A Morais Cardoso & Associados – Sociedade de Advogados, RL, assume-se como uma referência no universo da Advocacia e do Direito. No sentido de partilhar com o nosso leitor, como é que têm vindo a ser realizado este périplo da marca, consigo ao leme da mesma? Qual o impacto que conseguiram alcançar através de uma atuação rigorosa, transparente e de confiança?
Não estou certo que sejamos uma referência no universo da Advocacia e do Direito, há muita e boa oferta, como sabe. Mas somo-lo para os nossos Clientes. Isso deve-se a essas três palavras: rigor, transparência e confiança. O rigor na medida em que testamos todas as soluções até ao limite; pela transparência, demonstramos ao Cliente cada passo desse caminho; e é assim que se fortalece a confiança. Atualmente, com o fácil acesso à informação e ao conhecimento, o ativo mais valioso que temos para oferecer aos nossos Clientes é exatamente a confiança na forma como utilizamos esses recursos. O Cliente sente isso, verifica-o em cada interação connosco, à medida que resolvemos os seus problemas e contribuímos ativamente para as suas conquistas.
É legítimo afirmar que grande parte do sucesso da Morais Cardoso & Associados – Sociedade de Advogados, RL, se deve ao facto de ser constituída por um conjunto de profissionais/advogados de enorme craveira e conhecimento das diferentes áreas do Direito? Em que moldes é que isso perpetua a diferença?
É legítimo afirmá-lo, com a ressalva de que não estamos satisfeitos. E isso responde à segunda parte da questão, isto é, o sucesso perpetua-se através de uma insatisfação saudável, querer sempre fazer melhor, termos a humildade de reconhecer que não sabemos tudo e que precisamos uns dos outros. Há um outro aspeto fundamental e que advém da tal humildade: reconhecer e assumir o erro, crescer com ele e, como alguém disse, fazer um bom uso do fracasso por forma a repará-lo e a evitá-lo, cada vez mais e melhor. Capacidade não nos falta.
O mundo muda a cada segundo, sendo que no campo do direito e da advocacia essa realidade naturalmente que existe, “obrigando” o Advogado(a) a estar preparado para responder a todo e qualquer desafio num período célere. Quais são os principais desafios que identifica para os profissionais da área, tendo em conta as exigências da sociedade globalizada em que vivemos?
O grande desafio está em dois vetores, a saber, a adaptabilidade e a priorização. Quanto à adaptabilidade, a Advocacia não é alheia à globalização da sociedade, isso requer um crescente domínio da legislação internacional, das regras de Compliance, das questões relacionadas com a proteção de dados. São tudo questões transversais. Há vinte anos atrás, um processualista não tinha que dominar estes temas, hoje tem. Quanto à priorização, o Advogado deve avaliar e classificar cada desafio. Deve saber delegar. Por definição, o Cliente não deve ficar sem uma resposta durante mais do que dois dias úteis.
A verdade é que a Advocacia e o Direito têm testemunhado mudanças significativas, principalmente ao nível da revolução digital e de aposta na inovação. Como tem visto os Advogados, no país, a adaptarem-se a essas mudanças? De que forma é que a Morais Cardoso & Associados – Sociedade de Advogados, RL se tem vindo a adaptar a uma vertente mais tecnológica e inovadora?
É preciso dar o tempo suficiente (que de si é curto) e oferecer formação contínua com vista a uma adaptação eficiente. Orgulhamo-nos de oferecer, a cada associado, formação nas áreas em que sentem maior necessidade. Tanto nas áreas do digital, da tecnologia, como também nos diferentes ramos de Direito, patrocinando cursos de especialização. Temos vindo a digitalizar processos e está na calha a implementação de mais um software de gestão de processos e de comunicação interna e de interface com o Cliente. Para os mais novos, abaixo dos 30 anos, a tecnologia é-lhes intrínseca, cresceram na era digital. Para um jovem de 30 anos, adaptar-se ao digital é tão intuitivo quanto foi para mim a caneta e o papel.
Quanto à inovação, em conjunto com os nossos parceiros é preciso estimular a confiança do Advogado nas suas capacidades criativas. Temo-lo feito e com bons resultados.
Na procura pela excelência, transparência e rigor na prática da Advocacia, tem sido possível continuar a aproximar-se dos clientes mesmo que num ambiente mais digital?
Sem dúvida que sim. Durante a pandemia, houve um avanço significativo nos serviços de comunicação e videoconferência. Por exemplo, o Zoom, que começou em 2013, evoluiu rapidamente durante a pandemia em termos de funcionalidades e capacidade para muitos participantes. Todos nos adaptámos a esta mudança, o que facilitou a vida de prestadores de serviços e clientes. A necessidade impulsionou esta inovação. Em maio de 2021, participei como orador numa conferência internacional sobre gestão de terras contaminadas, diretamente do meu gabinete, com mais de cem pessoas entre público e oradores, usando salas virtuais para diferentes atividades. Um ano antes, tal formato seria impensável. Contudo, na minha opinião, apesar das vantagens, o digital não substitui completamente o presencial. Complementa-o.
Além disso, um dos eixos fundamentais que tem ganho destaque é a retenção de talentos. No seu ponto de vista, em que medida, os escritórios de Advocacia têm lidado com este desafio, considerando a competitividade crescente do mercado?
Todos têm o desejo intrínseco de serem reconhecidos e de utilizarem os seus talentos em benefício dos outros. Nos escritórios de Advocacia, esta dinâmica é crucial para a retenção de talentos. É essencial não só avaliar o desempenho, mas também recompensar adequadamente o esforço e o empenho dos profissionais. Isto inclui recompensas monetárias e reconhecimento pelo seu trabalho, além de um ambiente de trabalho positivo e atenção às suas preocupações pessoais. Este equilíbrio entre a vida profissional e pessoal é fundamental. Quem eu mais estimo diz, “de que vale ao homem ganhar o mundo inteiro se se perder a si mesmo?”. Esta abordagem holística não é um detalhe, é uma componente essencial para o sucesso na retenção de talentos num mercado competitivo, mas que se quer mais humano.
Certo é, a multidisciplinaridade é cada vez mais valorizada neste Mundo moderno, com a integração de diferentes áreas de conhecimento. Assim, de que forma os Advogados têm explorado essa multidisciplinaridade para oferecer soluções mais abrangentes e eficazes aos seus clientes?
A nossa experiência profissional passou sempre por promover uma abordagem multidisciplinar dos assuntos que os Clientes nos trazem. É fundamental. O que um contabilista vê, eu posso não ver e vice-versa. O mesmo se diga em relação a outros consultores e gestores. Questão diferente desta abordagem multidisciplinar é a formalização de sociedades multidisciplinares, que no seu objeto social somem ao exercício da advocacia o exercício de outras profissões. A Lei nº 64/2023, de 20 de novembro está aí, não a podemos ignorar, mas isto envolve reenquadrar aspetos muito marcados e até mesmo definidores da advocacia em Portugal, como a independência, o sigilo profissional, o conflito de interesses e também ao nível do exercício da tutela disciplinar. Há muito de interesse público subjacente à profissão de advogado e à sua correspondente função social, nomeadamente no que diz respeito ao acesso à justiça. A proteção da (livre) concorrência não é um fim em si mesmo, é, antes, um meio para servir melhor o Cliente, o consumidor, o cidadão. Há deveres específicos que devem acompanhar sempre o advogado, esteja ele em que estrutura societária estiver (ou em prática individual). O advogado é, constitucionalmente, um elemento essencial na administração da justiça.
Quais são as suas perspetivas para o futuro do Direito em Portugal e o papel do Advogado na era da inovação e digitalização? Como perspetiva a evolução da profissão?
Assumo uma posição otimista, a inovação e a digitalização devem ser aproveitadas como ferramentas ao serviço do Advogado, disso beneficiando os seus Clientes. A assunção de algumas atividades mais rotineiras, mas em si mesmas trabalhosas, através da centralização de conteúdos vai dar ao Advogado aquilo que muitas vezes lhe falta: tempo. Tempo para pensar melhor o Direito, para inovar, para decidir e, claro, para viver. Ao mesmo tempo, o Advogado pode e deve funcionar como um fiel da balança na utilização dessas ferramentas, do ponto de vista da ética e da legalidade.