ESG e Sustentabilidade: O Apoio da Finpartner às Empresas

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A crescente relevância dos temas ESG (Environmental, Social and Governance) e sustentabilidade tem vindo a transformar o cenário empresarial, tornando-se um fator determinante para a competitividade e credibilidade das empresas. Neste contexto, a Finpartner tem desempenhado um papel crucial no apoio às empresas, fornecendo consultoria especializada e soluções tecnológicas para garantir a implementação eficaz de estratégias ESG. A Revista Pontos de Vista entrevistou Sofia Batista, Supervisora da Finpartner, para nos falar de tudo isto!

Com a entrada em vigor da nova Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD) em 2024, que mudanças mais significativas notou no mercado empresarial português?

Com esta nova diretiva assistimos a algumas mudanças significativas no mercado empresarial português, nomeadamente ao nível da transparência, uma vez que a CSRD exige que as empresas divulguem informações detalhadas sobre as suas práticas de sustentabilidade, incidindo em aspetos ambientais, sociais e de governança, o que permite a todas as partes envolvidas tomarem decisões mais informadas. Esta nova diretiva abrange um número maior de empresas, pois além das grandes empresas, a CSRD inclui empresas de média dimensão e de diversos sectores. Existe uma visão mais abrangente sobre o impacto dos negócios das empresas, por exemplo, no caso da sustentabilidade, as empresas consideram não apenas como a sustentabilidade impacta o seu negócio (visão interna) como também o impacto que as suas atividades têm no meio ambiente e pessoas (visão externa).

Os relatórios de sustentabilidade devem ser validados por auditores independentes, garantindo maior precisão e credibilidade da informação divulgada. O formato digital é uma das grandes mudanças, pois a CSRD exige que as organizações apresentem os seus relatórios de sustentabilidade em formato digital, através do formato eletrónico único europeu. As empresas devem ainda incluir informações de sustentabilidade nos seus relatórios anuais, integrados nos relatórios financeiros.

 

Quais considera serem os principais desafios que as empresas enfrentaram no primeiro ano de adaptação aos novos requisitos de sustentabilidade?

As empresas enfrentam vários desafios de adaptação aos novos requisitos de sustentabilidade, começando logo por uma mudança cultural dentro das empresas, mudanças nas mentalidades que promovam uma maior abertura para esta transição sustentável. Neste ponto é essencial ter o comprometimento da gestão, incentivando as pessoas a adotarem esta nova cultura, mas também dando ferramentas que as ajudem nesta transição, através de formação e treinamento especializado. Nesta mudança de mentalidades, estão implícitos custos de mudança, tanto ao nível de recursos financeiros como também de tempo e esforço das pessoas envolvidas, sendo de total relevância garantir que todas as partes envolvidas estão comprometidas nesta mudança.

 

Acredita que a implementação de estratégias ESG pelas empresas tem evoluído ao ritmo necessário para acompanhar as exigências regulamentares e as expectativas do mercado?

Neste momento assistimos a esta mudança a ritmos bastante diversificados, pois enquanto algumas empresas têm avançado rapidamente e de forma exemplar para atender as exigências regulamentares e expectativas do mercado, outras organizações tem enfrentado desafio maiores que, naturalmente, atrasam este progresso. Isto prende-se essencialmente com a dimensão, capacidade e disponibilidade de recursos diferentes que as organizações têm, que impactam a maior ou menor rapidez com que se conseguem adaptar a estas mudanças. Contudo, apesar de assistirmos a ritmos diferentes de evolução na implementação do ESG, todas as organizações estão comprometidas em garantir que se encontram alinhadas com as expectativas do mercado no futuro.

 

As PME continuam a ser o pilar da economia portuguesa. Que apoios ou incentivos considera fundamentais para ajudar estas empresas a adaptar-se à nova realidade de reporting ESG?

A simplificação tem sido uma grande aposta para ajudar as PME a adaptarem-se a nova realidade do reporting ESG. Apostar em normas simplificadas de reporte voluntário para PME, que oferecem módulos básicos e alargados, facilitando a sistematização de dados e indicadores de gestão na área da sustentabilidade; a simplificação do processo de reporte, através da criação de padrões claros para o reporte da sustentabilidade, assim como o apoio técnico e a consultoria especializados em ESG, são um suporte fundamental para a transição e adaptação das PME a esta nova realidade. A par disto, também os benefícios fiscais, e os incentivos e financiamentos, disponibilizados por algumas entidades nacionais, contribuem para que as PME possam implementar praticas ESG sem sobrecarregar os seus recursos financeiros.

 

A Finpartner, com a sua experiência em contabilidade e consultoria, tem desempenhado um papel importante no apoio às empresas. Quais são os principais serviços que oferece para ajudar os clientes a implementar práticas ESG?

Sendo o ESG um fator competitivo para qualquer entidade que se queira distinguir, a Finpartner pretende ser o parceiro certo, pelo que, apostamos em alguns serviços que podem ajudar os nossos clientes nesta jornada. A consultoria é, numa fase inicial, essencial para quem está a dar os primeiros passos nesta aventura que é o ESG. Perceber qual o melhor caminho a seguir e de que forma deverá adaptar a sua organização ao sistema ESG, ajudar os clientes a desenvolverem estratégias ESG, a definir metas e objetivos claros, fazem parte de um trabalho inicial para o qual o acompanhamento por um parceiro de confiança fará toda a diferença. Uma vez já implementadas algumas estratégias ESG, é essencial que depois sejam tratados e analisados, todos os dados e indicadores que são o produto das estratégias desenvolvidas, e é nesta fase que, através da elaboração de relatórios de sustentabilidade, podemos ajudar os nossos clientes a perceber o impacto das medidas ESG implementadas.  Tudo isto, são fases de um longo processo, que muitas vezes alinhado com soluções tecnológicas, podem se transformar num caminho para o sucesso de muitas empresas.

 

A tecnologia e a digitalização são pilares da atuação da Finpartner. Como estes fatores contribuem para a implementação de práticas ESG e a eficiência no reporting das empresas?

O reporting ESG não tem de ser um tema complicado, e como já referido anteriormente, a simplificação tem sido uma aposta para alargar esta oportunidade de mudança a um maior número de organizações. A tecnologia tem sido uma ferramenta essencial, principalmente na medida em que, ajuda as organizações a automatizar processos de recolha e analise de dados, reduzindo tempo e esforço das pessoas envolvidas; as plataformas digitais e software especializados em ESG ajudam as empresas a monitorizar esses mesmos dados e a reportar as suas iniciativas de sustentabilidade, facilitando o acompanhamento e revisão, identificando áreas de melhoria; a digitalização dos relatórios de sustentabilidade, tal como exigido pela CSRD, facilita o acessos e a comparabilidade das informações. Assim, rapidamente concluímos que sendo o sistema ESG uma das maiores oportunidades e desafios para as empresas, a tecnologia é sem dúvida um pilar essencial de alcance para o mesmo.

 

O papel da tecnologia na recolha e gestão de dados ESG é cada vez mais evidente. Que soluções a Finpartner oferece ou planeia oferecer para facilitar este processo?

A tecnologia já é parte integrante do ADN da Finpartner. Somos uma empresa que aposta muito em ferramentas tecnológicas que nos permitem eliminar tarefas rotineiras dos nossos colaboradores, simplificar processos internos, recolher dados e trabalhá-los de uma forma mais eficiente, contribuindo para um maior controlo e monitorização desses mesmos dados. Sendo nós consumidores ávidos destas soluções tecnológicas, quem nos procura tem a garantia de que iremos sempre apontar um caminho mais eficiente, suportado por soluções tecnológicas, que permitam aos nossos clientes simplificar processos e reduzir custos internos, que tanto podem ser de cariz financeiro, como de poupança dos seus recursos humanos, para que os nossos clientes se possam dedicar ao que realmente acrescenta valor nos seus negócios.

 

Em termos internos, a Finpartner já adota práticas sustentáveis e digitalizadas. Pode partilhar algum exemplo concreto e o impacto destas práticas nos resultados e na relação com os clientes?

Sendo a contabilidade e a área financeiras áreas dominadas por números, é imperativo para nós termos programas que nos permitam agrupar todos estes dados, trabalhá-los, e apresenta-los aos nossos clientes de uma forma simples e clara, em forma de relatórios financeiros, para que os mesmos possam tirar conclusões certas e tomar decisões estratégicas com base nesses mesmos dados. Além disso, o arquivo digital, ajudou-nos a facilitar a relação com os nossos clientes, e a chegar a um cliente que pode estar em qualquer parte do mundo, sem a necessidade de haver uma entrega física de documentos. A nossa APP, é uma ferramenta que também nos permite comunicar com os nossos clientes, de uma forma rápida e segura, sendo mais um ponto positivo para quem valoriza esta comodidade digital.

 

A análise e a interpretação dos dados ESG são cruciais para a tomada de decisões estratégicas. Que papel a Finpartner pode desempenhar nesta área, ajudando as empresas a criar valor sustentável?

As empresas procuram criar valor sustentável, mas também medir o impacto desse mesmo valor, e é neste ponto que a Finpartner pode ajudar os seus clientes a compreender melhor o impacto das suas decisões estratégicas, nomeadamente ajudando a definir e a criar indicadores de desempenho chave (KPIs) ESG que sejam mensuráveis e que estejam alinhados com os objetivos estratégicos das empresas. Esta solução, facilita ainda a monitorização desses KPI, percebendo o seu progresso e ajudando a medir o impacto das iniciativas de sustentabilidade.

Alem disto, a analise de riscos e oportunidades no âmbito do ESG e a consultoria estratégica, permitem que as empresas tomem decisões proativas e informadas, mitigando assim possíveis riscos e aproveitando oportunidade de crescimento sustentável.

 

À medida que 2025 avança, quais são as principais tendências e desafios que antecipa no campo da sustentabilidade empresarial?

No âmbito do ESG, acredito que as vertentes que irão estar mais em foque no futuro serão as vertentes social e ambiental. Nota-se um foco cada vez maior no bem-estar dos colaboradores, na valorização da igualdade de género, na diversidade e inclusão. Estratégias que promovam a saúde mental, o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e o desenvolvimento de competências são fatores-chave para empresas que querem ser bem-sucedidas.

A procura de “green skills” relacionadas com a sustentabilidade, serão também um fator de sucesso, para as empresas focadas em ter um impacto ambientalmente sustentável e eliminar ou reduzir a sua pegada ecológica.

Para contribuir para estas duas vertentes, será essencial manter uma boa relação com as comunidades envolvidas, criando soluções conjuntas para problemas ambientais e sociais, assim como, contar com o apoio da tecnologia e inteligência artificial para otimizar processos.

 

A vertente social do ESG, incluindo políticas de inclusão e bem-estar, tem sido cada vez mais valorizada. Que tipo de apoio a Finpartner oferece às empresas para implementar estas políticas?

De forma a que as empresas possam perceber melhor o que está envolvido na vertente social do ESG e de que forma podem alcançar os objetivos e mudanças exigidas por este sistema, a Finpartner aposta numa consultoria personalizada, para apoiar na implementação continua das políticas de inclusão e bem-estar, ajudando a resolver desafios específicos e a adaptar estratégias necessárias para ir ao encontro desta vertente social. A consultoria personalizada, permite não só avaliar as necessidades que as empresas têm ao nível da inclusão e bem-estar, como também delinear políticas, objetivos e metas, que deverão posteriormente ser monitorizadas e avaliadas, de forma a que as empresas possam perceber a sua evolução e identificar pontos de melhoria.

 

Considera que as empresas portuguesas estão mais sensibilizadas e preparadas para alinhar as suas práticas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em 2025?

Sim, sem dúvida. Segundo alguns relatórios e estudos recentemente desenvolvidos e apresentados, existe uma adoção crescente dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, refletido nas estratégias empresariais, particularmente nas grandes empresas. A par disto, segundo esses mesmos estudos, as grandes empresas passaram de 67,2% para 82,8% na incorporação dos ODS nas suas estratégias. Em menor escala, mas ainda assim com um aumento, é referido o caso das PME, que mostram um envolvimento progressivo com um aumento de 30,6% para 40,1% de incorporação dos ODS, sendo que estas empresas encaram os ODS como uma oportunidade de negócio e um suporte ao processo de tomada de decisão. Ainda assim, existem desafios, como a falta de conhecimento sobre os ODS e como operacionaliza-los, assim como a falta de recursos financeiros e humanos necessários para a sua plena implementação, contudo, a tendência geral é, felizmente, positiva em direção a um maior alinhamento entre as empresas e os ODS.

 

Que mensagem gostaria de deixar às empresas que ainda não adotaram práticas de ESG como uma prioridade estratégica?

Para as empresas que ainda não adotaram praticas de ESG como uma prioridade estratégica, gostaria de salientar que o futuro pertence às empresas que compreendem a importância da sustentabilidade e da responsabilidade social. Incorporar praticas ambientais, sociais e de governança (ESG), não é apenas uma tendência passageira ou algo apenas atingível para empresas de maior dimensão, é antes uma necessidade, para garantir a longevidade, o sucesso e competitividade no mercado atual e futuro.

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Revista Digital

Revista Pontos de Vista Edição 138

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