Parte-se muitas vezes do princípio que Portugal é só o Continente e as empresas e projetos que elevam o nome do País se situam por cá. Ora, como exemplo de capacidade, trabalho e qualidade de serviço “sempre ao mais alto nível”,
a TPMc – Internacional Management Solutions – liderada por Tânia Castro (Diretora Geral), demonstra o contrário. Este exemplo de prestígio e desempenho de elevado rigor e conhecimento empresarial nos Arquipélagos, mais concretamente na Madeira, é o que vamos conhecer um pouco mais nas linhas que se seguem.
Quais são os principais serviços oferecidos pela TPMc no contexto internacional? Pode destacar aqueles que fazem a diferença para empresas em processo de expansão?
O nosso objetivo sempre foi, e é para isso que trabalhamos, nos tornarmos um parceiro para os nossos clientes. Construir confiança, respeito mútuo e tempo de qualidade para que o serviço seja sempre ao mais alto nível.
Dentro da estrutura da TPMc existem vários departamentos, cada departamento tem uma ou várias equipas alocadas aos clientes que fazem parte da nossa carteira, dando assim primazia ao contacto direto. Neste momento os departamentos da TPMc englobam:
– Legal, Vistos e Residência, Contabilidade e Fiscal, Administrativo, Recursos Humanos, Recrutamento de pessoal, Estudos e Projetos, Informática e Acompanhamento Local/Family Office.
Equipas constituídas por pessoas jovens combinadas com pessoas mais experientes, onde trocam ideias, sugerem alternativas e cativam os clientes.
A nossa política assenta numa base de simplicidade. Tornar o sistema fiscal, legal e social mais simples para o investidor. De forma a que ele se possa concentrar nos negócios e nós possamos fazer a nossa parte, aligeirando a burocracia, os formalismos e os obstáculos típicos dum País novo para os clientes.
Em que áreas a TPMc se destaca comparativamente às consultorias tradicionais? O que a torna única?
A TPMc nasceu duma necessidade de mercado. Já na altura existiam vários investidores que residiam no estrangeiro a quererem fazer investimentos na ilha, desde o imobiliário passando pelo comércio local. Nesse momento nascia também o Centro Internacional de Negócios e a possibilidade de crescer internacionalmente era já uma certeza, dentro e fora do País.
Ao longo dos anos, fomos construindo e expandindo a nossa rede de contatos internacional e neste momento conseguimos trabalhar com quase todas as jurisdições compatíveis com a legislação nacional.
A nossa filosofia e core business assenta no acompanhamento pessoal e individual a cada cliente. Desde todos os atos legais necessários para constituir uma sociedade, até à assistência diária na faturação, contabilidade, administrativo, etc.
Há alguns anos a esta parte criámos também departamentos próprios para gerir as necessidades de clientes individuais que necessitem de assistência na área do IRS, Residente Não Habitual, aquisição imobiliária, inscrições nos organismos públicos, vistos de residência ou investimento, etc.
Na verdade, a TPMC cresce conforme o Mercado também cresce, tentando acompanhar as necessidades.
No cenário atual, quais são os setores que mais atraem investimento estrangeiro? Como a TPMc se posiciona para aproveitar essas oportunidades?
Portugal (e a Madeira não é exceção à regra) tem-se destacado como um destino atrativo para investimento estrangeiro em várias áreas. Tendo como experiência os clientes com quem lidamos diariamente, eu diria: Tecnologia e Startups, especialmente em cidades como Lisboa e Porto.
Turismo: O setor de turismo é um dos principais motores da economia portuguesa, com investimentos em hotéis, resorts e experiências turísticas.
Imobiliário: O mercado imobiliário em Portugal, particularmente em áreas urbanas e turísticas, tem atraído muitos investidores internacionais, especialmente em projetos de reabilitação urbana.
O facto de Portugal ter cerca de 80 Tratados de Dupla Tributação assinados, muitos dos quais com Países target em termos de investimento e recursos naturais, como são os casos de Moçambique, Angola, Peru, China, etc.
Adicionalmente a Madeira tem um regime de IRC de 14,7% para o regime geral, que permite concorrer com qualquer jurisdição internacional. Somando a todos estes aspetos, a Madeira dispõe ainda do CINM (Centro Internacional de Negócios da Madeira), que a nível internacional permite chegar a uma taxa de IRC de 5%.
Se juntarmos todas estas condições fiscais, individuais, com a qualidade de vida, então estamos perante um mercado que, sem sombra de dúvida, destoa pela positiva em relação aos restantes.
Em Portugal, os setores que atraem mais investimento estrangeiro, com base na minha experiência, são o imobiliário e o turístico.
Pode compartilhar exemplos de caraterísticas que aliam maior competitividade e potencial de crescimento no Arquipélago da Madeira?
A Madeira é poliglota no que diz respeito a línguas estrangeiras. Temos excelentes condições de vida, o clima é ameno, o regime fiscal atrativo, excelentes condições de comunicação, voos semanais diretos para todas as capitais europeias e o custo de vida está muito abaixo das principais cidades do Mundo.
Temos escolas Internacionais, possibilidade de viver à beira-mar e várias clínicas e hospitais privados.
A Pandemia também ajudou muita gente a perceber que afinal o local onde vivemos é de extrema importância.
Vivemos num mundo global e as pessoas já se aperceberam disso.
A Madeira neste momento está a investir no mercado da tecnologia e comunicações – prova disso tem sido também o investimento e a posição de destaque que o Governo Regional tem dado a estes temas, com várias conferências, Webinars e artigos sobre o tema.
Adicionalmente a isso, um dos grandes objetivos passa também por tornar a Ilha mais consciente ao nível das energias renováveis, com vários programas de auxílio já em vigor.
A Ilha é profícua em atrair visitantes que acabam por se estabelecer cá e podemos aplicar esta mesma visão ao País como um todo.
Na sua experiência, quais são os principais desafios para as empresas que procuram competitividade global, e como a TPMc as ajuda a superá-los?
Pela minha experiência, as empresas que buscam competitividade global enfrentam diversos desafios. Alguns dos principais incluem compreender e adaptar-se a diferentes culturas, comportamentos do consumidor e práticas de negócios.
As empresas precisam ser conhecedoras do ambiente complexo de regulamentações locais, impostos e normas comerciais que variam de país para país.
A globalização intensifica a competição, expondo as empresas a competidores de todo o mundo, o que pode pressionar preços e margens de lucro.
Mudanças políticas, crises económicas e instabilidades regionais podem impactar estratégias e operações globais.
As empresas precisam ser ágeis e capazes de adaptar as suas estratégias rapidamente em resposta a mudanças nas condições de mercado ou nas preferências dos consumidores.
Com a crescente digitalização e interconexão, as empresas enfrentam riscos significativos em relação à proteção de dados e cibersegurança.
Consultoria Legal,
Fiscal e de Gestão
Como a TPMc auxilia empresas no que diz respeito a questões fiscais e legais ao entrarem em novos mercados?
A TPMC tem raízes profundas de colaboração com a Câmara de Comércio luso-britânica em Londres, onde colaboramos várias vezes ao ano nas conferências e nas feiras preparadas na capital britânica sob o título “Moving to Portugal”.
Também temos uma colaboração estreita como associados com a Câmara de Comércio franco-lusófona, com a realização de artigos para o mercado francês sobre as condições de atratividade da Ilha da Madeira. Estamos a acompanhar clientes das mais diversas nacionalidades, pelo que o estabelecer contatos institucionais e particulares torna-se prioritário.
Quais são os principais aspetos legais e regulatórios que as empresas devem considerar para manterem-se competitivas globalmente?
Para que as empresas se mantenham competitivas globalmente, é fundamental que considerem uma série de aspetos legais e regulatórios, no sentido de estarem devidamente preparadas. As empresas devem estar atentas às leis laborais em cada país onde operam, incluindo normas sobre contratação, remuneração, segurança no trabalho, benefícios e direitos dos trabalhadores.
É essencial compreender as obrigações fiscais em diferentes jurisdições, incluindo impostos sobre o rendimento, IVA, impostos indiretos e a conformidade com as normas de transferência de preços.
As empresas devem garantir que os seus produtos e serviços estejam em conformidade com as legislações de proteção ao consumidor, que podem variar significativamente entre países. Inclusive com as leis ambientais, especialmente em setores que têm um grande impacto ambiental. Isso inclui normas sobre poluição, uso de recursos naturais e gestão de resíduos.
As empresas devem proteger as suas marcas em cada mercado em que atuam, compreendendo as diferenças nas legislações de propriedade intelectual.
Compreender as regulamentações de importação e exportação é fundamental para operar em mercados globais.
O cumprimento de legislações como o RGPC na Europa e outras normas de privacidade é cada vez mais importante, especialmente para empresas que lidam com dados pessoais.
Qual é o papel da inovação e da digitalização nos processos de expansão e como a TPMc as incorpora na sua metodologia?
A inovação e a digitalização desempenham papéis cruciais nos processos de expansão das empresas e organizações. A digitalização permite a automação de tarefas repetitivas, reduzindo erros e aumentando a produtividade. Ferramentas digitais ajudam a otimizar o uso de recursos, como tempo e espaço, tornando as operações mais eficientes.
Instrumentos de análise de dados oferecem insights valiosos sobre tendências de mercado e comportamento do consumidor, permitindo decisões mais informadas.
Tecnologias digitais permitem que as empresas ofereçam experiências mais personalizadas, aumentando a satisfação do cliente e a fidelização.
O papel da inovação e da digitalização nos processos de expansão é fundamental, pois não apenas aumentam a eficiência e a competitividade, mas também permitem que as empresas se adaptem e prosperem num ambiente de negócios em constante evolução. A combinação desses elementos pode levar a uma vantagem estratégica significativa no mercado.
Há vários anos que temos encarado este tema com a seriedade que merece. Desde os arquivos digitais, que já implementámos em todos os setores, até à utilização de materiais reciclados.
Parte do nosso orçamento anual é reservado a estudar formas de nos tornarmos mais sustentáveis.
Outra das políticas alteradas foi o facto de viajarmos menos e explorarmos cada vez mais as ferramentas digitais para comunicar, como por exemplo o ZOOM, o TEAMS, etc. Além de nos permitir ser mais eficientes em termos de tempo dedicado aos assuntos importantes, deixamos de gastar muitos recursos essenciais ao planeta com as viagens, consumos, deslocações, hotéis, etc.
Público e Recursos Humanos
Na sua opinião, como as empresas podem investir em formação e retenção de talentos para manter competitividade em mercados exigentes?
Para que as empresas consigam investir efetivamente em formação e retenção de talentos, especialmente em mercados exigentes, algumas estratégias podem ser adotadas, como por exemplo:
Oferecer programas de formação contínua que se adaptem às novas demandas do mercado. Isso pode incluir workshops, cursos online, e-learning, e incentivos para que os colaboradores procurem certificações relevantes.
Desenvolver planos de carreira claros e personalizados que ajudem os colaboradores a visualizar o seu futuro na empresa. Isso inclui feedback regular sobre desempenho e oportunidades de crescimento.
Oferecer uma abordagem flexível ao trabalho, como opções de trabalho remoto e horários flexíveis, pode ser um grande atrativo. A qualidade de vida dos funcionários é um fator crucial para a retenção de talentos.
Implementar sistemas de reconhecimento que valorizem as contribuições dos colaboradores. Isso pode incluir bónus, promoções ou até mesmo simples agradecimentos, que reforçam a motivação.
Estabelecer canais de comunicação direta entre colaboradores e gestores, onde o feedback é incentivado. Isso ajuda a identificar e resolver problemas rapidamente, criando um ambiente de trabalho mais harmonioso e produtivo.
Projetos Futuros
e Visão
Quais são os projetos e ambições futuras da TPMc? Pode compartilhar alguns planos que estão em desenvolvimento?
O nosso maior objetivo neste momento é flexibilizar os setores e as equipas. Com o mercado tão dinâmico como está ao nível das necessidades, temos de ter capacidade para nos adaptarmos às especificidades dos nossos clientes. Que neste momento vão, desde o típico e simples consultor individual que vem para a Madeira trabalhar oriundo de fora de Portugal e que necessita dum visto, dum NIF, duma conta bancária, de contabilidade e de orientação sobre como o País está regulamentado e quais as obrigações e timings, até ao grande empresário com várias estruturas societárias que precisa conhecer o sistema fiscal de vários países e como se complementam com o Português. A expansão para fora da Madeira neste momento é já uma realidade.
O desafio será sempre conseguir ler o mercado, ouví-lo e perceber em que é que podemos ser úteis.
Para concluir, qual é a mensagem que gostaria de deixar para empresas e empreendedores que estão a considerar apostar na sua internacionalização?
A internacionalização é um passo estratégico e transformador para empresas e empreendedores que desejam expandir os seus horizontes. Refletindo sobre o assunto e, com base na minha experiência pessoal, em primeiro lugar é essencial compreender as necessidades e desejos do consumidor local para adaptar a sua oferta. A adaptação cultural e a compreensão das necessidades locais são a chave para o sucesso.
Desenvolver um plano de internacionalização sólido. Com metas claras e mercados-alvo com base em dados concretos, estabelecendo contatos com redes locais para facilitar a entrada e o crescimento.
Não subestimar o potencial digital. Muitas oportunidades de internacionalização podem surgir através de plataformas online que permitem uma abordagem mais ágil e menos onerosa.
Igualmente importante é estar ciente das implicações legais e fiscais de operar em novos países. Consultar especialistas locais nas diversas áreas.
Essencialmente estar preparado para aprender com os desafios; cada obstáculo é uma oportunidade de crescimento.