“Tenho um propósito de vida que é «Faz que eu te ajudarei»”

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Num ano particularmente difícil a nível pessoal, Guida Leal de Sousa surge na primeira pessoa na Revista Pontos de Vista. Depois de muitos anos no ramo imobiliário e de crédito – quem não a reconhece como rosto principal da Decisões e Soluções?! – a empresária, líder e com formação na área das Finanças e Gestão, vai partir agora para outros objetivos de vida, iniciando a preparação de novos projetos pessoais. Vamos tentar saber o que o futuro desta Líder reserva, nas próximas linhas desta entrevista, destapando o véu ao que poderá vir daqui em diante.

 

Quem é a Guida Sousa? O que a inspira e motiva diariamente enquanto mulher e profissional? Quais são as palavras que definem a sua essência? Porque valores se norteia?

A Guida Sousa é uma mulher que acredita que o potencial humano é ilimitado e que a felicidade e o sucesso estão ao alcance de todos. Para tal é fundamental ATITUDE.

Gosto de pessoas, de conhecer os mistérios do ser humano e de contribuir para a sua evolução.

Acredito em Deus, acredito nas pessoas, e que cada um de nós, tem uma missão neste mundo. Acredito que cada ação diária do homem pode contribuir para um mundo melhor. Não é utopia, é realidade.

Tenho um propósito de vida que é “Faz que eu te ajudarei!” e tenho como principais valores a lealdade e integridade.

Iniciou a sua carreira profissional como docente de matemática, contudo ocupou até ao mês passado um cargo de direção. O que a levou a deixar a área do ensino e o que a fez apaixonar-se pelo ramo imobiliário e do crédito?

O meu percurso profissional, que já conta com 32 anos, foi de grande descoberta pessoal. Iniciei a minha vida profissional muito cedo, aos vinte e poucos anos, a lecionar a disciplina de matemática. Foi uma experiência fantástica e o meu primeiro e grande amor, aí descobri o quão importante era, para mim, ajudar os outros a descobrirem-se e que ter sucesso é simples. Basta querer!

Como a minha formação era na área das Finanças e Gestão, dediquei-me a essa atividade durante dezoito anos, onde tive grandes projetos e desafios. Foi altamente enriquecedor, em termos técnicos e pessoais.

Sempre me senti atraída pela área de desenvolvimento pessoal. Talvez por achar que o maior e melhor músculo do corpo humano é o cérebro, e o saber fazer bom uso dele é quase uma arte… E foi assim, que comecei a interessar-me pela gestão de pessoas e decidi entrar na DECISÕES E SOLUÇÕES, com funções de coordenação, a nível regional e passados quatro anos assumi funções a nível nacional.

A Guida é uma líder nata, muito reconhecida no s sectores onde trabalhou? Que qualidades e características a Guida mulher empresta à Guida profissional?

A Guida como líder é humilde, democrática e que valoriza as pessoas pelo que são e não apenas pelo que alcançam.

Gosto de influenciar positivamente as pessoas para que estas façam o que desejam e por ajudá-las a descobrirem os seus talentos e motivações. Ao longo da vida profissional, tentei sempre inspirar os colaboradores para que eles realizem as suas tarefas sabendo qual é o seu propósito e importância dentro da empresa.

A Guida mulher é exatamente a mesma que a Guida profissional. Considero que devemos trabalhar numa empresa com os mesmos valores pessoais, a mesma missão, o mesmo propósito, a mesma forma de viver e o mesmo sentimento de pertença. Só sendo autênticos inspiramos os que nos rodeiam.

É fundamental saber comandar, ouvir, orientar, influenciar, reconhecer, valorizar, incentivar e agir alinhados à nossa missão, visão e valores da empresa, sem descuidar da motivação e satisfação dos colaboradores.

É uma mulher que exerceu cargos de direção e alcançou sempre o sucesso. Como conseguiu criar um equilíbrio entre a esfera pessoal, social e profissional?

Considero que para ter sucesso, em qualquer área da vida, o fundamental é ter um propósito de vida e agir em função do mesmo.

Ser responsável pela sua própria vida e ter consciência das atitudes e pensamentos que habitam nas nossas mentes, é o primeiro passo para atingir metas e objetivos, que nos levarão ao sucesso.

Mensalmente questiono-me “Onde quero estar, especificamente, daqui a seis meses ou um ano”; “Qual o legado quero deixar neste mundo?” e “O que estou disposto a me sacrificar pelos próximos anos?”.

Refletir acerca destas três questões dá-nos a perspetiva da nossa vida “agora”, como nós desejamos que ela esteja no “futuro” e, finalmente, o que nós podemos — e precisamos — fazer para chegar lá.

Criar um equilíbrio entre as esferas pessoal, social e profissional é um desafio que muitas pessoas enfrentam, mas algumas estratégias podem ajudar nessa busca. Aqui estão algumas dicas que podem ser úteis:

Ÿ Defina Prioridades

Ÿ Estabeleça Limites

Ÿ Organize seu Tempo

Ÿ Foque na Qualidade, Não na Quantidade

Ÿ Cuide de Si Mesmo

Ÿ Comunique-se

Ÿ Revise e Ajuste Regularmente

Ÿ Desconete-se

Lembre-se sempre que o equilíbrio pode significar coisas diferentes em momentos diferentes da vida, e é importante ser flexível e adaptável ao longo do caminho.

A Liderança no Feminino centra-se na capacidade de resolução de problemas de forma criativa e inovadora, autoconfiança, espírito de iniciativa, influência e resiliência, sem esquecer o poder da comunicação. Revê-se nestas palavras e características? Quais são, ainda, os maiores desafios para a igualdade de género no mundo corporativo?

Sim revejo-me completamente. Ser “3 em 1”, mulher, mãe e profissional ajuda-me a ter outro “olhar” sobre as pessoas, os problemas e os objetivos a alcançar.

Como afirmo frequentemente, as mulheres líderes são “líderes transformacionais”, porque assumem os objetivos futuros sempre como alcançáveis (para uma mãe não existem impossíveis): planeiam cuidadosamente o caminho para os alcançar, inovam e conquistam pela confiança, não pela imposição, mas pela aliança e compreensão.

As mulheres possuem caraterísticas únicas que as levam ser muito mais líderes e muito menos chefes.

Em Portugal, nos últimos anos, as mulheres têm se destacado cada vez mais nas posições de liderança, em todas as áreas que antes eram dominadas por homens. Além disso, a presença feminina em cargos de liderança também tem sido associada a uma maior diversidade de ideias e à criação de um ambiente de trabalho mais inclusivo e colaborativo.

Considero que, atualmente, as conquistas das mulheres no mercado de trabalho são inequívocas e temos superado, com distinção, os desafios garantir uma sociedade mais igualitária. É, contudo, preciso que todos nós, independentemente do género, trabalhemos juntos para construir um mundo onde homens e mulheres tenham as mesmas oportunidades e sejam valorizados por suas competências e habilidades, sem preconceitos ou discriminações.

Este mês tomou a decisão de deixar o cargo que exerceu durante 11 anos, para se dedicar aos seus projetos pessoais. Foi um ato de grande coragem. Pode dizer-nos o que a levou a tomar essa decisão?

Esta decisão foi, sem dúvida, um momento desafiador na minha vida. O que me levou a tomar esta decisão foi uma combinação de fatores.

Em primeiro lugar, após trinta anos de trabalho e mais de 20 em posições de liderança, comecei a sentir a necessidade de descansar e de explorar novos horizontes e de me dedicar a projetos pessoais que sempre estiveram em segundo plano, nomeadamente familiares. Acredito que cada fase da vida traz oportunidades únicas, e chegou a hora de perseguir as minhas paixões e interesses que, por diversas razões, foram negligenciados.

Além disso, este ano com a partida da minha mãe e a doença do meu irmão, percebi que a vida é muito curta para não seguir o que realmente faz sentir-nos realizados. A coragem para dar esse passo veio da reflexão profunda sobre o que trazia alegria e propósito. Estar num cargo de direção exige muito compromisso e dedicação, e eu queria redirecionar essa energia para o que eu realmente amo fazer.

Por último, também considerei o impacto que essa mudança teria na minha saúde e bem-estar. Às vezes, a pressão e as responsabilidades de cargos de liderança podem ser intensas, e foi fundamental para mim priorizar o meu equilíbrio emocional e físico. Em suma, a decisão foi impulsionada pelo desejo de crescimento pessoal, busca de novos desafios e a vontade de manter uma vida mais equilibrada. Sinto que este é um novo capítulo emocionante e estou animada para o que o futuro me reserva.

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Revista Digital

Revista Pontos de Vista Edição 138

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