Este relatório anual, o 13.º do Reuters Institute for the Study of Journalism (RISJ) e o 10.º a incluir dados sobre Portugal, abrangeu 47 mercados de notícias em 2024, incluindo Portugal. O OberCom – Observatório da Comunicação colaborou na elaboração do questionário para Portugal e na análise final dos dados.
Os cidadãos portugueses estão entre os mais preocupados com a veracidade das informações na Internet, com 72% a expressar essa preocupação. Globalmente, 59% dos respondentes em 47 países partilham essa preocupação, um aumento de três pontos percentuais em relação a 2023.
Em Portugal, a preocupação com a desinformação aumenta com a idade, nível de escolaridade, rendimento e orientação política. O estudo também revela que a proporção de pessoas que afirmam ter encontrado informações falsas ou imprecisas aumentou tanto em nível nacional quanto global.
Quando questionados sobre a facilidade de distinguir entre informações confiáveis e não confiáveis em várias plataformas digitais, os portugueses veem o motor de busca Google de forma mais positiva e o X (antigo Twitter) como a plataforma mais difícil para essa distinção.
A confiança nas notícias em Portugal diminuiu ligeiramente, passando de 58% para 56% este ano, mas mantém-se estável entre aqueles que confiam nas notícias que consomem (58%). Desde 2015, houve uma queda de 10 pontos percentuais na confiança nas notícias em geral e de 13 pontos nas notícias consumidas.
Para 78% dos portugueses, a transparência dos media é “Muito” ou “Algo” importante para a confiança nas notícias, seguida pela representação justa das pessoas (75%) e pelos elevados padrões jornalísticos (74%).
A televisão continua a ser o principal meio de comunicação para 67% dos portugueses, com 53% a indicar como a sua principal fonte de notícias. No entanto, apenas 31% dos jovens entre 18 e 24 anos usam a televisão como principal fonte, comparado com 68% dos portugueses com mais de 65 anos. Inversamente, 58% dos jovens entre 18 e 24 anos preferem a Internet, em comparação com apenas 21% dos mais velhos.
O inquérito foi conduzido em 47 mercados, incluindo países como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Espanha, Portugal, entre outros, durante o final de janeiro e início de fevereiro.