Assumidamente um player de enorme reconhecimento, a Linde Portugal produz e comercializa gases industriais, medicinais e farmacêuticos, oferecendo tecnologia de gases e soluções inovadoras em todas as indústrias e áreas de cuidados de saúde. Assim, de que forma analisa a vossa presença no mercado durante estes anos e quais as mais valias que aportam ao mesmo?
Desde que a Linde adquiriu a Sogás, 1987, que a empresa tem vindo a crescer em termos geográficos e volume de negócio. A Linde trouxe ao mercado português uma abordagem eminentemente técnica com base nas sólidas e inovadoras tecnologias alemãs.
De que forma é que a Linde Portugal, no domínio da mobilidade, tem perpetuado uma dinâmica inovadora com soluções que façam a diferença?
A Linde cobre toda a cadeia de valor do H2, desde a produção às operações de abastecimento e infraestruturas (produção, armazenamento, tratamento e distribuição e estações de abastecimento). Em 2004 participámos no projeto CUTE, nos autocarros movidos a H2 no Porto, e desde então temos investido no desenvolvimento de soluções para a mobilidade a H2, com particular enfoque nas estações de enchimento rápido.
É legítimo afirmar que esta atitude da marca no âmbito da mobilidade, perpetua uma dinâmica de responsabilidade ambiental da mesma?
A Linde tem um papel fundamental na responsabilidade ambiental global e ajudamos os nossos clientes a melhorar as suas práticas ambientais e a reduzirem a pegada carbónica, por isso investimos em tecnologias que reduzem o consumo de recursos naturais e utilizam combustíveis alternativos, investindo num futuro sustentável com o objetivo final de uma mobilidade de emissão zero. Ao mesmo tempo, estamos comprometidos em minimizar a nossa própria intensidade de recursos ambientais, incluindo a energia, água e resíduos.
Em Portugal a Linde tem duas áreas de negócio. Quais os objetivos e de que tipo de recursos é que estamos a falar e em que sentido é que se tornam inovadores para os vossos clientes?
A Marca Linde está presente em Portugal com duas empresas que se dedicam a áreas de negócio distintas, a Linde Portugal, atividade industrial e hospitalar, e a Linde Saúde, prestação de cuidados de saúde ao domicílio.
Face à era digital e ao mundo conectado em que vivemos, queremos continuar a acompanhar as necessidades dos nossos clientes assim como inovar, exemplo disso são os canais digitais que temos vindo a desenvolver e que permitem uma comunicação direta e bidirecional com os nossos clientes. Nos últimos anos temos desenvolvido a tecnologia associada às garrafas de aço convencionais e neste momento conseguimos oferecer ao mercado garrafas com ecrã digital onde, por exemplo, é indicado o volume de gás que se encontra dentro de cada garrafa. Adaptámos válvulas integradas a vários modelos que tornaram possível uma fácil utilização por parte dos clientes e adicionámos códigos de barras que permitiram a realização de uma gestão de stocks mais eficiente. A nossa inovação passa também pela área dos serviços, na criação e desenvolvimento de equipas focadas em melhorias contínuas de processos.
A Linde tem vindo a ser pioneira na implementação do H2 como gás industrial há mais de cem anos numa vasta gama de aplicações. Considera que esta é uma resposta promissora relativamente ao facto de a sociedade enfrentar o desafio de encontrar uma fonte de combustível viável para o setor dos transportes/mobilidade rodoviária em particular?
É verdade, a produção, distribuição, armazenamento e uso em aplicações industriais do H2 é algo que faz parte do nosso dia-a-dia. Seja no sector químico, alimentar, do vidro ou da metalurgia, temos soluções para as várias necessidades dos nossos clientes. O H2 está novamente a ser considerado como uma aposta de alternativa aos combustíveis fósseis e à eletricidade e o nosso know-how dá-nos tranquilidade quanto à segurança e fiabilidade das soluções e equipamentos utilizados no sector da mobilidade. A Linde tem mais de 90 estações de enchimento rápido a funcionar em todo o mundo, tendo já realizado mais de 1 milhão de enchimentos em autocarros, barcos, camiões, carros e submarinos.
Considera que o H2 tem potencial para criar uma cadeia de valor energética sustentável?
Em décadas de pesquisa, desenvolvimento e testes efetuados pela Linde e pelos seus parceiros concluiu-se que a tecnologia do H2 não é apenas viável, ela abrirá oportunidades de mobilidade regenerativas e sustentáveis. Atualmente é a solução mais promissora e que gera menos impacto no ambiente. Globalmente estamos numa fase inicial do processo, mas num cenário de consumo já elevado, por exemplo, se uma estação de enchimento abastecer 100 carros por dia com uma fonte de H2 a menos de 150 km, consegue-se atingir um preço de H2 igual ou inferior ao dos combustíveis fósseis, sem recurso a qualquer tipo de subsídio. O que é necessário é começar a criar a rede de distribuição.
De que forma é que a Linde Portugal tem contribuído nos últimos anos com importantes avanços tecnológicos que aumentam os níveis de desempenho ambiental na produção, armazenamento e consumo?
A nível de desempenho ambiental temos contribuído para a implementação dos vários tipos de normas nesta área melhorando o desempenho do sector. A nível da cadeia de valor dos gases industriais, temos investido em novas unidades de produção mais eficientes, e junto dos nossos subcontratados, em particular na distribuição de gases, colaborando com eles para reduzir o impacto das suas atividades.
No domínio da mobilidade, quais são os principais desideratos para o futuro?
A Linde pretende aumentar a eficiência ao longo de toda a cadeia de valor do H2. Queremos proporcionar opções para a máxima redução da pegada carbónica e oferecer ao mercado a solução ótima “produtor ao consumidor” para fornecimento de H2 com base nos requisitos dos clientes e circunstâncias locais.