Nesta edição de 31 de janeiro da Revista Pontos de Vista, temos o prazer de destacar uma entrevista exclusiva com Manuela Timóteo, CEO da PMT Engenharia, que aqui apresentamos nas próximas linhas.
A reportagem abordará a trajetória da PMT Engenharia, os desafios superados ao longo de mais de uma década de história e as perspectivas para o futuro.
Esta será uma oportunidade única para conhecer de perto a visão, os valores e os planos de uma empresa que continua a marcar a diferença no mercado de engenharia e arquitetura.
Quais são os maiores desafios de liderar uma empresa como a PMT num mercado competitivo e em constante transformação?
Os principais desafios envolvem equilibrar a entrega de projetos de alta qualidade com os prazos e restrições orçamentárias caraterísticos do setor público, enquanto acompanhamos a constante evolução tecnológica e regulatória.
Além disso, é fundamental manter uma equipa motivada e alinhada com os valores da empresa, num ambiente altamente competitivo.
Adaptar-nos às exigências do mercado, garantir a sustentabilidade dos projetos e reforçar a confiança dos nossos clientes são também questões que exigem uma liderança estratégica e visionária.
Como a sua liderança contribui para inspirar as novas gerações de engenheiros e arquitetos?
Acredito que liderar pelo exemplo é a chave para inspirar. Na PMT, promovemos uma cultura de inovação, ética e compromisso com a excelência. Procuro criar oportunidades de desenvolvimento para os jovens profissionais, incentivando a criatividade, o pensamento crítico e a busca por soluções sustentáveis.
Além disso, partilhar experiências e mostrar que o setor público pode ser tão desafiador quanto gratificante ajuda a construir uma geração mais preparada e motivada para transformar o futuro da engenharia e da arquitetura no nosso pais.
Acredito também que é preciso liderar com empatia e construir culturas de organização onde as pessoas são o centro. É por isso que a PMT é certificada pela norma da Conciliação do trabalho com a família, e também recente mente com a certificação “Great Place to Work”. Uma certificação que tanto nos orgulha como empresa e que acredito ser a ferramenta para o sucesso.
Como a sustentabilidade e a inovação moldam a estratégia da PMT para os próximos anos?
A PMT sempre esteve alinhada com a inovação tecnológica, logo começando pelo seu processo de trabalho, que é um método ágil baseado no Scrum. Depois, por toda a vontade de uma equipa jovem e motivada em querer fazer engenharia e arquitetura.
Pode partilhar um exemplo de como a PMT implementou soluções inovadoras para superar desafios específicos num projeto?
A PMT tem inúmeros projetos de implementação de soluções inovadoras e com elevado desempenho energético. Temos atualmente o projeto de Aparthotel e uma ERPI com certificação LEED, que tem representado um verdadeiro desafio.
Quais as principais barreiras que as mulheres enfrentam no sector e como ultrapassá-las?
As mulheres ainda enfrentam desafios relacionados a estereótipos de género, sub-representação em cargos de liderança e, em alguns casos, a falta de apoio ou mentorias que incentivem o seu crescimento profissional.
Para superar essas barreiras, é essencial fomentar uma cultura empresarial inclusiva, oferecer oportunidades iguais e implementar políticas que promovam a equidade, como programas de mentoria, capacitação e networking.
Além disso, é crucial valorizar exemplos de sucesso que inspirem outras mulheres a entrar e prosperar nesse setor. Na PMT defendemos uma política de igualdade de género.
De que forma acredita que a diversidade beneficia o desempenho das equipas e projetos?
A diversidade traz diferentes perspectivas, experiências e abordagens para a resolução de problemas, o que contribui diretamente para a criatividade e inovação.
Equipes diversas são mais capazes de compreender e atender às necessidades de um mercado global, além de impulsionar um ambiente mais colaborativo e produtivo.
Na PMT, acreditamos que a inclusão e a diversidade de áreas é um diferencial estratégico que melhora a qualidade dos projetos e nos posiciona como uma empresa preparada
para os desafios do futuro.
Como a PMT pretende continuar a liderar o caminho em engenharia e arquitetura no futuro?
A nossa estratégia foca-se na combinação de inovação tecnológica com sustentabilidade e com a qualidade.
Estamos a investir em ferra mentas digitais, como a modelação BIM, e em práticas de design e construção mais eficientes e resilientes. Paralelamente, reforçamos as nossas competências com formação contínua, que não apenas atendam às necessidades do presente, mas que também sejam sustentáveis e adaptáveis ao futuro.
A nossa equipa multidisciplinar e comprometida é o que nos permite manter uma liderança consistente e entregar soluções de excelência.
Que tendências acredita que irão moldar o setor nos próximos cinco anos?
Nos próximos anos, acredito que o setor será moldado pela crescente adoção de tecnologias digitais, como inteligência artificial e construção modular, pela demanda por projetos mais sus tentáveis e pela necessidade de infraestrutura resiliente face às mudanças climáticas. Também veremos uma maior integração de práticas de economia circular e um foco mais acentuado na eficiência energética.
A internacionalização e a colaboração entre setores público e privado também desempenharão um papel importante no avanço da indústria. Também acredito que iremos ter um problema futuro na engenharia, com o acentuado desajuste entre o ensino e o mundo empresarial. A universidade deveria olhar para o ensino da engenharia e mudar toda a sua estratégia.
São necessárias parcerias entre as empresas e a universidade de modo a integrar os jovens através de estágios anuais curriculares nas empresas, e assim aproximar os nossos jovens do mundo empresarial e das experiências; e, por outro lado, aproximar as empresas ao mundo universitário, para potenciar o crescimento tecnológico.