“Este setor da mediação imobiliária é um caminho que não se conquista de forma instantânea e requer muito trabalho, dedicação e resiliência”

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Maria Madeira está desde 2010 no mercado imobiliário, mas só em 2023, saída da rede REMAX Portugal, é que deu o passo para o empreendedorismo e para liderar o seu próprio projeto no Setor. A Artéria Rústica, fruto do seu conhecimento do mercado local na área onde atua, a região do Alentejo, é fruto de uma liderança de “empatia e foco”, virada para a inovação de modo a ter um serviço mais adequado e de qualidade para os seus clientes. Conheça mais um pouco da história desta líder na Pontos de Vista, nas próximas linhas!Como descreveria o seu percurso até se tornar fundadora da Artéria Rústica? O que a motivou a apostar no setor da mediação imobiliária?

Desde 2010 que atuo no mercado imobiliário ajudando clientes na compra e venda de imóveis na região do Alentejo. Com mais de uma década de experiência e inúmeras transações bem-sucedidas, tive na rede Remax Portugal (a qual pertenci até ao ano de 2023) uma grande escola, até ao momento em que decidi dar corpo a um sonho que hoje se chama Artéria Rústica, a minha própria agência imobiliária. Nesse período de permanência na rede trabalhei sempre em part-time acumulando funções com um emprego, mas em que sempre cumpri os objetivos propostos, fruto de muito trabalho e esforço. A abertura da Artéria Rústica exigiu uma tomada de decisão de assumir a tempo inteiro essa enorme responsabilidade. Foi uma decisão que requereu muita ponderação, mas que se impunha. Neste setor é preciso dedicação, disponibilidade e mostrar aos clientes que podem contar connosco em todas as fases do processo, exigindo um compromisso total com a gestão da empresa e, acima de tudo, estando disponíveis para atender as necessidades dos nossos clientes a qualquer momento. O nosso trabalho vai muito além da venda, pois envolve construir relações e criar confiança com o outro lado e, para isso, precisamos de estar inteiramente presentes. Este setor da mediação imobiliária é um caminho que não se conquista de forma instantânea e requer muito trabalho, dedicação e resiliência. Requer um grande conhecimento técnico, profundo conhecimento do mercado local e abordagem personalizada a cada cliente para que se possam estabelecer laços de confiança com os clientes que nos procuram. Com isto, a ajuda e o conselho para as melhores opções e mais adequadas às necessidades de cada um possam ser atingidas. Poderão perguntar-me sobre o que me motiva a investir no setor de mediação imobiliária. Entre algumas razões que aponto, e não necessariamente por esta ordem, são: o mercado promissor que apesar de ciclos de alta e baixa, mas em que, a necessidade de imóveis (compra, venda ou arrendamento) permanece constante e em procura crescente; o potencial de rentabilidade, bem como, a oportunidade de ajudar pessoas a encontrar o imóvel ideal e que se torna uma grande motivação pois a compra de uma casa, por exemplo, é um marco importante na vida das pessoas; finalmente, a flexibilidade de trabalho permitindo, enquanto profissional, podendo escolher horários e métodos de operação.

Acredita que a presença feminina neste setor tem crescido? Que desafios ainda persiste em superar?

O papel das mulheres no setor imobiliário tem -se expandido significativamente nas últimas décadas, refletindo mudanças mais amplas na sociedade e no mercado de trabalho. Este crescimento é resultado de transformações sociais, aumento do acesso à educação e iniciativas que promovem a igualdade de género no ambiente corporativo. Muitas mulheres estão abrindo as suas próprias imobiliárias ou atuando como consultoras independentes, aproveitando a habilidade de comunicação e construção de relacionamentos interpessoais, algo que é intrínseco à energia feminina. A empatia, a escuta ativa e a comunicação eficaz são qualidades frequentemente associadas às mulheres e são muito valorizadas no setor, que depende de relacionamentos sólidos com clientes. Com uma visão estratégica e multitarefa neste mercado tão competitivo, as mulheres têm demonstrado capacidade de planear estratégias de longo prazo enquanto gerenciam múltiplas tarefas com eficiência. Com o aumento de mulheres no setor e atentas às necessidades dos clientes há, igualmente, uma maior sensibilidade às necessidades das clientes mulheres, um público cada vez mais relevante no mercado imobiliário. Algumas mulheres ainda enfrentam preconceitos de clientes e colegas, especialmente em mercados mais conservadores.

O que significa para si liderar uma empresa neste setor? Como avalia o impacto do seu trabalho no mercado imobiliário?

Liderar uma empresa neste setor significa trabalhar com pessoas e trabalhar com pessoas. é sobre conectar, criar relações de confiança, inspirar e agir com propósito. Ao longo da minha experiência nesta atividade, aprendi lições muito importantes que continuam a inspirar o meu dia a dia e a minha relação com os clientes e parceiros de negócio. Nesta atividade atuo como um guia, tanto no âmbito interno da minha organização, ainda que de pequena dimensão, bem como no impacto externo junto ao mercado e à sociedade. Sinto a necessidade de alinhar a visão estratégica da empresa com as demandas do mercado com empatia e foco, além das inovações que melhoram a experiência de clientes e parceiros de negócio. Avalio o impacto do meu trabalho no mercado imobiliário considerando diversos fatores: seja no valor gerado para clientes ao ajudar pessoas e empresas a encontrar soluções adequadas às suas necessidades e/ou na aquisição e desenvolvimento de investimento no imobiliário; seja em criar reputação e confiança no setor, tanto nos clientes que procuram a Artéria Rústica como nos parceiros do setor imobiliário; a trabalhar para consolidar a imagem do setor como transparente, ético e confiável, combatendo preconceitos e práticas nocivas. Trabalhar neste setor, para mim, enquanto responsável da Artéria Rústica, é mais do que atingir metas financeiras pois trata-se de criar um impacto positivo e duradouro a todos os níveis, pois cada decisão tomada hoje pode moldar o futuro da empresa e influenciar diretamente a vida das pessoas.

De que forma a Artéria Rústica contribui para práticas responsáveis e sustentáveis no mercado imobiliário?

Na promoção de práticas responsáveis e sustentáveis, integrando tecnologias que otimizem processos e reduzam desperdícios para melhorar os serviços, como a realidade aumentada para visualização de projetos e plataformas digitais para uma experiência de compra ou arrendamento mais prática.

Quais são os seus principais objetivos para a Artéria Rústica nos próximos anos? Que legado gostaria de deixar na área?

A Artéria Rústica encontra-se no Alentejo atuando no setor imobiliário, cujo foco está tanto em imóveis urbanos como rurais. Está focada no segmento de imóveis para revitalização de espaços rurais e urbanos para valorização, procurando resgatar propriedades e ajudar a requalificar áreas menos exploradas para que possam ser adaptadas no futuro para usos contemporâneos, sem perder a autenticidade local e incorporando designs que combinem conforto moderno com uma estética rústica e intemporal, ou seja, influenciar o mercado a adotar soluções mais conscientes focando-se na reabilitação de imóveis.

O que considera essencial para conciliar a vida profissional e pessoal? Como se mantém inspirada e motivada?

Conciliar a vida profissional e pessoal é um desafio, ainda mais neste setor em que trabalho, mas alguns elementos essenciais ajudam a manter o equilíbrio, a inspiração e a motivação. Estabelecer prioridades claras, gestão do tempo, flexibilidade em ajustar planos e definir o que é mais importante no trabalho e na vida pessoal ajuda a manter o foco no que realmente importa. Mais, reconhecer que não podemos fazer tudo e dizer “não” quando necessário é essencial para evitar uma sobrecarga. Saber que o meu trabalho pode fazer a diferença na vida das pessoas é um grande motivador. Equilíbrio e motivação vêm de uma gestão intencional das prioridades e de um compromisso genuíno com o bem-estar e o meu crescimento pessoal.

Na sua visão, como é possível fomentar mais oportunidades e igualdade de género no setor imobiliário e na sociedade em geral?

Fomentar mais oportunidades e igualdade de género no setor imobiliário e na sociedade em geral exige uma abordagem multifacetada, que inclua medidas estruturais, culturais e educacionais. Criar programas de mentoria para apoiar o desenvolvimento profissional de mulheres no setor imobiliário, conetando-as com líderes que possam oferecer orientação e oportunidades. Oferecer formação em áreas como vendas, marketing digital, tecnologia imobiliária e gestão de propriedades, ajudando as mulheres a aceder a posições estratégicas. Combater estereótipos de género que associam homens às posições de liderança e mulheres às funções administrativas. Garantir que a publicidade e a comunicação do setor imobiliário representem as mulheres em papéis variados e de destaque ao dar visibilidade a histórias de sucesso de mulheres no setor imobiliário, inspirando outras a enveredarem por uma carreira tão promissora nesta área. Concluindo, a mudança requer compromisso contínuo de todos os atores envolvidos – governo, empresas, sociedade civil e indivíduos – para criar um ambiente que valorize as contribuições das mulheres em igualdade de condições.

Que mensagem gostaria de deixar para mulheres que aspiram liderar no setor imobiliário ou em outros setores dominados por desafios?

Para mulheres que aspiram liderar no setor imobiliário ou em qualquer área repleta de desafios, a minha mensagem é clara: você pertence aonde seus sonhos a levam. E liderar não é sobre ser perfeita, mas sobre ser autêntica, corajosa, consistente e visionária, sendo fiel a quem você é com empatia, visão e determinação, acreditando sempre no seu potencial, pois obstáculos podem parecer barreiras, mas também são convites para aprender, inovar e mostrar a sua força.

A resiliência em tempos difíceis é uma das maiores qualidades.

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Revista Pontos de Vista Edição 136

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