Um ano depois de ter sido a figura de destaque na Revista Pontos de Vista, Daniela Esteves, CEO da Finpartner, volta à capa da edição de 31 de outubro, dia em que se assinala o Dia Mundial da Poupança. Reconhecida pela sua visão estratégica e pela forma acessível com que comunica temas financeiros complexos, a líder regressa para abordar um tema de crescente relevância social: a literacia financeira — um pilar essencial não apenas para quem gere empresas, mas para qualquer pessoa que deseje viver com mais segurança, autonomia e equilíbrio. Numa conversa franca e esclarecedora, Daniela Esteves reflete sobre o papel da educação financeira desde a infância, os desafios enfrentados por quem inicia a vida adulta sem esse conhecimento, e o impacto que a falta de literacia tem nas decisões quotidianas — desde o orçamento familiar até à sustentabilidade das empresas.
Como define “literacia financeira”? Por que considera que este conhecimento é vital não só para quem gere empresas, mas para qualquer pessoa, em todas as fases da vida?
A literacia financeira é, hoje mais do que nunca, uma competência essencial para a nossa vida.
Ela é definida como a capacidade de compreender e aplicar conceitos relacionados com a gestão do dinheiro. Falamos da gestão de dinheiro nas suas mais variadas vertentes. Desde o planeamento de um orçamento, por exemplo de uma viagem, às decisões de poupança e investimento, à tomada de decisões informadas sobre crédito e consumo, à compreensão de uma declaração de IRS, análise de uma proposta de emprego.
Mais do que saber fazer contas, trata-se de desenvolver uma consciência crítica sobre o impacto das nossas escolhas financeiras no presente e no futuro, e compreender conceitos que nos acompanham no nosso quotidiano.
Este conhecimento é vital porque acompanha-nos em todas as fases da vida. Desde a adolescência, quando começamos a receber o nosso primeiro rendimento, até à idade adulta, onde decisões como comprar casa, investir ou preparar a reforma exigem clareza e responsabilidade. E não é exclusivo de quem gere empresas, pelo contrário, é uma ferramenta de autonomia pessoal. Saber gerir bem os recursos financeiros permite viver com mais segurança, evitar o sobre-endividamento e construir uma vida mais equilibrada.
A literacia financeira deve começar na escola, na juventude ou mesmo mais cedo? Que competências básicas deveriam ser ensinadas em idade escolar para preparar as pessoas para gerir dinheiro, crédito, poupança e risco?
A literacia financeira deve começar, na minha opinião, o mais cedo possível, idealmente ainda antes da juventude, com conceitos básicos introduzidos de forma lúdica e adaptada à idade. Tal como ensinamos hábitos saudáveis ou valores sociais, também devemos ensinar desde cedo a importância de gerir dinheiro com responsabilidade, essa aprendizagem deve começar em casa e ser complementada na escola.
Conceitos como a compreensão do valor do dinheiro e da diferença entre aquilo que necessitamos e o que desejamos, bem como a importância de poupar como forma de preparar o futuro são pilares que deviam acompanhar as nossas crianças desde cedo.
Na fase da adolescência, outros conceitos igualmente fundamentais deviam ser introduzidos no plano curricular, nomeadamente as noções básicas de crédito e juros, para evitar decisões impulsivas e compreender os compromissos financeiros, bem como a gestão de risco. Atualmente somos bombardeados com informação, muitas vezes enganosa, que levam pessoas a investir em produtos de elevado risco, ou a contrair empréstimos ao consumo com custos elevadíssimos, levando a tomadas de decisões precipitadas e com consequências que impactam o futuro.
Estas competências não só preparam os jovens para a vida adulta, como promovem uma relação mais consciente e saudável com o dinheiro. Ensinar literacia financeira na escola é investir numa geração mais informada, mais autónoma e menos vulnerável a armadilhas económicas.
Quais os principais desafios que alguém enfrenta ao iniciar a vida adulta (entrada no mercado de trabalho, crédito, investimento, seguros) sem literacia financeira adequada? Pode partilhar exemplos reais?
Iniciar a vida adulta sem literacia financeira é como jogar num jogo complexo sem conhecer as regras. Os desafios são muitos e podem ter consequências duradouras. Ao entrar no mercado de trabalho, somos desde logo confrontados com uma escolha de grande relevância, que se prende com a nossa capacidade de análise das propostas que nos apresentam. É bastante comum, que numa entrevista de trabalho, sejamos questionados com o que são as nossas expetativas salariais, e a resposta dada pelos candidatos normalmente não tem em conta as deduções que são feitas a título de impostos e segurança social. E no momento de se compararem diferentes propostas, tem-se por tendência a escolher aquela que tem um valor de vencimento bruto maior, contudo, não significa isso, por si só, que será a proposta que nos dará um rendimento líquido maior.
Outro desafio, chega quando os jovens começam a receber o seu primeiro salário, é comum não saibam como gerir o seu primeiro salário gastando-o sem planear, pensando apenas no presente e relegando o tema da poupança para segundo plano.
No crédito, o desconhecimento pode ser ainda mais perigoso. Muitos acabam por aceitar propostas de cartões de crédito ou empréstimos sem compreender as condições e os encargos associados, como taxas de juro ou comissões. O resultado? Endividamento precoce e dificuldade em recuperar o equilíbrio financeiro.
Também no investimento e nos seguros, a falta de literacia leva a decisões impulsivas ou à total ausência de decisão. Recentemente, o Barómetro Hábitos de Investimento dos Portugueses, desenvolvido pelo Doutor Finanças em parceria com o Centro de Estudos Aplicados da Universidade Católica Portuguesa, revelou que seis em cada dez portugueses não investem. E os que investem são bastante conservadores, optando por produtos de baixo risco e retorno reduzido, como depósitos a prazo, Planos Poupança Reforma ou certificados de aforro. Esta aversão ao risco é compreensível, mas também sintomática de uma lacuna de conhecimento — não se investe no que não se conhece, e isso limita o potencial de crescimento financeiro.
Um exemplo real que ilustra bem esta realidade é o de jovens que, ao receberem o primeiro salário, contratam crédito para comprar um carro sem avaliar o impacto das prestações no orçamento mensal. Sem perceberem os custos totais — juros, manutenção, seguro — acabam por comprometer grande parte do rendimento, o que limita a capacidade de poupança e aumenta o risco de incumprimento.
Estes desafios mostram que a literacia financeira não é um luxo, mas uma necessidade. Preparar os jovens para lidar com dinheiro é prepará-los para viver com mais autonomia, segurança e liberdade.
Quais os principais desafios que alguém enfrenta ao iniciar a vida adulta (entrada no mercado de trabalho, crédito, investimento, seguros) sem literacia financeira adequada? Pode partilhar exemplos reais?
A literacia financeira é igualmente essencial no contexto empresarial e profissional, porque uma boa ideia ou um negócio promissor só se tornam sustentáveis quando acompanhados por decisões financeiras sólidas. Para trabalhadores independentes, gestores e empresários, compreender os fundamentos da gestão financeira é tão importante quanto dominar o seu setor de atividade.
Este conhecimento faz diferença em várias áreas do dia a dia de uma empresa, como por exemplo na gestão de tesouraria, para garantir liquidez e evitar ruturas financeiras e excesso de endividamento. Também áreas como o planeamento de investimentos, com análise de risco e retorno, o controlo de custos e definição de preços, essenciais para manter a rentabilidade de um negócio. A gestão fiscal e o cumprimento de obrigações legais, que exigem organização e conhecimento técnico.
Não quero com isto dizer que tem de saber de forma aprofundada tudo sobre este tema, mas devem possuir conhecimentos que permitam, depois em conjunto com especialistas nas diferentes áreas, tomar decisões informadas.
Quando se desconhecem estes temas, é fácil cair em erros comuns: subestimar custos, sobrevalorizar receitas, ignorar indicadores financeiros ou tomar decisões impulsivas que comprometem a saúde do negócio.
De que forma a literacia financeira influencia o sucesso profissional e empresarial, especialmente para quem está a iniciar a sua carreira ou a gerir o próprio negócio? Que riscos decorrem da falta desse conhecimento e como pode ser mitigada?
Sem domínio dos conceitos financeiros, muitas decisões importantes acabam por ser adiadas, mal ponderadas ou tomadas por impulso. Contrair crédito sem avaliar a taxa de juro ou a capacidade de pagamento, investir sem compreender o risco envolvido, não provisionar poupanças para emergências são exemplos comuns de comportamentos que podem comprometer a estabilidade financeira.
Estas decisões, quando negligenciadas, criam vulnerabilidades: o sobre-endividamento, a ausência de reservas para imprevistos, a falta de planeamento para o futuro. E muitas vezes, não é por falta de vontade — é por falta de conhecimento.
Uma orientação adequada pode transformar completamente estes comportamentos. Ao compreender os princípios básicos da gestão financeira, as pessoas passam a tomar decisões mais conscientes, a planear com antecedência e a proteger-se melhor contra riscos. A literacia financeira não impõe restrições — oferece liberdade. Liberdade para escolher com confiança, para crescer com segurança e para viver com mais equilíbrio.
Quais os impactos mais frequentes que observa quando há falta de literacia financeira, como endividamento, insolvência pessoal ou empresarial, decisões precipitadas ou perdas financeiras? Tem casos que possa ilustrar?
A falta de literacia financeira continua a ter impactos significativos na vida dos portugueses, tanto a nível pessoal como empresarial. Entre os efeitos mais frequentes estão o sobre-endividamento, a incapacidade de lidar com imprevistos financeiros e, em casos mais graves, situações de insolvência.
De acordo com o 4.º Inquérito à Literacia Financeira da População Portuguesa, conduzido pelo Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF), apenas 42% dos portugueses conseguiram responder corretamente a três de cinco questões básicas sobre literacia financeira, colocando Portugal entre os países com pior desempenho na União Europeia. Este défice de conhecimento traduz-se em decisões financeiras mal informadas, como contrair créditos sem compreender os encargos associados ou não planear adequadamente o orçamento familiar.
Infelizmente, é uma realidade comum. Todos nós já nos deparámos com situações em que se recorre ao crédito ao consumo sem conhecer as taxas de juro e comissões associadas, o que coloca as pessoas em posições muito delicadas. Para fazer face a estas dificuldades, muitas acabam por contrair novos créditos para pagar os anteriores, entrando num ciclo de dívida difícil de quebrar.
Em termos de endividamento, os dados do Banco de Portugal revelam que, em julho de 2025, o setor não financeiro — que inclui famílias, empresas e Estado — registou um aumento anual de 36,7 mil milhões de euros em dívida. Este crescimento foi impulsionado, em parte, pelo aumento do crédito à habitação, que tem acompanhado a subida dos preços das casas. No entanto, também se verifica um aumento significativo no crédito ao consumo, muitas vezes contraído sem uma análise rigorosa da capacidade de pagamento.
No contexto empresarial, a falta de planeamento financeiro pode ser fatal. É comum, na nossa área, depararmo-nos com vários casos que ilustram a importância de um bom planeamento antes de iniciar qualquer projeto. Frequentemente recebemos pedidos de apoio para elaborar planos de negócios e, ao aprofundarmos o conhecimento sobre o projeto — nomeadamente dados financeiros e análise da concorrência — percebemos que muitos empresários não têm acesso a essa informação. E não são poucas as vezes em que, após a elaboração do plano, se conclui que, apesar de a ideia ser boa, não seria viável financeiramente.
Já acompanhámos casos de pequenos negócios que, apesar de terem um produto ou serviço com procura, acabaram por encerrar por não saberem gerir o fluxo de tesouraria, ou por tomarem decisões precipitadas, como expandir sem capital suficiente ou sem uma análise de risco adequada.
Quais os impactos mais frequentes que observa quando há falta de literacia financeira, como endividamento, insolvência pessoal ou empresarial, decisões precipitadas ou perdas financeiras? Tem casos que possa ilustrar?
Melhorar a literacia financeira não exige grandes recursos — exige, sobretudo, consistência, curiosidade e vontade de aprender. Existem várias práticas simples e acessíveis que qualquer pessoa pode adotar no seu dia a dia:
Planear um orçamento mensal e controlar as despesas: Registar todas as fontes de rendimento e listar as despesas fixas e variáveis ajuda a perceber para onde vai o dinheiro e onde é possível ajustar. Este exercício pode ser feito com uma simples folha de cálculo, mas também existem aplicações — muitas delas disponibilizadas por instituições bancárias — que facilitam o controlo das despesas correntes. O mais importante é manter o hábito de registar e rever regularmente.
Definir objetivos financeiros: Ter metas claras dá direção às decisões financeiras. Uma prática útil é a segregação de contas bancárias por objetivo, o que permite alocar as receitas de forma mais organizada e criar poupanças direcionadas para finalidades específicas, como férias, fundo de emergência ou investimentos futuros.
Simular antes de decidir: Antes de tomar decisões importantes — como contrair um crédito ou aceitar uma nova proposta de emprego — é fundamental simular o impacto que essas escolhas terão no orçamento familiar. Existem diversos simuladores e ferramentas online que permitem analisar diferentes cenários e tomar decisões mais informadas.
Investir em formação contínua: Hoje em dia, há várias formas de nos mantermos atualizados. Desde podcasts e vídeos curtos explicativos, até rubricas televisivas, como o programa Contas Poupança, que traduz temas complexos de forma clara e prática. A nível formativo, existem também opções acessíveis e pouco exigentes em termos de tempo, como o programa Finanças para Todos, que aborda temas específicos de forma muito prática e orientada para o dia a dia.
No entanto, é importante reforçar a necessidade de pensamento crítico. Com a crescente oferta de conteúdos online, é fundamental saber distinguir entre informação credível e discursos populistas ou promessas de soluções rápidas. A literacia financeira constrói-se com base em conhecimento sólido, não em fórmulas mágicas. Por isso, é essencial procurar fontes fidedignas e desconfiar de propostas que prometem ganhos elevados com pouco ou nenhum risco.
O mais importante é começar com pequenos passos e manter o compromisso com a aprendizagem. A literacia financeira constrói-se com o tempo, e cada nova informação pode fazer uma grande diferença na forma como gerimos os nossos recursos.
De que forma podemos promover uma verdadeira cultura de literacia financeira em Portugal/Lusofonia? Que papel devem ter as escolas, empresas e meios de comunicação nesse processo?
As plataformas digitais têm um papel cada vez mais relevante na promoção da literacia financeira, sobretudo pela sua capacidade de democratizar o acesso ao conhecimento. Aplicações móveis, simuladores e conteúdos educativos online permitem que qualquer pessoa, independentemente da sua formação ou localização, possa aprender a gerir melhor o seu dinheiro, tomar decisões informadas e planear o futuro com maior segurança.
Na Finpartner, temos procurado contribuir ativamente para esta missão através de várias iniciativas digitais. Destaco o podcast “Ouvi dizer que…”, onde abordamos temas financeiros de forma descontraída e esclarecedora, com o objetivo de desmistificar conceitos técnicos e aproximar o público da realidade económica. Na nossa APP disponibilizamos alguns simuladores que permitem simular impactos fiscais em certas situações. Participamos também no programa Finanças para Todos, que promove a educação financeira junto de diferentes públicos, e desenvolvemos publicações escritas e vídeos curtos explicativos, focados em temas específicos vocacionados para a compreensão da nossa Fiscalidade que sabemos que altera com grande frequência e que nem sempre é claro para todos o seu funcionamento.
Estas iniciativas refletem o nosso compromisso em tornar a literacia financeira mais acessível, prática e relevante para o dia a dia das pessoas e das empresas.
Observa diferenças na literacia financeira entre gerações, classes sociais ou contextos culturais? Quais os maiores obstáculos nesses casos, como motivação, acesso, compreensão ou mentalidades?
Sim, existem diferenças significativas na literacia financeira entre gerações, classes sociais e diferentes contextos culturais. Estas diferenças não se devem apenas ao acesso à informação, mas também à forma como o dinheiro é percebido e gerido em cada grupo.
Por exemplo, gerações mais jovens tendem a ter maior familiaridade com ferramentas digitais e estão mais abertas a aprender sobre investimentos ou finanças pessoais através de conteúdos online. No entanto, muitas vezes enfrentam desafios como a instabilidade laboral ou a pressão do consumo imediato, o que dificulta a aplicação prática dos conhecimentos, ficando esta geração muitas vezes associada a uma impulsividade inerente à tomada de decisões.
Já gerações mais antigas, embora possam ter hábitos de poupança mais enraizados, por vezes mostram alguma resistência à adoção de novas ferramentas ou conceitos financeiros, como o investimento em produtos mais complexos ou o uso de aplicativos que permitam controlar os seus investimentos.
Em termos de classes sociais, o acesso à educação financeira continua a ser desigual. Quem vive com rendimentos mais baixos enfrenta obstáculos adicionais, como a falta de tempo, recursos ou até motivação para aprender sobre finanças, especialmente quando o foco está na gestão do dia a dia. É por isso que a inclusão de matérias relacionadas com a literacia financeira nas escolas é de extrema relevância, pois permite não apenas preparar os jovens para a sua vida útil, como acaba por ficar acessível a um maior tecido populacional.
Os contextos culturais também têm um peso importante. Em algumas culturas, como em partes da Ásia Oriental (por exemplo, Japão ou Coreia do Sul), falar abertamente sobre dinheiro pode ser visto como indelicado ou até ofensivo, especialmente em ambientes familiares ou sociais. Em certos países da Europa Ocidental, como o Reino Unido, existe ainda uma forte reserva em discutir salários ou património, o que dificulta a partilha de experiências e o acesso a conselhos práticos.
Os maiores obstáculos que observo são a falta de motivação, a complexidade da linguagem financeira, e a ausência de conteúdos adaptados às diferentes realidades e alguma desinformação que é propagada através dos media nomeadamente quando se falam ou noticiam temas complexos de uma forma demasiado simplista. Superá-los exige uma abordagem inclusiva, que valorize a diversidade de experiências e promova o conhecimento como uma ferramenta de autonomia.
Para quem já dispõe de capital ou deseja investir, seja no mercado financeiro, imobiliário ou negócios, que nível de literacia é necessário para mitigar riscos e escolher bem? Que conselhos práticos oferece para quem quer dar esse salto?
Investir exige um nível mais aprofundado de literacia financeira, sobretudo no que diz respeito à avaliação de risco, análise de retorno e compreensão dos instrumentos financeiros disponíveis. Quem pretende dar esse passo deve estar preparado para tomar decisões informadas, com base em dados e não apenas em intuições ou tendências momentâneas.
Independentemente do setor — seja o mercado financeiro, imobiliário ou empresarial — é essencial compreender conceitos como diversificação, liquidez, volatilidade, fiscalidade e horizonte temporal. Estes elementos ajudam a enquadrar cada investimento no perfil e nos objetivos do investidor.
Os conselhos práticos que costumo dar são:
Conhecer o seu perfil de investidor: Antes de investir, é importante saber qual é a sua tolerância ao risco, os seus objetivos financeiros e o prazo em que pretende alcançá-los.
Estudar antes de agir: Investir sem compreender o produto ou o mercado é um dos erros mais comuns. Esse conhecimento pode ser adquirido em formações, ler fontes credíveis e, se possível, consultar especialistas.
Começar com prudência: É preferível começar com montantes mais reduzidos e ir ganhando confiança e conhecimento ao longo do tempo, do que comprometer capital significativo sem preparação.
Diversificar: Não colocar “todos os ovos no mesmo cesto” continua a ser uma regra de ouro. A diversificação ajuda a mitigar riscos e a equilibrar o desempenho global da carteira.
Acompanhar e ajustar: O investimento não termina na decisão inicial. É necessário acompanhar os resultados, rever estratégias e ajustar conforme o contexto económico e os objetivos pessoais evoluem.
Investir pode ser uma excelente forma de fazer crescer o património, mas deve ser feito com responsabilidade e conhecimento.
De que modo um serviço de contabilidade ou consultoria, como o da Finpartner, pode contribuir para elevar a literacia financeira dos seus clientes, fornecendo orientações, relatórios gerenciais ou formação personalizada?
Na Finpartner acreditamos que a contabilidade e a consultoria não devem limitar-se ao cumprimento de obrigações legais ou fiscais, o nosso objetivo é prestar um serviço próximo, que ajude os clientes a compreender melhor a sua realidade financeira e a tomar decisões mais informadas.
Trabalhamos com uma grande diversidade de clientes, desde pessoas singulares a empresas, abrangendo diferentes classes sociais e setores de atividade. Esta diversidade exige uma abordagem personalizada, adaptada às necessidades e ao grau de literacia financeira de cada cliente.
Promovemos um acompanhamento contínuo e próximo, com reuniões regulares onde explicamos questões específicas de forma clara e acessível — seja a leitura de um relatório de contas, a análise de indicadores financeiros ou o impacto de uma decisão de investimento. Sempre que os temas ultrapassam o nosso âmbito de atuação, recorremos à nossa rede de parceiros especializados, garantindo que o cliente continua a ser acompanhado por nós ao longo de todo o processo. Este apoio transversal dá maior segurança e confiança a quem nos procura.
Além disso, procuramos contribuir para a literacia financeira através de formação personalizada, conteúdos educativos que disponibilizamos através da nossa newsletter e redes sociais, e materiais de apoio que ajudam os nossos clientes a compreender melhor os conceitos e a aplicá-los no seu dia a dia.
Acreditamos que, ao capacitar os nossos clientes com conhecimento, estamos a contribuir não só para o sucesso dos seus projetos, mas também para uma sociedade mais informada, autónoma e financeiramente saudável.
Em tempos de crise ou incerteza, como recessões, inflação ou choques externos, como a literacia financeira pode servir como pilar de resiliência individual e empresarial? Que decisões informadas podem minimizar danos nestes momentos?
Em contextos de crise, a literacia financeira torna-se ainda mais essencial — é o que permite agir com clareza em vez de reagir com medo. Saber gerir um orçamento, manter uma reserva de emergência, ou compreender o impacto da inflação nas finanças pessoais e empresariais pode fazer toda a diferença.
Para as famílias, decisões como ajustar despesas, renegociar créditos ou evitar endividamento desnecessário são mais eficazes quando há conhecimento. Para as empresas, a capacidade de analisar cenários, controlar a tesouraria e adaptar estratégias depende diretamente do nível de literacia financeira.
Mais do que prever crises, trata-se de estar preparado para elas. E isso começa com informação, planeamento e disciplina.
Que mensagem gostaria de deixar a quem sente necessidade de melhorar a sua literacia financeira? E qual é a sua visão para o papel da educação financeira no futuro, e a atuação da Finpartner nesse caminho?
A minha mensagem é simples: nunca é tarde para começar. A literacia financeira não é um dom reservado a especialistas, é uma competência que se aprende, passo a passo, e que pode transformar a forma como lidamos com o dinheiro, com os nossos objetivos e até com os imprevistos da vida.
O mais importante é dar o primeiro passo, por mais pequeno que seja. Seja através de ouvir um podcast, de ver um vídeo curto, de participar numa conversa para partilha de experiências ou de frequentar um curso, o conhecimento financeiro está hoje mais acessível do que nunca. E quanto mais aprendemos, mais confiantes e autónomos nos tornamos.
Acredito que a educação financeira terá um papel cada vez mais central no futuro — não apenas como ferramenta individual, mas como pilar de uma sociedade mais equilibrada, informada e resiliente.
Na Finpartner, assumimos esse compromisso com seriedade e proximidade. Continuamos a investir em conteúdos educativos, como o podcast “Ouvi dizer que…”, vídeos explicativos que disponibilizamos nas redes sociais, publicações práticas como por exemplo a nossa rúbrica “Sabia que…” e a nossa participação no programa Finanças para Todos. A nossa missão é clara: tornar a literacia financeira acessível, útil e relevante para todos.


