Célia Rocha, que no momento da aterragem de emergência estava no areal, contou à Lusa que o seu filho e o seu sobrinho, de 10 e 11 anos, estavam na água, onde puderam ver a aproximação da avioneta à praia, a qual “vinha descontrolada”, tendo acabado por aterrar no areal.
“Havia espaço na água e o erro deles [os tripulantes] foi tentar aterrar aqui. A praia estava cheia e viveram-se momentos de pânico”, relatou Célia Rocha, sobre o acidente na praia de São João, na Costa de Caparica, em Almada.
O acidente matou duas pessoas – um homem de 56 anos e uma menina de 8 anos, sem grau de parentesco – que foram colhidas pela aeronave.
Um basquetebolista do Benfica, Nicolas dos Santos, que estava no local do acidente tentou ajudar na proteção dos tripulantes “da fúria dos presentes”.
“A minha mulher correu para junto da criança e não conseguia parar de chorar (…) porque assistiu a tudo e à aflição da mãe abraçada à filha. Foi horrível. Eu corri para ajudar o nadador salvador, pois havia cada vez mais pessoas a chegar à praia e queriam bater no piloto da avioneta e no tripulante, também eles cheios de medo”, afirmou o jogador, citado na página do clube na internet.
“Eu meti-me no meio para tentar evitar que acontecesse outra tragédia. Quis ajudar. A solução não era bater, era manter a calma e esperar que as autoridades, a polícia e a ajuda médica de emergência chegassem. Manter a calma era o mais importante no momento”, acrescentou o basquetebolista.
Os dois tripulantes da avioneta que aterrou de emergência numa praia da Costa de Caparica saíram ilesos da ocorrência e já foram ouvidos pelas autoridades. Ficaram com termo de identidade e residência e serão ouvidos hoje pelo Ministério Público.
A aeronave realizava um voo de instrução que saiu de Cascais e tinha como destino Évora, tendo entrado em contacto com uma torre de controlo reportando uma emergência.