“Para mim não existe atendimento ao cliente que não seja de excelência”

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Mónica Soares, vive um momento atual na sua carreira profissional de elevada exigência. Com quase 20 anos de experiência em Customer Relationship Management (CRM), Branding e Segmentação, sempre a impulsionar e apoiar marcas de luxo na sua estratégia, conceito e comunicação, a empreendedora criou há um ano o BIT (Black Inspiration Talks), paralelamente ao projeto Chumeco com 10 anos de existência. A Pontos de Vista veio saber mais desta criação na sua edição 135, veja connosco!

Para começar, sabemos que sua carreira é marcada por uma vasta experiência em Customer Relationship Management, Branding e Segmentação. Posto isto, poderia partilhar com os leitores um pouco sobre a sua história de vida pessoal e profissional? O que a motivou a enveredar por este caminho e a fundar a Chumeco?

A minha jornada profissional foi construída muito em cima do que sou enquanto pessoa, uma comunicadora por natureza. Desde muito cedo que entendi que o que iria fazer estava relacionado com o público, e assim foi sendo desenhado o caminho. Todas as experiências que fui tendo ao longo destes 30 anos de jornada estão relacionadas com gestão, atendimento e relacionamento com o cliente. Questões como Segmentação e Branding surgem naturalmente, sendo duas vertentes que permitem gerir todas as questões relacionadas com influência de CRM. A Chumeco nasce de uma oportunidade, mas também da vontade de gerir, num projeto próprio, em que todo o conhecimento que fui adquirido aos longo dos anos, como entusiasta que sou do Made in Portugal. Reuni na Chumeco a chance de me proporcionar uma experiência singular e de promover o que de melhor se faz em Portugal em termos de calçado e acessórios.

Como tem sido, assim, a evolução da Chumeco ao longo dos anos, especialmente após a sua parceria com outras marcas e projetos entre Portugal e os Países de Língua Portuguesa, como Angola e Moçambique?

A Chumeco tem sido uma porta aberta para um conjunto vasto de experiências, pois ajuda muito o testar das marcas e a uma constante melhoria da qualidade do serviço. Quando avançamos para uma internacionalização, a entrada em países como Angola e Moçambique requer um desafio de maior dimensão, daí que sempre fiz questão de apresentar nestes destinos uma operação já bem montada, o que minimiza o erro ou a oportunidade para que o mesmo aconteça. Para mim ter a oportunidade de trabalhar nestes países é quase como um sentido de missão.

Associar a alta qualidade dos produtos a um atendimento de excelência é um dos pilares da Chumeco. Quais têm sido os maiores desafios da empresa ao tentar equilibrar estes valores essenciais no mercado?

Para mim não existe atendimento ao cliente que não seja de excelência, seja ele qual for. O desafiante é formar equipas e fazer com que as novas gerações compreendam que o cliente é uma peça fundamental para o sucesso de um projeto. Então diria que novos modelos de formação, que permitam aos colaboradores experimentarem outras realidades de serviço ao cliente, e dessa feita uma melhor prestação e serviço, é o rumo a ter em conta.

No início de Outubro, a Mónica Soares organizou uma conferência, em Lisboa, com a participação de nomes de grande relevância. O que a motivou a realizar este evento e qual é a amplitude que alcançou com o mesmo?

Como mulher negra que sou, toda a minha trajetória profissional foi muito desafiante, por todas as organizações por onde passei, onde os cargos que tive foram sempre de um contacto direto com segmentos mais elevados, os mais exigentes. Embora desafiantes também foram os que contribuíram para me moldar para a excelência; contudo, sempre muito solitários e sem exemplos para seguir ou sequer para partilhar as conquistas ou os momentos menos felizes. Nos últimos anos, e com um contacto mais direto com vários profissionais, percebi que a minha história é também a de muitos outros, e que a partilha de experiências e inspiração podem ser um mote para ir mais além. O BIT (Black Inspiration Talks) é também um projeto de assinatura minha, que nasceu com o propósito de inspirar e influenciar por meio do exemplo, a partilha de boas práticas, ajudar as gerações mais novas a estarem melhor preparadas e a terem instrumentos para alcançar a excelência profissional.

Considerando a importância do evento realizado, como acredita que o mesmo poderá influenciar futuramente o setor em Portugal e nos Países de Língua Portuguesa? O que trará de novo ao mercado e à sua carreira como profissional desta área?

Como disse anteriormente, atingir os patamares máximos de liderança dentro dos diversos setores em Portugal e até mesmo nos PALOP, o exercício da excelência profissional deve ambicionar a todos sem exceção. Mas, no caso em particular das minorias, os constrangimentos obrigam-nos a ir além nessa dedicação. A inexistência de representatividade dentro das organizações em Portugal, obrigam muitas vezes a que estes quadros altamente qualificados se sintam desvalorizados. Compreender a diversidade vai muito além do tom de pele, da religião ou da orientação sexual, vai no sentido de compreender o ser humano na sua plenitude e adequar a melhor estratégia de relacionamento. As práticas de DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão), tão na moda hoje em dia, devem dentro das organizações ser mais que uma questão de agenda mediática ou necessária para questões de ESG, devem realmente ser por respeito, compreensão e compromisso para com o colaborador ou com o cliente. Então eu diria que o BIT dialoga com os dois lados da sociedade, preparando as organizações para um melhor entendimento e compreensão destas questões, mas também com as pessoas preparando-as pela inspiração e pelo exemplo a serem profissionais de excelência.

Como parceira e host do Luxury Business Inspiration & Mentorship, o seu objetivo é inspirar, orientar e conectar profissionais do segmento de luxo. Para terminar, de que forma esta missão tem influenciado a sua atuação na Chumeco e no mercado de luxo em geral?

Com perto de 3 décadas de jornada profissional, a mesma assente em segmento Premium e Luxo, onde nos últimos anos me dediquei à formação e a colaborar com as organizações para um pensamento estratégico e para um elevar do patamar o “raise da bar”. Também, dentro da minha própria empresa, tenho essa exigência para comigo mesma, em que o desafio é diário, a obrigação e busca pela melhoria tem que ser constante. Não se trata de fazer melhor que os outros, mas sim identificar o que melhor se faz e adotar à nossa realidade. O convívio com as marcas de Luxo e com as suas boas práticas traz essa possibilidade para o meu dia a dia.

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Revista Digital

Revista Pontos de Vista Edição 137

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