Por uma melhor qualificação e diferenciação dos Recursos Humanos

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Formação e Certificação são duas ferramentas essenciais para, seja no setor empresarial ou institucional, o crescimento e mais valia no panorama de atuação de uma organização. Ora, a Revista Pontos de Vista foi conhecer mais de perto a VENDAP, empresa que atua no aluguer de máquinas, equipamentos e ferramentas, e que avançou recentemente para a criação da sua própria Academia de Formação, com garantia de qualidade da DGERT. Ana Sofia Brazão, Diretora de Cultura e Pessoas, dá o mote para este assunto nas próximas linhas!

Dando início à nossa entrevista, iremos pelo mais importante e que nos traz ao vosso encontro. A VENDAP recentemente lançou a sua própria Academia de formação, que já foi certificada pela DGERT. Qual foi o principal objetivo por trás da criação desta academia e o valor acrescentado desta certificação para a VENDAP?

O principal objetivo foi aumentar a possibilidade de formar técnicos de mecatrónica para as nossas equipas e, simultaneamente, oferecer às pessoas uma carreira com elevado nível de empregabilidade, criando uma oferta diferenciadora com a possibilidade de uma certificação reconhecida a nível nacional.

Esta certificação permitir-nos-á também diversificar a nossa oferta de formação no âmbito interno e externo, contribuindo para a qualificação dos nossos jovens e dos nossos recursos humanos.

 

Que áreas de formação são prioritárias para a VENDAP e que tipo de impacto espera que estas formações tenham nos colaboradores?

As principais áreas são as de manutenção e de segurança, no âmbito do nosso negócio. Foi neste sentido que arrancámos o projeto Academia Vendap com o curso técnico de mecatrónica, uma área que se tem revelado desafiante a nível de recrutamento, e que é fundamental na sustentabilidade do negócio.

Todavia, e de forma estratégica queremos explorar conteúdos de âmbito mais comportamental no domínio da liderança, gestão de equipas, técnicas de vendas, entre outras.

 

Existem planos para expandir a Academia a nível internacional ou colaborar com outras empresas do Grupo Kiloutou neste sentido?

Planos de expansão não temos, de momento até porque em França, a Kiloutou tem um conceito similar. Pretendemos, ainda assim, beneficiar desta diversidade internacional e colaborar com outras empresas do Grupo.

Os Formadores internos serão com certeza diferenciadores, bem como a possibilidade de haver formandos de outras nacionalidades. Tudo depende do rumo que tomarmos daqui para a frente.

 

Qual é o papel da Academia na estratégia de desenvolvimento de carreira dos colaboradores da VENDAP?

A aprendizagem sempre foi motor de crescimento em qualquer empresa. Atualmente, a necessidade de atualização, requalificação de pessoas, de explorar novos caminhos e de oferecer essa oportunidade internamente é determinante para o sucesso em qualquer setor de atividade.

Afinal, o nosso mercado é escasso em talento e trabalhadores especializados, a automatização exige, a todos os níveis, um domínio maior da tecnologia. A introdução da Inteligência Artificial e o interface das mais variadas aplicações de suporte ao negócio definem novas funções e necessidades.

E, nesse sentido, exigem que criemos caminhos, que patrocinemos formação e oportunidades de aprendizagem para os percorrer lidando com a mudança constante, que faz parte do nosso quotidiano e que não deve afetar o foco no desenvolvimento e sustentabilidade do negócio.

Quanto mais oportunidades de aprendizagem e de rotação interna dermos às nossas pessoas, mais polivalência, potencial de evolução e soluções internas temos para as posições críticas na empresa.

 

A aquisição da VENDAP pelo Grupo Kiloutou trouxe novas perspetivas para a gestão de pessoas. Quais são os principais desafios de integrar práticas de gestão de recursos humanos num ambiente internacional?

Há um desafio importante que se prende com o respeito pela autonomia local, algo que o Grupo Kiloutou tem cumprido e permitido a manutenção até porque está ainda numa fase inicial da sua internacionalização. Na realidade, é muito mais importante identificar boas práticas entre as empresas adquiridas e implementar o que possa fazer mais sentido em cada país, para que ao nível do grupo se ganhe visibilidade sobre a pool de talento, quem tem mobilidade internacional, posições críticas etc.

 

Como é que a cultura organizacional da VENDAP se adapta ou se complementa com a do Grupo Kiloutou?

As duas culturas complementam-se e em, alguns casos, sobrepõem-se devido à natureza do negócio. São culturas diretas, pragmáticas e orientadas para a solução, o que as diferencia tem a ver com o histórico de cada uma e faz parte da sua identidade local.

 

De que forma a aquisição pelo Grupo Kiloutou tem impactado as oportunidades de desenvolvimento e crescimento dos colaboradores da VENDAP?

Tem permitido uma maior exposição internacional, uma maior partilha de soluções e um pensamento conjunto sobre a estratégia de futuro do negócio do aluguer de equipamentos numa perspetiva mais europeia, em vez de simplesmente local.

 

Como está a ser promovida a partilha de conhecimento e melhores práticas entre a VENDAP e as outras empresas do Grupo Kiloutou?

Através de reuniões das várias áreas e da criação de network interno, quer ao nível do suporte ao negócio quer, nas operações ou na área comercial.

 

Com a aquisição pelo Grupo Kiloutou, a VENDAP está mais exposta a novos mercados e culturas. Como está a preparar os colaboradores para este contexto mais internacional?

Investindo na possibilidade de cursos em inglês, acolhendo estagiários de outros países do grupo e adotando uma perspetiva internacional nos nossos projetos de transformação, para que possam ser replicáveis nos outros países do grupo.

 

Têm planos para oferecer programas de mobilidade internacional dentro do Grupo Kiloutou, permitindo aos colaboradores da VENDAP trabalhar temporariamente em outras regiões?

Não lhe chamaria um plano, há de facto uma colaboração casuística sempre que há uma necessidade e que o know how está além-fronteiras, seja da nossa parte, seja da parte dos restantes países, incluindo a casa mãe, em França.

 

Olhando para o futuro, qual é a sua visão para a evolução da Academia VENDAP nos próximos 5 anos?

A minha expectativa é que se torne conceituada e atrativa no que se refere aos cursos mais técnicos, para atrair formandos que depois poderão desenvolver o seu percurso profissional na Vendap.

E, simultaneamente, que contribua para o desenvolvimento das nossas pessoas, nas mais diversas áreas, de modo a garantir capacidade de adaptação aos desafios do negócio, bem como a transformação e crescimento do mesmo.

 

Que expetativas tem em relação ao impacto da internacionalização da VENDAP na cultura e gestão de pessoas da empresa?

Poderá abrir ainda mais os horizontes, aumentar o espetro de ação e criar mais e muito diversas oportunidades de carreira.

 

Que mensagem gostaria de transmitir aos colaboradores da VENDAP relativamente a estas novas oportunidades e desafios trazidos pela internacionalização?

Estamos no bom caminho, a viagem ainda agora começou, e cada curva e desafio contribuirão para a aprendizagem que nos permitirá crescer, em conjunto, de forma sustentável, quer pessoal, quer profissionalmente.

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