é a prova evidente de que o BIM e a maturidade em BIM tem aumentado imenso em Portugal. Quem assistiu ao primeiro congresso e quem esteve presente neste quinto evento, percebe as diferenças ao nível da qualidade, maturidade e consistências dos trabalhos apresentado e isso é incrível. Além disso, percebe-se que a comunidade, as empresas e o setor público estão todos alinhados à volta deste momento do BIM em Portugal. o género de apresentações demonstrou isso mesmo, ou seja, uma qualidade ímpar, excecional e de impacto mundial.
Este congresso nasceu como um evento académico puro e duro, em 2016, organizado por três universidades: Universidade do Minho, Instituto Superior Técnico em Lisboa e Universidade do Porto. Desde logo, estas três “cabeças” decidiram que deveria ser um evento itinerante para ser verdadeiramente nacional e que seria realizado de dois em dois anos para que demorasse mais tempo. Além disso, também foi tomada a decisão ao nível da submissão de artigos em que o período seria longo, para serem analisados por professores e profissionais especialistas da comissão científica e fossem incluídos numa triagem, onde os artigos seriam aprovados ou rejeitados. O impressionante é que desde a primeira edição, 70% dos artigos apresentados e submetidos não são académicos, mas de empresas que começaram a perceber a utilidade em descrever à comunidade, de uma forma colaborativa, o trabalho que estão a realizar de uma forma mais sistematizada e isso é revelador, desde o início, como as empresas querem que este setor continue a avançar. A verdade é que fazemos coisas excecionais no domínio do BIM em Portugal, e só necessitamos de uniformizar mais essa forma de trabalhar, partilhando mais essas metodologias, tecnologias e inovações. Mas acredito que esse caminho está a ser, diariamente, realizado e Portugal tem excelentes condições para se posicionar num patamar cimeiro a nível mundial no BIM”.