Com uma abordagem que une ciência, consciência e alma, Júlia Rocha, Coach de Saúde Integrativa, CEO da Júlia Rocha Integrative Health, propõe um diálogo aberto sobre o corpo e as emoções da mulher madura, desmistificando tabus e promovendo uma visão positiva da menopausa como etapa de renascimento e autoconhecimento. No mês em que se assinala o Dia Mundial da Menopausa, a Revista Pontos de Vista convida a nossa entrevistada a dar a conhecer a sua nova Sessão “SOS Menopausa”, um espaço de escuta e orientação criado para apoiar mulheres que enfrentam esta transição com dúvidas, fadiga ou desequilíbrio emocional, ajudando-as a reencontrar bem-estar e propósito através de estratégias práticas e integrativas.
O que representa para si o Dia Mundial da Menopausa e porque é importante falarmos sobre este tema?
É um momento simbólico de combate ao estigma e de valorização da mulher em todas as fases da vida. Representa um convite a resignificar a imagem da mulher madura — não como perda, mas como tempo de sabedoria, autenticidade e liberdade.
Falar abertamente sobre a menopausa é essencial para quebrar o silêncio e a desinformação, garantir acesso a cuidados ajustados e incluir este tema nas políticas e nas conversas do quotidiano. Cuidar desta fase é cuidar da dignidade e saúde de todas as mulheres.
Quais são, na sua visão, os principais mitos que ainda persistem sobre a menopausa?
O maior mito é o de que a menopausa representa o “fim” — da feminilidade, da atratividade ou da vitalidade. Na verdade, é apenas uma nova forma de ser mulher: mais consciente e inteira. Outro mito é o de que esta fase é inevitavelmente dolorosa.
Com acompanhamento e informação, pode ser vivida com equilíbrio e bem-estar. Cada mulher vive esta transição de forma única; por isso, é essencial promover empatia clínica e espaços seguros de partilha. Assim, o tabu transforma-se em conhecimento e poder pessoal.
Como surgiu a Sessão SOS Menopausa e qual é o seu principal objetivo?
Nasceu da minha experiência pessoal e prática como Coach de Saúde Integrativa. Muitas mulheres sentem-se desorientadas e sozinhas nesta fase. A Sessão SOS Menopausa oferece escuta, informação e estratégias práticas para compreender o corpo e gerir sintomas como fadiga, alterações de humor e sono. O objetivo é transformar dúvidas em autoconhecimento, através de coaching, reflexão guiada e ferramentas personalizadas, ajudando cada mulher a reencontrar equilíbrio, propósito e bem-estar.
O Círculo “Mulher, vamos beber um chá?” traz uma dimensão mais comunitária. Como funciona?
Esse círculo nasceu da vontade de criar um espaço de partilha e reconexão. Sentamo-nos em roda, partilhamos um chá e conversamos sobre emoções, transformações do corpo e os desafios do dia a dia. Cada encontro é dedicado a um tema específico e inclui dinâmicas de grupo e práticas integrativas que envolvem mente, corpo e espírito, tudo num ambiente seguro e acolhedor. Por enquanto, o círculo acontece tanto online quanto presencialmente, na Clínica Sana Maresia, na Aldeia da Praia, em Colares. O objetivo é cultivar um sentimento de pertença e sororidade — que cada mulher se sinta vista, apoiada e inspirada a viver esta fase com leveza e poder pessoal.
De que forma o Coaching de Saúde Integrativa influencia o seu trabalho com mulheres nesta fase?
Permite-me olhar para cada mulher de forma integrada — corpo, mente e emoções. A menopausa vai muito além da gestão dos sintomas físicos: requer uma abordagem que envolva nutrição, movimento, sono, regulação emocional e propósito de vida. Em sessões individuais ou em grupo, acompanhamos o reconhecimento dos sinais do corpo, o ajuste de hábitos e a criação de planos de ação realistas. O objetivo é promover autonomia, autoeficácia, autoconhecimento e protagonismo, transformando a menopausa numa fase de crescimento e bem-estar. A sessão SOS Menopausa traduz exatamente esse olhar integral.
A menopausa marca um encerramento biológico, mas também um recomeço pessoal. Como apoia esse processo?
Vejo-a como um convite à reconexão consigo mesma. Acompanho cada mulher a redefinir prioridades, reconhecer padrões e ajustar hábitos de saúde e energia ao novo corpo. Utilizo ferramentas de coaching, inteligência emocional, mindfulness, reflexão, aromaterapia, musicoterapia, chi kung terapêutico para promover equilíbrio e serenidade. O foco é transformar esta transição em oportunidade de crescimento — onde cada mulher se sente empoderada e capaz de viver com vitalidade e propósito.
Quais são os pilares para viver a menopausa com qualidade e equilíbrio?
Falo muito de quatro pilares:
Consciência – escutar o corpo e compreender as mudanças;
Alimentação e movimento – ajustar a nutrição e manter o corpo ativo e forte;
Gestão emocional e mental – praticar mindfulness e práticas mente-corpo-espírito;
Relação e propósito – nutrir vínculos e reencontrar significado na vida.
Quando estes pilares se equilibram, a menopausa torna-se uma fase de autoconhecimento e maturidade emocional — um tempo para viver com sabedoria e amor-próprio.
O que distingue a Julia Rocha Integrative Health no apoio à mulher em transição menopáusica?
A abordagem é profundamente integrativa e personalizada. Cada mulher é acompanhada como um ser completo — físico, emocional e espiritual. Não trabalho com protocolos rígidos, mas com planos flexíveis e empáticos, apoiados pela ciência da medicina do estilo de vida e integrativa. O coaching de saúde combina estratégias de estilo de vida com desenvolvimento pessoal e mindfulness, podendo integrar colaboração com outros profissionais de saúde. O propósito é guiar cada mulher a reencontrar confiança, autonomia e prazer em viver esta fase com leveza e significado.
Como o mentoring e o coaching podem apoiar a autodescoberta feminina na saúde?
São ferramentas complementares e transformadoras. O coaching ajuda a clarificar objetivos e criar estratégias de mudança; o mentoring traz inspiração e direção.
Juntas, promovem consciência, equilíbrio e confiança. A mulher aprende a olhar para a saúde como estado de harmonia, e não apenas ausência de doença. Este processo desperta autoestima e poder pessoal, tornando cada mulher autora da sua própria história de bem-estar.
Como vê a evolução da consciência feminina em torno do autocuidado e da saúde integrativa?
Com esperança. As mulheres estão a resgatar o direito de cuidar de si — não por egoísmo, mas por amor-próprio. Durante décadas fomos ensinadas a cuidar de todos antes de nós. Hoje, compreendemos que o autocuidado é essencial à saúde e à prevenção. A saúde integrativa tem sido crucial nesta mudança, ao unir corpo, mente e emoção numa visão holística. Vejo mulheres mais informadas, ativas e conscientes — uma verdadeira revolução silenciosa, que inspira as próximas gerações.
Que mensagem gostaria de deixar às mulheres que vivem ou se preparam para a menopausa?
Quero dizer-vos: não desistam de vocês próprias. A menopausa é uma transição natural — não uma doença — mas pede novos cuidados, outros ritmos. É tempo de escutar o corpo, ajustar rotinas e acolher as mudanças com gentileza. Pequenas escolhas consistentes têm o poder de transformar o dia a dia. Esta fase pode ser, na verdade, um recomeço — um convite a redescobrir energia, prazer e propósito.
Na Julia Rocha Integrative Health, encontrarão um espaço de escuta profunda, acolhimento e orientação especializada — um lugar onde cada mulher é vista, ouvida e acompanhada com presença e cuidado. Se se sentirem perdidas, ou simplesmente prontas para dar um novo passo, não hesitem em levantar a mão. Estarei aqui para caminhar convosco: www.jrintegrativehealth.com, info@jrintegrativehealth.com

