A união entre Saúde Mental e o Feng Shui: COMO TUDO SE CONJUGA E NADA SE DISSOCIA

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Conhece Sofia Lobo Cera? Consultora Profissional e Mestre de Feng Shui, a nossa parceira de longa data tem estado em vários números até este em que nos encontramos desmistificando, elucidando e revelando as mais valias, elementos associativos e polos de ligação entre a felicidade no trabalho, o equilíbrio emocional e mental dos cidadãos nas suas casas e nos seus locais profissionais, na proximidade com a prática do Feng Shui. A poucos dias da comemoração do Dia Mundial da Saúde Mental, a Revista Pontos de Vista foi ouvir a especialista e as razões pelas quais «tudo se conjuga, nada se dissocia».

A poucos dias de se comemorar o Dia Mundial da Saúde Mental, é relevante e atual saber o porquê de tanto se falar de há uns tempos a esta parte da felicidade e bem estar nas empresas quase como uma obrigação organizacional.

A quase autointitulada de doença do Século anda de boca em boca e não é por nada que Sofia Lobo Cera, Consultora Profissional e Mestre de Feng Shui, vai ao passado e relembra factos bem frescos na memória de todos nós.

“Esta noção é muito engraçada e que começa lá atrás. Lembra-se quando, no final dos anos 90, a doença da época era a Sida?

A seguir a essa, passou a estar em voga as doenças cancerígenas e agora estamos a assistir ao boom dos problemas de saúde mental. Isto tem a ver com a temporalidade das energias.

Quando se falava na SIDA, estávamos no Período 7, que aconteceu entre 1984 a 2004, tendo tido o seu auge nos anos 90. Depois, a partir de 2004, no Período 8, foi a altura do boom das doenças cancerígenas. Em 2024, entrámos no Período 9, e dá-se o aumento dos problemas de saúde mental.

O que está por detrás disto é que a cada período está associada uma energia, que tem o seu lado positivo, o seu lado negativo e a cada uma correspondem partes e órgãos do corpo humano, entre outras associações.

Sendo o Período 9 de energia Fogo, pelo seu lado positivo, traz a fase de luz, de descoberta, de renascimento, de expansão, de brilho, de sucesso. Pelo lado negativo traz extremismos, fundamentalismos, propagações *repentinas* quer de doenças, quer de informação, estupidez, histeria, excesso de mediatismo, preocupação excessiva com a aparência, ausência de conteúdo, as pessoas sentem-se vazias por dentro (quando se apercebem!) e problemas de saúde das partes do corpo e órgãos que representam esta energia, ou seja, cérebro, coração, sistema circulatório, intestinos, entre outros, por isso o número de burnouts, de depressões e outras doenças do foro cerebral estão a aumentar, fundamenta a entrevistada.

 

Mas porque isto toca tão de perto a saúde mental das pessoas? Sofia Lobo Cera é taxativa:

“Desde que entrámos em 2024, e note-se que as energias começam a nascer mais cedo e por isso começam-se a observar o aumentar dos seus efeitos, houve uma aceleração de tudo. De repente tudo passou a ser mais urgente e para ontem. Tudo tem de ser imediato, o que leva as pessoas a um desgaste e esgotamento esmagadores.

As pessoas e as empresas ao aperceberem-se destas mudanças, começam a ficar cada vez mais preocupadas com a felicidade, o bem-estar e o equilíbrio, especialmente no local de trabalho, que é onde passam a maior parte do seu tempo. Do outro lado, temos também as empresas, que exigem uma maior capacidade de resposta e aquelas que são menos preocupadas com os seus colaboradores e que se esquecem que as empresas são feitas de pessoas, começam a ver os seus negócios em risco.

Muitos são os clientes que me procuram para estimular os negócios, mas de há uns tempos para cá, cada vez mais me procuram pelo motivo de felicidade e bem-estar no local de trabalho. Do lado das pessoas, a quantidade que me procura porque está desesperada, porque não gosta do que faz e essencialmente pelas relações entre colaboradores, onde o ambiente da empresa é pesado, é gigante e assustador”, constata Sofia Lobo Cera sobre o panorama laboral que tem encontrado por este Portugal fora.

 

Feng Shui – Equilíbrio emocional, felicidade, produtividade de braços dados entre Empresa e Colaboradores

Sofia Lobo Cera, sempre elucidativa, refere que “Nós sabemos que Portugal está com frequência um pouco atrás neste tipo de matérias e às vezes atrás do que os outros países fazem.

E nós assistimos a isso, até por exemplo no uso dos manuais digitais nas escolas, todos os países começaram mais cedo, nós só estamos a começar agora e os outros até já estão a largar e nós continuamos a insistir no erro”.

Aqui neste caso, o que é que acontece? “Felizmente, há cada vez mais empresas a preocuparem-se com o bem-estar dos seus colaboradores e a aplicar o Feng Shui nas empresas, mas ainda é uma percentagem muito pequena face ao número de empresas que existem em Portugal”, remata a entrevistada.

E, geralmente, este interesse de onde vem é o que se questiona, e a consultora rapidamente explica: “Não vem da empresa. Este interesse geralmente vem por o CEO ou quem lidera a empresa se preocupar genuinamente com o bem-estar dos colaboradores e conhecer os benefícios do Feng Shui. Empresas que são mais despertas para estes temas obviamente que têm melhores resultados, não só produtivos, mas também financeiros e de consolidação no mercado.

O que é que as empresas despertas têm estado a fazer ou o que é que se pode fazer para melhorar a saúde mental e o bem-estar dos seus colaboradores?

Eu divido as ações em dois grandes grupos, as ações ativas e as ações passivas.

Dentro das ações ativas, podem dar formação de Feng Shui às pessoas onde lhes ensino o que fazer para que elas se sintam melhor no local de trabalho ou até na vida, ou até a gerirem tudo isto para conciliar a vida pessoal com a vida profissional, ensiná-las a pensar de forma positiva, e a saberem ter equilíbrio”, justifica.

Daí que, intrinsecamente, nos deparamos com a palavra Formação. Sem isto qualquer profissional não assume, criteriosamente, o necessário para enfrentar o foco empresarial atual. E a Mestre de Feng Shui diz o mesmo: “Nós ao darmos formação às pessoas, não só ficam informadas, como sabem o que fazer, sabem o que gerir, podem implementar medidas que as vão ajudar, criam-se laços, promovendo um melhor ambiente.

E quando as empresas mostram esta preocupação com o bem-estar do colaborador, existe uma simbiose espetacular, reforça.”

Nas ações passivas (as que não envolvem diretamente o colaborador), Sofia Lobo Cera enumera várias opções que atualmente fazem parte das escolhas de quem lidera o mercado em diferentes áreas:

“Podemos aplicar o Feng Shui em toda a empresa e isso pode ir desde o layout, à organização dos escritórios, à definição de cada espaço, à forma como as pessoas circulam lá dentro, ao melhoramento dos processos, ao posiocionamento de secretárias, mobiliário, iluminação, e até das condutas de ar condicionado quando se está a fazer um espaço de raiz, à decoração do próprio espaço, o faz toda a diferença para que as pessoas se sintam melhor e os resultados da empresa sejam superiores. Podem também aplicar aquilo a que nós tecnicamente chamamos de ativações energéticas para se consolidarem e desenvolverem mais o negócio. E estas ativações, às vezes, podem ser tão simplesmente o candeeiro ou o aquecimento ou o ar-condicionado no sítio certo.

As empresas que têm implementado projetos de Feng Shui onde os espaços são mais convidativos, as pessoas adoram lá estar, sentem-se confortáveis, acolhidas, quase como se estivessem em casa, e o ambiente é ótimo, o que faz toda a diferença.

Tudo isto que mencionei aplico em muitas áreas negócio, que vão desde empresas do ramo imobiliário, de logística, multinacionais, espaços fabris, de contabilidade, de clínicas de saúde, áreas de investimento, de construção, de turismo, portanto, são vários setores de atividade em que todos eles estão a aplicar o Feng Shui, o que é extraordinário. Enquanto profissional de Feng Shui, isto ainda é uma fatia pequena, em termos de quantidade de empresas que existem no país e que já deveriam estar a aplicar o Feng Shui (idealmente comigo claro!) mas é muito positivo olharmos para há uns anos atrás e ver aqui toda uma evolução e cada vez mais temos um diferencial de áreas de negócio que se vão preocupando e aplicando o Feng Shui.”

 

Feng Shui e a necessidade de mudar mentalidades

No seu ponto de vista, Sofia Lobo Cera considera que não há desafios nenhuns para as empresas na criação de um ambiente de trabalho equilibrado e harmonioso.

Ao ponto de ser bastante frontal nas críticas: “Eu acho que esses desafios estão na mente das pessoas e nas crenças delas, porque se preocupam com o que é que os outros vão pensar! Porque são tão ignorantes, e eu tenho de dizer isto com toda a frontalidade, são tão ignorantes que o receio e o desafio delas é a sua própria mente pequenina.

Com o objetivo claro de elucidar e não ofender ninguém mas “abanar as pessoas” e dizer-lhes “vão-se informar, vão estudar”, porque a maioria dos multimilionários e das empresas multimilionárias/ grandes empresas que estão no mundo, todas elas são despertas e aplicam não só o Feng Shui, como outras áreas que estão no auge, por isso é que elas são diferentes e tão bem sucedidas. Depois há outras que vêm uma dificuldade enorme em mudar a direção de uma secretária. Não é difícil coisa nenhuma. Portanto, o que eu tenho a dizer às pessoas é que não há desafios nenhuns, não há problema nenhum em aplicar o Feng Shui. As dificuldades e os bloqueios estão na mente das pessoas.”

Além do Feng Shui, podemos apontar para práticas complementares que podem ser adotadas para melhorar o bem-estar mental no local de trabalho. Numa espécie de flash back, a nossa entrevistada não sente qualquer vergonha e remata:

“Ora, eu sou uma pessoa que já estou muito à frente, não é (risos)?

Quando eu comecei a falar de Feng Shui, nos anos 90 (quando estava no ISEL), a maioria da sociedade estava lá atrás e, portanto, eu era altamente gozada.

E agora vou introduzir outro tema que também vou fazer levantar a sobrancelha de alguns, mas daqui a uns 20 anos talvez as pessoas estejam no mesmo patamar. É muito importante nós aplicarmos outras áreas paralelas ao Feng Shui, que é a forma como as pessoas pensam, sentem e agem. São três pilares. E nós aqui estamos a trabalhar no nível do homem. Digamos que o ser humano tem três níveis. O nível do céu, o nível do homem e o nível da terra. O nível da terra é o Feng Shui, é aquilo que nós controlamos.

O nível do céu é aquilo que eu trabalho no BaZi – 4 pilares do destino – Chaves da Vida. E depois há o nível do homem que faz a ponte entre estes dois, e que tem a ver com a forma das pessoas pensarem, sentirem e agirem. E aqui há um grande trabalho a ser feito. É preciso as pessoas despertarem e para isso elas têm que ter conhecimento, têm que ler, têm que estudar.

E o tal tema, que da mesma maneira que o Feng Shui há uns anos diziam “O que é isto?” é a holococriação. Esse é outro tema espetacular que eu também estudo, obviamente. Quando nós aprendemos a trabalhar o nosso pensamento, as nossas emoções e aquilo que decretamos para a nossa vida, é avassalador no sentido de, há uma vida antes e uma vida depois.

E numa altura em que tanto se gasta no dia a dia em esforço e energia, Sofia Lobo Cera dá o mote e aponta o caminho:

“Onde é que entra o Feng Shui aqui? Quando nós trabalhamos as empresas e as casas e aplicamos o Feng Shui mudamos o padrão da energia que lá está.

As boas energias, correto? As pessoas dizem muito a expressão, «quero que este espaço tenha boas energias, sim?!» E quando nós mudamos essas energias, automaticamente as pessoas sentem necessidade de acompanhar esse padrão. Eu agora teria que alongar esta entrevista para lhe explicar como é que isto se processa. (risos)

 

A integração do Feng Shui na cultura organizacional empresarial

Os primeiros passos são tão simples como entrarem em contacto comigo e marcarmos uma consulta de Feng Shui e nessa consulta, eu vou dar todas as indicações para a empresa começar a implementar, seja desde o nível mais básico de como organizar uma secretária, até medidas que se podem implementar no espaço. Tudo isso depois é feito e é acompanhado por mim. Claro que se as pessoas não souberem minimamente o que é o Feng Shui, aconselho-as a lerem os meus livros, temos o Muda a Sua Casa, Enriqueça a Sua Vida, e temos o Casa Organizada e Vida Equilibrada.

Podem também ver a minha série Casa Organizada e Vida Equilibrada no canal oficial do YouTube, podem ver as minhas redes sociais, enfim. Podem entrar aqui neste tema e ver um bocadinho.

E os meus lives que são sempre um fascínio para todos, onde estamos centenas de pessoas, ou podem contactar-me diretamente se já souberem.”

A terminar, a Mestre de Feng Shui relata que na sua experiência a adoção de práticas de bem-estar, como o Feng Shui, pode influenciar a retenção de talentos e a satisfação dos colaboradores. Ao longo dos tempos, Portugal tem vindo a sofrer as consequências do afastamento e perda de talentos para outros países europeus, devido à insatisfação dos recursos humanos nos vários setores de atividade.

“Há três grandes alicerces, e analisando isto por todos os meus clientes que me têm passado pelas mãos ao longo destas décadas, que constituem esta insatisfação: falta de reconhecimento, a questão financeira e um mau ambiente de trabalho, e aqui o mau ambiente não é só relacional, mas também o espaço físico. E muitas vezes chego às empresas e pergunto-me como é que aquelas pessoas estão a trabalhar e penso, “como é que uma alma se vai sentir bem aqui nestas condições?” E naturalmente se as pessoas não têm vontade de estar ali, começam a ficar insatisfeitas, não produzem tão bem, se não produzem tão bem não são reconhecidas, logo também não ganham melhor e tudo isto é uma bola de neve.

Ao aplicarmos as práticas de bem-estar como o Feng Shui para alterar a realidade, automaticamente, as pessoas começam a sentir-se bem, gostam de lá estar e como gostam de lá estar, ficam, e se ficam, são produtivas e esperam que os CEOs também tenham outra mentalidade e as reconheçam.”

Agora, se pensarmos nisto a nível macro, como é que nós retemos esta massa de jovens que está a sair de Portugal para emigrar, obviamente que aqui tínhamos que aplicar um Feng Shui a uma escala nacional. E, como se sabe, Sofia Lobo Cera já o partilhou em várias entrevistas anteriores, “é o meu sonho. É as pessoas de facto ficarem despertas, não só a nível pessoal, a nível habitacional, mas também a nível empresarial, e aplicar o Feng Shui de norte a sul do país e ilhas. Porque eu acho que nós enquanto país podemos fazer uma grande diferença no mundo, já o fazemos, mas podemos fazer muito mais. E quando nós acordarmos para isto e tivermos outra forma de pensar e de estar, se calhar aí nós vamos conseguir reter mais os nossos jovens. Até podemos pegar por, se cada pessoa que ler esta entrevista se mudar-se *se se mudar* a si própria (e para isso basta ela aplicar o Feng Shui na casa dela e a forma dela pensar e de estar na vida), automaticamente vai mudar o mundo. E todos nós, se todos nós fizermos a nossa parte, nós vamos mudar. Porque Portugal e o mundo são constituídos por quê? Por pessoas. E quem são essas pessoas? Somos nós!

Nós, ao mudarmos a nós, mudamos o mundo. E, portanto, o Feng Shui pode, de facto, influenciar aqui toda esta retenção de talentos e satisfação dos colaboradores e da vida em geral” conclui.

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