Após a crise pandémica, as taxas de desemprego juvenil voltaram a aproximar-se dos níveis pré-covid-19 em 2023, com a recuperação sendo mais evidente entre os jovens com formação superior.
Em 2023, a taxa de desemprego entre jovens de 25 a 34 anos foi de 7,4%. Para aqueles sem ensino superior, essa taxa foi de 9%, enquanto para os diplomados ficou em 5,3%, a menor do período analisado (2011-2023).
Segundo o relatório, as oportunidades de emprego são mais abundantes para candidatos com ensino superior, com um número crescente de vagas exigindo mestrado ou doutoramento.
Em relação ao prémio de empregabilidade – que mede a diferença na probabilidade de estar empregado entre indivíduos com características semelhantes – houve um aumento significativo durante a pandemia para quem possui um mestrado.
O valor do ensino superior no mercado de trabalho é também refletido nas diferenças salariais. Além de oferecer mais oportunidades, ter um diploma superior está associado a salários mais altos.
O relatório destaca ainda o ganho adicional proporcionado pela formação superior, que em relação ao ensino secundário é de cerca de 49% para a população entre 18 e 64 anos e 34% para jovens de 25 a 34 anos.
Entre 2022 e 2023, o salário real dos jovens aumentou, em média, 3,9%, sendo o aumento maior para os diplomados do ensino superior, atingindo cerca de 7%.
Apesar disso, os jovens de 25 a 34 anos continuam a ser a faixa etária com os menores salários, independentemente das qualificações. Em 2023, recebiam, em média, um salário real de 1.004 euros, 176 euros a menos em comparação com os jovens com ensino superior.
No que toca ao ensino superior, o relatório avalia a evolução da formação em Portugal e aponta um progresso em direção às metas estabelecidas pela fundação para 2040.
Observa-se uma redução na proporção de adultos sem ensino secundário completo (de 42% em 2022 para 40,6% em 2023) e um aumento na taxa de emprego dos recém-formados (de 78,4% em 2022 para 78,8% em 2023). Também houve um pequeno aumento na participação de adultos em programas de educação e formação (de 13,3% em 2022 para 13,4% em 2023).
Os adultos com ensino superior são os que mais participam em programas de educação e formação, enquanto a participação entre os menos escolarizados, com apenas o ensino básico, não ultrapassa os 5,2%.
Por outro lado, houve um leve declínio na proporção de jovens adultos com ensino superior (de 42,5% em 2022 para 40,9% em 2023), ainda refletindo o impacto da pandemia no aumento das taxas de abandono e no tempo necessário para a conclusão dos cursos.