“A inspiração foi a família e o amor”

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No universo do empreendedorismo e da literatura, Ana Honrado tem vindo a traçar um percurso singular, marcado pela paixão pelas palavras e pela vontade de impactar positivamente a sociedade. Detentora de uma empresa de tradução, Ana não se limita ao mundo dos negócios. A sua veia criativa levou-a a aventurar-se na escrita, tendo lançado no ano passado, o livro “Almas Gêmeas”. Agora, a sua atenção volta-se para os mais novos, com “Lucas e a Árvore da Paciência” e “O Brilho Eterno da Avó”, publicados no mês passado, a conquistarem de imediato o coração dos leitores, pela sua mensagem e impacto emocional e que a Revista Pontos de Vista veio conhecer. Saiba mais!

 

Como surgiu a sua paixão pela escrita e como conciliou esse caminho com o empreendedorismo na área das traduções?

Sempre gostei de ler e escrever, e também viajar, talvez por isso tenha enveredado pela área da tradução. De certa forma engloba um pouco de tudo isso. E suponho que o salto para a escrita foi algo natural também. Aliei algo que já fazia, escrever, ainda que para e pelos outros e comecei a fazê-lo por mim e para os meus. O partilhar essa escrita deu-se mais tarde… os rabiscos ainda ficaram guardados algum tempo numa gaveta até ter a coragem de os partilhar com o mundo.

 

De que forma a sua experiência empresarial influenciou a sua jornada como escritora?

Optei por editar todos os meus livros de forma independente, ou seja, não o fiz com Editoras tradicionais e não o fiz pura e simplesmente porque uma editora independente me dá toda a liberdade criativa e financeira sobre a obra. Suponho que talvez por estar já habituada a gerir toda a minha carreira/vida empresarial, tendo em conta que trabalho atualmente como tradutora na minha empresa AH TRADUÇÕES, o decidi fazer também na escrita.

 

Depois de “Almas Gémeas”, o que a levou a enveredar pelo universo dos contos infantis?

Tenho algumas amigas que sempre me disseram que devia escrever uma história infantil, principalmente pelo facto de adorar criar histórias que conto ao meu filho todas as noites… histórias estas que se repetem muitas noites, com diferenças, pois não as escrevo e muitas vezes esqueço-me de detalhes… mas estes dois contos em particular escrevi-os para o(s) meu(s) filho(s).

 

O que pretende transmitir às crianças com “Lucas e a Árvore da Paciência” e “O Brilho Eterno da Avó”?

Como dizia anteriormente, escrevi os livros para o(s) meu(s) filho(s). O livro “Lucas e a árvore da paciência” é um livro que visava ajudar o meu filho a compreender e lidar com as emoções dele… fui mãe há um ano, e ele tornou-se, claro, irmão mais velho, e por vezes é difícil gerir tudo aquilo que temos cá dentro. Se para nós adultos o é, imagine-se para uma criança… e o livro visava precisamente ajudá-lo nisso. Já com “O brilho eterno da avó”, escrevi-o não só para eles, como também para mim. A minha mãe faleceu quando o meu filho tinha apenas 3 anos, e infelizmente agora com 5, começa a esquecê-la, e claro a minha filha, que em apenas 1 ano, nunca a conheceu. Ela era a melhor mãe e avó do mundo e por isso gostava que eles tivessem uma forma de a lembrar ou conhecer e foi por isso que escrevi o conto.

 

Como foi o processo de criação dessas histórias? Houve alguma inspiração especial?

A inspiração foi a família e o amor. Os meus filhos e a minha mãe. E suponho que o processo de criação foi muito natural… tinha a intenção de escrever apenas para eles… mas depois de dar os contos a ler à minha irmã, esta incentivou-me a partilhá-los, porque existem muitas outras pessoas (crianças e adultos) a quem poderia agradar a partilha.

 

Como tem sido a receção dos leitores, especialmente das crianças e dos pais?

Confesso que estava algo receosa porque nunca me tinha visto como escritora de contos infantis, mas parece que afinal é mais “a minha praia” do que esperava. A receção tem sido fantástica, as pessoas, adultos e crianças têm adorado. E felizmente tive a sorte de apresentar os livros em duas escolas diferentes, e ver a reação dos miúdos e o entendimento deles das histórias é muito bonito.

 

Houve algum feedback especial que a tenha marcado?

Quando li “O brilho eterno da avó” numa das últimas escolas, uma criança disse-me quando comecei «a história é um pouco triste», e eu sorri, quando terminei, a mesma criança chegou-se ao pé de mim e disse-me «gostei muito, é uma história muito linda e os desenhos também são».

 

Acredita que os livros infantis têm um papel fundamental na educação emocional das crianças?

Acredito que sim. E não só na educação emocional, mas também no gosto pela leitura. Se o mesmo for incentivado com leituras adequadas e enquadradas será muito mais fácil que no futuro se tornem leitores assíduos.

 

Quais os valores mais importantes que tenta incutir nas suas histórias?

Com o livro do “Lucas e a árvore da paciência” que compreendam que é normal sentirmos todo o tipo de emoções. Que elas não são nem boas, nem más e fazem parte de nós… que não são elas que nos controlam, mas nós a elas, e mesmo aquelas que consideramos «menos boas» têm a sua razão de ser e devemos aprender com elas. Em relação ao “O Brilho Eterno da Avó” talvez passar a mensagem de que aqueles que partem nunca nos deixam, vivem nos nossos corações e lembranças.

 

Já tem novos projetos literários em vista? Pretende continuar no universo infantil ou explorar outros géneros?

Atualmente não tenho nada pensado nem rabiscado, estou ainda muito focada no marketing destes dois contos e na receção que o público vem a fazer deles.

 

Que desafios e oportunidades vê no mercado literário infantil em Portugal?

Acredito que é mais fácil atualmente comprarem-se livros infantis que antigamente. O mundo é cada vez mais focado nas crianças, nos seus sentimentos, nos seus futuros, etc. e os livros são uma parte importante do seu aprendizado, para além de que são uma excelente ferramenta para ligar pais e filhos.

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