No universo industrial angolano, poucas empresas têm desempenhado um papel tão crucial na transformação económica do país quanto a Fabrimetal. Ao longo de 15 anos, a empresa consolidou-se como líder no setor do aço, promovendo o desenvolvimento da indústria local, a redução da dependência de importações e a geração de valor agregado em vários setores estratégicos da economia angolana. Nesta edição da Revista Pontos de Vista, conversamos com Luís Diogo, Diretor Geral da Fabrimetal, sobre os marcos, desafios e visões para o futuro desta empresa que se tornou sinónimo de inovação, qualidade e compromisso com Angola.
Ao longo destes 15 anos, quais foram os principais marcos e conquistas que definiram o percurso da Fabrimetal em Angola?
Nestes 15 anos, destacam-se vários marcos importantes: o início da produção local, que representou uma redução significativa da dependência de importações; a certificação internacional dos nossos produtos, atestando a qualidade e alinhamento com padrões globais; e a expansão da nossa capacidade produtiva, tornando-nos líderes no mercado angolano.
Além disso, fortalecemos a nossa marca como símbolo de inovação, confiabilidade e um forte compromisso com Angola.
Como a empresa se posiciona atualmente no mercado nacional e internacional?
Atualmente, somos líderes no mercado nacional de aço, reconhecidos pela qualidade e confiabilidade dos nossos produtos. No cenário internacional, o grupo a que pertencemos, MMD Group, tem mais oito unidades industriais instaladas no continente africano e estamos a efetuar vários investimentos no sentido de expandir a nossa presença, com um foco especial nos países limítrofes. Pretendemos aumentar drasticamente as exportações de Angola para os mercados limítrofes, onde vemos grande potencial de integração económica e logística favorável.
De que forma a Fabrimetal tem contribuído para a valorização da mão de obra nacional em Angola?
A Fabrimetal sempre priorizou a contratação de trabalhadores angolanos, o que permitiu gerar centenas de empregos diretos e indiretos. Isso não só fortalece a economia local, mas também contribui para o desenvolvimento de competências que beneficiam o setor industrial como um todo. O nosso objetivo é promover sempre a capacitação e o crescimento profissional dos colaboradores nacionais.
Quais as iniciativas que foram implementadas para capacitar e qualificar os colaboradores locais?
Para garantir um alto nível de qualificação, desenvolvemos programas internos de formação técnica, parcerias com instituições de ensino locais e workshops periódicos. Também incentivamos o desenvolvimento da liderança entre os nossos colaboradores, preparando-os e impulsionando-os a assumirem responsabilidades maiores dentro da empresa.
Como a Fabrimetal tem contribuído para a diversificação da economia angolana?
A Fabrimetal desempenha um papel crucial, diria até determinante, na diversificação da economia ao produzir aço localmente, reduzindo a dependência de importações e fomentando as exportações do País. Essa produção interna cria um efeito cascata, impulsionando setores como a construção civil, infraestrutura e energia, que são fundamentais para a transformação económica de Angola, juntando a tudo isto a criação de rendimento para todos os envolvidos no processo, fornecedores, clientes, trabalhadores ….!
Que impacto a empresa acredita ter gerado no desenvolvimento de outros setores económicos relacionados com a sua atividade?
A nossa empresa, sendo de produtos estruturais e de qualidade assegurada, facilita o crescimento de setores correlacionados. Por exemplo, a nossa produção suporta grandes projetos de infraestrutura que, por sua vez, atraem investimentos e estimulam o desenvolvimento de cadeias de fornecimento locais ( metalomecânicas, carpintarias, derivados de betão ….)
Recentemente, a Fabrimetal anunciou novos investimentos no País. Quais são os principais objetivos desses investimentos?
Com os novos investimentos, procuramos modernizar as nossas instalações, aumentar a eficiência energética e expandir a nossa capacidade produtiva para atender à crescente demanda do mercado interno e externo. O nosso objetivo é consolidar a Fabrimetal como o maior produtor de aço e reforçar a nossa presença no mercado, quer seja nacional, que é a nossa prioridade, quer internacional, assim como criar estreitas relações com as entidades Governamentais.
O foco nas exportações é um ponto estratégico. Quais os mercados que estão sendo alvos prioritários e porquê?
Exportar é uma estratégia prioritária para diversificar os nossos mercados e gerar divisas para Angola. Estamos focados em mercados como Namíbia, Zâmbia, República Democrática do Congo, Senegal e Ghana, devido à proximidade geográfica e também às oportunidades de crescimento nesses países.
Qual é a relevância do aço para a economia angolana?
O aço é um produto essencial para o desenvolvimento económico, pois é a base para a construção de infraestrutura, desde pontes e edifícios até sistemas de transporte. Sem ele, o progresso industrial e urbano seria inviável.
Como a Fabrimetal contribui para o equilíbrio da balança comercial do país?
A nossa produção local reduz drasticamente a necessidade de importação de aço, contribuindo para o equilíbrio da balança comercial. Além disso, ao aumentar as exportações, ajudamos a gerar receitas em moeda estrangeira para o país.
Quais são os principais desafios enfrentados pela Fabrimetal na captação e retenção de talentos em Angola?
A competição com empresas internacionais e a escassez de mão de obra técnica qualificada são os nossos maiores desafios. Além disso, reter talentos exige um equilíbrio entre benefícios atrativos e um ambiente de trabalho que motive e inspire os colaboradores.
Que estratégias estão a ser adotadas para atrair e manter os profissionais qualificados?
Criamos um plano de carreira claro, investimos em formação frequente e procuramos reconhecer o esforço e as conquistas dos nossos profissionais. Além disso, promovemos uma cultura de inovação e meritocracia, onde os colaboradores se sentem valorizados e com possibilidades reais de crescimento.
A valorização do capital humano é um dos pilares da Fabrimetal. Como essa visão é colocada em prática na empresa?
A valorização do capital humano é um pilar essencial para a Fabrimetal. Promovemos políticas de incentivo, programas de formação e um ambiente de trabalho inclusivo e dinâmico. A nossa abordagem é baseada em desenvolver não apenas habilidades técnicas, mas também competências pessoais e de liderança.
Existem programas específicos de desenvolvimento pessoal e profissional para os colaboradores?
Atualmente estamos a desenvolver um plano de iniciativas que passa por identificar talentos internos e oferecer formação avançada. Temos igualmente uma política de promoção de quadros internos, que vai desde a mentoria para jovens profissionais e workshops de atualização para todos os níveis.
Como a Fabrimetal aposta na inovação para se manter competitiva no mercado?
A inovação faz parte da nossa estratégia. Investimos continuamente em tecnologia, como automação industrial e de processos, para garantir que estamos sempre à altura do que o mercado necessita.
Quais são os padrões de qualidade seguidos pela empresa e como eles impactam a reputação da marca?
Enquanto produtores, damos ênfase especial a tudo o que fazemos, daí termos os nossos laboratorios internos acreditados nos termos da ISO/IEC 17025, termos a marcação CE na nossa gama de produtos complementares ao varão de Aço, seguirmos rigorosamente a Norma Angolana 34:2016 na produção de Varão de Aço, além de termos internamente uma entidade externa, SGS, representada pela Authentic Point, que segue todo o nosso processo de produção. Isso permite-nos garantir produtos de alta qualidade, fortalecendo a confiança dos clientes e a nossa reputação como líder de mercado. Normalmente costumamos dizer que os nossos produtos são observados pelo “médico” todos os dias…
De que forma a Fabrimetal integra práticas sustentáveis nas suas operações?
Adotamos práticas e soluções que reduzem o desperdício, como o reaproveitamento de materiais no processo produtivo, e investimos em sistemas de energia mais eficientes. A sustentabilidade está integrada em todas as etapas do nosso trabalho. Somos parte integrante da economia circular.
Quais as iniciativas que têm sido promovidas para garantir um impacto positivo no meio ambiente e na comunidade?
participamos em projetos que promovem a reciclagem de sucata metálica e apoiamos ações comunitárias que visam a educação ambiental e o desenvolvimento sustentável das regiões onde operamos, assim como, desenvolvemos campanhas de marketing a fim de sensibilizar, não só os nossos clientes, mas a sociedade em geral no que à sustentabilidade diz respeito.
Quais são as principais metas e ambições da Fabrimetal para os próximos anos?
Temos a ambição de ampliar a nossa capacidade de produção, expandir para novos mercados internacionais e continuar a liderar o setor, quer seja na qualidade dos nossos produtos, quer seja em inovação e sustentabilidade. O nosso objetivo é tornar a Fabrimetal uma referência não apenas em Angola, mas em toda a região da África Austral.
Como a empresa planeia continuar a contribuir para o desenvolvimento de Angola e para o fortalecimento da sua posição no mercado global?
Estamos comprometidos em apoiar o desenvolvimento de Angola por meio da geração de empregos, da promoção da indústria local e do fornecimento de materiais essenciais para a construção de um futuro sustentável e próspero.
