A Escola Superior Náutica Infante D. Henrique (ENIDH), localizada em Paços de Arcos, é uma instituição singular no panorama do Ensino Superior Politécnico em Portugal. Fundada em 1924, inicialmente sob a designação de Escola Náutica, a ENIDH comemora agora o seu centésimo aniversário, marcando, assim, um século de excelência e impacto significativo tanto a nível nacional como internacional.
Um Pilar da Educação Marítima em Portugal
A ENIDH é a única instituição de Ensino Superior Politécnico no país dedicada à formação de Oficiais da Marinha Mercante e quadros superiores do setor Marítimo-Portuário. Esta exclusividade reflete-se na sua capacidade de proporcionar uma formação profundamente especializada e focada nas necessidades específicas desta área vital para a economia e segurança nacional.
Com uma missão clara de oferecer uma formação sólida e abrangente, a ENIDH proporciona aos seus alunos conhecimentos científicos e técnicos de alto nível, tanto teóricos como práticos. A formação é concebida para desenvolver a capacidade de inovação, análise crítica e adaptação às constantes mudanças tecnológicas do setor, o que garante que os graduados desta instituição estejam sempre na vanguarda da indústria Marítima, prontos para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que emergem.
Centro de Excelência e Inovação
A ENIDH não se limita apenas ao ensino – também se destaca como um centro de criação, difusão e transmissão de cultura, ciência e tecnologia. A sua atividade abrange vários domínios, incluindo a formação profissional, investigação e prestação de serviços à comunidade, tanto a nível nacional como internacional. Esta abordagem holística e integrada permite à ENIDH formar profissionais altamente qualificados e contribuir para o avanço do conhecimento e das práticas no setor Marítimo-Portuário.
A ligação estreita com a comunidade e a indústria é uma das marcas distintivas da ENIDH. Através de parcerias estratégicas e colaborações com entidades públicas e privadas, a instituição assegura que os seus programas de ensino e formação, estejam alinhados com as necessidades reais do mercado. Este compromisso com a relevância e a qualidade resulta numa elevada taxa de empregabilidade dos seus graduados, que são altamente valorizados tanto no mercado nacional como internacional.
Preparação para o Futuro
Além de formar profissionais prontos para ingressar no mercado de trabalho, a ENIDH também se dedica à atualização contínua dos conhecimentos dos profissionais ativos. A oferta de cursos de curta duração e pós-graduações complementa a formação de base e garante que os profissionais possam acompanhar as novas realidades e desafios do setor. Este foco na formação contínua é essencial num setor caracterizado pela rápida evolução tecnológica e pelas crescentes exigências de sustentabilidade e eficiência.
Certo é que, a ENIDH tem uma visão clara para o futuro, comprometida com a digitalização crescente dos navios e do negócio de shipping. Esta transformação digital exige novos requisitos de qualificação e formação – e a ENIDH está preparada para liderar esta mudança.
A instituição está, ainda, focada na sustentabilidade e na transição energética, promovendo uma economia azul que respeita o ambiente, enquanto maximiza o potencial económico dos recursos Marítimos.
100 anos de ENIDH
O centésimo aniversário da ENIDH simboliza uma caminhada que reflete paixão pelo mar, um compromisso com um ensino de excelência e uma dedicação profunda à comunidade Marítimo-Portuária. Ao comemorar este século de vida, a ENIDH não honra só o seu passado ilustre – também reafirma a sua determinação em continuar a traçar a rota Marítima rumo a um futuro de inovação e sustentabilidade.
Uma comemoração à altura do Legado
Um dos pontos altos das celebrações do centenário foi a Sessão Solene, que contou com a presença de ilustres convidados e figuras de destaque. Entre os momentos mais marcantes, destacou-se a receção a Sua Excelência o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Logo depois, o evento iniciou-se com o Hino Nacional interpretado pela Banda da Armada, que homenageou todos os que serviram na Marinha Mercante e na ENIDH desde a sua criação. Este momento solene foi seguido pelos discursos de várias personalidades de renome, nomeadamente o Presidente da ENIDH, Victor Franco Correia, a Secretária do Estado do Mar, Lídia Bulcão, o Presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Cada discurso refletiu sobre a importância histórica da ENIDH e enalteceu os seus contributos para o desenvolvimento do setor Marítimo-Portuário e para a formação de profissionais altamente qualificados.
A cerimónia incluiu ainda a inauguração de uma placa alusiva ao Centenário da ENIDH, um símbolo perpétuo do compromisso da instituição com a excelência e a formação de qualidade e a assinatura do Livro de Honra da ENIDH por parte do Presidente, o que simbolizou o reconhecimento e a valorização da instituição ao mais alto nível do Estado. A Revista Pontos de Vista teve o privilégio de estar presente nesta ocasião especial e de testemunhar, em primeira mão, a importância histórica e emocional deste centenário. Compreendemos, por isso que, não foi apenas uma celebração do passado, mas também um olhar firme e decidido para o futuro.
A ENIDH, com a sua rica história e visão futurista, continuará a navegar com determinação rumo a um vindouro promissor para a instituição e para o setor, em Portugal e no mundo.
A palavra dos Presentes
Victor Franco Correia, Presidente da Escola Superior Náutica Infante D. Henrique
“A nossa tradição Marítima é uma herança preciosa”
“O protagonismo na celebração do centenário é para todos os que, ao longo destes 100 anos, dedicaram uma parte das suas vidas à Escola Superior Náutica Infante D. Henrique, para que hoje possamos celebrar um século de excelência e dedicação ao Ensino Marítimo. Assim, devemos recordar com respeito todos aqueles que contribuíram para a construção e crescimento desta instituição ao longo do tempo. Desde aqueles que a conceberam, aos professores, funcionários, alunos, dirigentes… cada um desempenhou um papel importante na história da instituição e contribuíram para o seu prestígio e sucesso. Ao longo destes 100 anos, a Escola Náutica desempenhou um papel fundamental na formação de profissionais com qualidade reconhecida internacionalmente. A nossa tradição Marítima é uma herança preciosa e a Escola Superior Náutica Infante D. Henrique, a par de algumas outras prestigiadas instituições, é um dos guardiões dessa herança (…) A Escola Náutica soube sempre manter a sua identidade. Pessoalmente, atribuo a maior importância a este facto. Neste momento, é importante realçar o papel vital que a Escola desempenhou na formação de Marítimos, Oficiais da Marinha Mercante e quadros superiores do setor Marítimo-Portuário e áreas afins. Os graduados desta instituição têm deixado uma marca de competência em todos os cantos do mundo (…)”.
Lídia Bulcão, Secretária de Estado do Mar
“100 anos a formar gente que se aventura sem medo nas lides Marítimas é obra feita”
“100 anos de história não é coisa pouca, mesmo num país que tem no seu passado muitos séculos de vida no mar. E 100 anos a formar gente que se aventura sem medo nas lides Marítimas é obra feita, digna do Infante que outrora inspirou o nome e a ação. A mítica Escola de Sagres pode não passar de uma lenda, como hoje defendem muitos historiadores, mas a Escola Superior Náutica Infante D. Henrique é, pelo contrário, uma realidade presente seja a nível nacional como internacional. Por isso, hoje, Portugal também está de parabéns. Capitalizando o facto de, em 1924, ter sido um país suficientemente visionário para criar uma Escola pública virada para a Marinha Mercante. O desenvolvimento que o setor dos transportes Marítimos sofreu ao longo das décadas a nível global, deixou o mercado de trabalho bastante carenciado de profissionais qualificados para a Marinha Mercante. 100 anos depois, a ENIDH continua a ser a única instituição nacional de Ensino Superior dedicada à formação Marítima-Portuária, acumulando uma experiência consolidada na formação de Oficiais da Marinha Mercante e quadros superiores para o setor, com uma imersiva taxa de empregabilidade de 99%. Reconhecendo aqui que as suas diferentes áreas de formação colocam foco na qualidade, na segurança e na sustentabilidade e sublinhando a sua importância para o futuro da Economia do Mar, não pode a atual governação deixar de alavancar este potencial (…)”.
Isaltino Morais, Presidente da Câmara Municipal de Oeiras
“São 100 anos de tradição na formação de Oficiais Navais de excelência”
“São 100 anos de tradição na formação de Oficiais Navais de excelência, que ao serviço de várias marinhas, têm desbravado os oceanos do mundo e levando o nome de Portugal a um patamar de destaque no panorama Marítimo internacional. Fundada em 1924, nasceu com a missão de formar os futuros Comandantes e Oficiais da Marinha Mercante Portuguesa. Desde então, tem vindo a superar consistentemente os desafios do tempo, adaptando-se às constantes mutações do setor Marítimo-Portuário, sem nunca perder de vista a sua essência: a de formar profissionais altamente qualificados, envolvidos em valores éticos e de um profundo sentido de missão. Ao longo da sua história, a Escola Náutica Infante D. Henrique tem sido palco da formação de milhares de homens e mulheres. Muitos deles assumem atualmente cargos de liderança em empresas armadoras, em organismos estatais, em organizações internacionais, em diversas áreas da sociedade civil, contribuindo para o desenvolvimento do país e para afirmação da sua posição estratégica no contexto global. Neste dia comemorativo, não podemos também deixar de recordar com saudade e admiração todos aqueles que, ao longo dos anos, dedicaram o seu tempo, talento e paixão, a esta Escola – professores, investigadores, funcionários e alunos, foram peças fundamentais da construção da história desta instituição única a nível nacional e uma referência a nível internacional (…)”.
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República
“A Escola tem um Patrono adequado aos seus objetivos: o Infante D. Henrique”
“A Escola tem um Patrono adequado aos seus objetivos: o Infante D. Henrique, porque representa uma das correntes de pensamento e de ação em Portugal desde a nossa independência (…) a Escola Superior Náutica Infante D. Henrique é uma instituição, que é o mais difícil de ser em Portugal. Temos imensas realidades que se afirmam, mas não são instituições. As Forças Armadas são uma instituição, têm 700 anos. Mas na Academia, este feito é difícil e demora tempo. Esta Escola é uma instituição e já o era antes dos 100 anos. Agora, o que está a projetar é o futuro século e aquilo que vai desenvolver (…) termino com uma conclusão: uma instituição assim, que corresponde a uma vocação nacional, antiga, que tem uma génese muito rica, que se autonomiza quando se devia autonomizar, sabe fazer a mudança quando é preciso, que tem um espírito-corpo e que é uma instituição que está para durar, deve receber um reconhecimento do Estado Português. E qual é o reconhecimento óbvio para uma instituição como esta? Vou entregar, naturalmente, as insígnias, ao título de membro honorário da Ordem do Infante D. Henrique. Começou assim, continuou assim e será sempre assim”.