Portugal e a dança nas cadeiras do poder governamental fazem com que muito assiduamente as leis mudem, o que altera significativamente o Setor da Contabilidade e o trabalho dos especialistas. Nesta grande entrevista, a nossa personalidade de Capa, Daniela Esteves, CEO da Finpartner, mostra aos parceiros e clientes o trabalho diário da empresa para assumir as enormes transformações e desafios que as novas leis fiscais incidem na Classe. Prestar um serviço de proximidade e completo, mostrando um conhecimento do negócio de cada um e a adaptação tecnológica no Setor da Contabilidade, é a missão que Daniela Esteves assume na liderança da empresa. Saiba mais!
TRANSFORMAÇÕES E DESAFIOS NO SECTOR DA CONTABILIDADE
Todos os anos, novas leis fiscais e regulamentos governamentais afectam directamente o trabalho dos contabilistas. Como é que a Finpartner se mantém actualizada e apoia os seus clientes na adaptação a essas constantes mudanças legislativas e fiscais?
A mudança constante de leis fiscais, é sem dúvida um dos grandes desafios relacionados com a nossa atividade. Nesse âmbito apostamos de uma forma constante em formações técnicas dos nossos colaboradores, o que nos permite ser mais rápidos no que toca a adaptação do nosso trabalho a novas diretrizes. Também nos preocupamos muito, em que os nossos os clientes fiquem a par de medidas novas e atuais que os afetam. Nesse sentido, para além de termos reuniões periódicas com eles, que nos permitem aprofundar os temas com foco na situação específica de cada um, temos vários outros alertas que saem periodicamente, como a nossa newsletter, a nossa rubrica “sabia que”, os nossos podcasts e os alertas na nossa APP, sempre com o foco de que o cliente fique informado sobre novas e atuais medidas que se aplicam à sua atividade.
O relatório “The tax burden of typical workers in the EU 27” aponta que a carga fiscal em Portugal está entre as mais pesadas da OCDE. De que forma a Finpartner ajuda as empresas a optimizar a carga fiscal, nomeadamente no contexto do IRC?
Efetivamente a carga fiscal é elevada em Portugal, e quando nos focamos no mundo empresarial percebemos que muitas vezes esse fator aliado aos processos demasiado burocráticos, torna a vida de um empresário português bastante desafiante. A Finpartner, tem como principal objetivo prestar um serviço mais próximo e completo a todos os clientes, essa proximidade e conhecimento do negócio de cada um deles permite-nos, no que concerne à eficiência fiscal, aproveitar mecanismos que a lei prevê e que podem ser aplicados em casos específico para que possam reduzir ou mitigar o impacto fiscal em sede de IRC. Estamos a falar de benefícios que permitam uma dedução direta à coleta do imposto, e também apoios no que concerne a candidaturas no âmbito do PRR e dos fundos europeus.
A digitalização está a transformar o sector da contabilidade. Como é que a Finpartner implementa tecnologias como a automação e a inteligência artificial para melhorar a eficiência dos seus processos e serviços?
Temos vindo a fazer uma aposta estruturada na implementação de tecnologia na nossa área operacional, principalmente através de processos de robotização e automação, o que tem se revelado uma aposta segura. Este esforço tem-nos permitido evoluir bastante como empresa, traduzindo-se, nomeadamente, em ganhos significativos de eficiência na nossa operação que nos permite estar mais próximos dos nossos clientes e aportando assim um serviço com maior valor acrescentado para cada um deles. A introdução da inteligência artificial também tem sido uma prioridade para nós, e já demos início à sua implementação, um desses exemplos, é o chat que criamos no nosso site e que em breve também estará disponível na nossa APP. Por acreditarmos que a tecnologia é um aliado para o futuro do nosso sector, iremos continuar a apostar continuamente no desenvolvimento de ferramentas de automação, robotização e de inteligência artificial, que nos permitirão ser mais eficientes dando-nos assim tempo para estar mais perto dos clientes e apoiá-los no desenvolvimento dos seus negócios.
INOVAÇÃO E BENEFÍCIOS FISCAIS
A Finpartner participou no evento “Oportunidades ao Quadrado” em parceria com a Yunitconsulting. Que incentivos fiscais e de financiamento as empresas não devem deixar escapar até ao final de 2024, no âmbito do PT2030?
Existem ainda alguns incentivos a aproveitar antes do final do ano de 2024, destaco alguns deles a título de exemplo. A Dedução Fiscal para Investimentos em I&D, onde é possível que as empresas possam beneficiar de deduções fiscais importantes ao investir em pesquisa e desenvolvimento, nas áreas da inovação tecnológica e da digitalização. Os Apoios para Internacionalização, onde são atribuídos incentivos específicos para as empresas que pretendem expandir seus negócios para mercados internacionais. Os Incentivos para Sustentabilidade que visam empresas que investem em projetos sustentáveis e amigos do ambiente promovendo e dinamizando práticas de negócios mais verdes. Ou ainda os Apoios para Qualificação e Formação, estes apoios consistem na disponibilização de Fundos para programas de qualificação e formação de recursos humanos, tendo como objetivo melhorar as competências dos trabalhadores.
Quais são as estratégias mais eficazes para a redução de IRC nas empresas que a Finpartner tem implementado com sucesso? Poderia partilhar alguns casos práticos?
Medidas como a aplicação da DLRR – Dedução de Lucros Retidos e Reinvestidos, Regime extraordinário de apoio a encargos com eletricidade e gás, apoios ao investimento como o SIFIDE – Sistema de Incentivos Fiscais à I&D empresarial e o RFAI – Regime Fiscal de Apoio ao Investimento, tem sido algumas das medidas que mais temos aplicado e que tem permitido uma otimização fiscal aos nossos clientes. Também temos acompanhado algumas candidaturas a fundos europeus, nomeadamente de projetos na área do audiovisual, ou do alargamento da capacidade de produção na área industrial, que não se traduzem necessariamente em redução de imposto a pagar, mas sim em apoios ao nível de financiamento, mas que são inquestionavelmente, uma importante ajuda no desenvolvimento de novos projetos.
Além dos incentivos disponíveis em 2024, quais os avisos previstos para 2025 que as empresas devem começar a preparar?
Os incentivos previstos no Orçamento de Estado para 2025, estão direcionados para investimentos, nomeadamente os investimentos em áreas como a inovação, digitalização e sustentabilidade. É importante que as empresas que pretendam aderir a estes incentivos comecem desde já a preparar o projeto que terá de ser apresentado para a concessão destes benefícios. Para além destes incentivos, também está prevista uma redução da taxa de IRC, tanto na taxa aplicada às PME’s como na Taxa Geral, que se prevê que reduzam em 1 ponto percentual cada, o que não deixa de ser uma medida positiva para o tecido empresarial português.
SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIAL
Com a crescente exigência das empresas em cumprir normas ambientais e sociais, como a Finpartner apoia a implementação da “Corporate Sustainability Due Diligence Directive” nas suas operações e nos seus clientes?
A Finpartner tem feito um caminho, no que toca à mudança da sua forma de trabalho, nomeadamente na redução do papel e outros consumíveis utilizados na sua operação, tendo igualmente implementado práticas de reciclagem. Também no que toca à responsabilidade social temo-nos associado a iniciativas diversas ao longo do tempo e que se tornam muito enriquecedoras para nós como organização e para todos os que connosco colaboram. Contudo ainda existe um longo caminho para que consigamos responder a esta legislação europeia que entrou em vigor em 25 de julho de 2024 e que se prevê que a sua aplicação esteja completa em 26 de julho de 2029. Relativamente aos nossos clientes, sentimos que existe quem já esteja mais desperto para este tema e outros que nem tanto, pelo que será um caminho de adaptação para eles que nós como parceiro de negócios iremos acompanhar e ajudar a implementar.
A sustentabilidade tornou-se um pilar importante para as empresas modernas. De que forma a Finpartner promove práticas sustentáveis e apoia os seus clientes a integrar as questões ambientais e sociais nas suas operações?
A Finpartner reconhece a sustentabilidade como um pilar essencial para o sucesso a longo prazo, promovendo práticas sustentáveis de várias formas. Um dos nossos principais focos é a redução do uso de papel; estamos constantemente a implementar soluções digitais que não só otimizam os nossos processos internos, mas também minimizam o impacto ambiental. Acreditamos na importância da sensibilização e, por isso, ajudamos os nossos colaboradores e clientes a compreender a relevância das questões ambientais e a adotar práticas sustentáveis nas suas operações. Trabalhamos em estreita colaboração com os nossos clientes, fornecendo consultoria personalizada para integrar questões ambientais e sociais nas suas estratégias de negócio, assegurando que possam responder adequadamente aos desafios contemporâneos.
Em termos de responsabilidade social, como é que a Finpartner se envolve em iniciativas de inclusão e diversidade? Que impacto têm essas práticas na cultura organizacional?
No que diz respeito à responsabilidade social, a Finpartner compromete-se com diversas iniciativas de inclusão e diversidade. Participamos em projetos que visam promover a inclusão no mercado de trabalho, criando oportunidades e apoiando a formação profissional. A nossa política de recrutamento é orientada para a diversidade, garantindo que diferentes vozes e experiências estejam representadas na nossa equipa. Estas práticas têm um impacto significativo na nossa cultura organizacional, fomentando um ambiente de trabalho acolhedor e colaborativo, onde a empatia e o respeito mútuo são valorizados. Ao promovermos a inclusão e a diversidade, não só cumprimos a nossa responsabilidade social, mas também construímos uma cultura que reflete os nossos valores. Assim, fortalecemos o nosso posicionamento como um parceiro de negócios fiável e responsável, comprometido com um futuro mais sustentável e justo para todos.
O FUTURO DA FINPARTNER E O SECTOR CONTABILÍSTICO
Considerando as mudanças no panorama global da contabilidade e fiscalidade, quais são os principais desafios que a Finpartner antecipa para o futuro do sector?
O futuro do nosso sector apresenta vários desafios significativos, especialmente no que toca às mudanças tecnológicas e regulatórias. A adaptação tecnológica será fulcral para a nossa área. A digitalização e a automação estão a transformar a forma como prestamos o serviço, e é decisivo que os nossos profissionais se adaptem rapidamente a novas ferramentas tecnológicas, para manter a eficiência e aumentar a relevância do nosso trabalho para os nossos clientes. Outro desafio, que não é novo para o sector, mas que me parece que se irá acentuar com o passar do tempo, é a capacidade de nos adaptarmos às constantes mudanças na legislação tributária, e aconselhar os nossos clientes de forma eficaz para prevenir erros ou impactos fiscais negativos. Tornar a contabilidade “mais verde” e implementar práticas sustentáveis, é um tema que tem ganho mais relevância e com as novas diretrizes comunitárias torna-se premente abraçar novas políticas, que nos vão obrigar a olhar para o nosso negócio de uma forma diferente. O paradigma da nossa profissão está a mudar, e é importante termos capacidade de adaptação para conseguirmos continuar a crescer e ser um elemento diferenciador para os nossos clientes.
Com o avanço da transformação digital, como é que a Finpartner continuará a agregar valor aos seus clientes e a manter-se à frente das tendências tecnológicas e regulatórias?
A transformação digital é o futuro da nossa área, a aposta continua que temos feito na implementação de tecnologias que nos permitem ser mais eficientes, tal como referi anteriormente, tem-se revelado uma aposta frutífera. O que impacta naturalmente, não só na forma como prestamos o nosso serviço, mas também na atenção que damos aos nossos clientes. Esta nova era digital, está a “obrigar” a que o contabilista deixe de ser apenas o profissional que responde a obrigações fiscais, um simples escriturário que a lei obriga a que as sociedades tenham. E do meu ponto de vista essa mudança é extremamente importante, sendo a oportunidade de criarmos efetivo valor para cada um dos clientes. A tecnologia é o aliado certo para que essa mudança se concretize. Contudo, também acredito que o Estado e os organismos com quem mais nos relacionamos, como por exemplo a Segurança Social e Administração Fiscal devem igualmente fazer esse esforço de atualização e muitas vezes de simplificação de processos. O esforço de atualização digital deve ser um caminho feito “both ways”, e que se assim for se traduzirá sempre num ganho efetivo para o nosso tecido empresarial.
Para concluir, gostaria de deixar uma mensagem final aos clientes e parceiros da Finpartner, reafirmando o compromisso da empresa com a excelência, inovação e sustentabilidade?
O caminho que temos trilhado tem sido muito gratificante, e dele fazem parte os nossos colaboradores, elemento primordial da nossa organização, mas também os nossos clientes e parceiros que tem caminhado connosco e nos tem ajudado a crescer e a melhorar continuamente. A Finpartner, continuará a seguir o caminho de crescimento e aprendizagem, apostando continuamente na inovação e sustentabilidade que nos permitirá ser o parceiro de negócios que os nossos clientes necessitam, aportando valor aos seus negócios e contribuindo positivamente para o desenvolvimento e crescimento dos mesmos. Para tal, continuaremos a apostar nas nossas pessoas que são o motor da nossa empresa e nos parceiros que nos tem acompanhado neste percurso, abraçando cada desafio como uma etapa de crescimento e trabalhando continuamente para atingir um serviço de excelência.