A dois dias de saírem à rua, ultima-se a construção dos carros alegóricos, conhecidos pela habitual sátira política e social, de acordo com os acontecimentos que marcam a atualidade nacional e internacional.
Aludindo ao tema deste ano, ‘Carnaval do Futuro’, os criativos colocam os ‘robots’ e seres extraterrestres entre os protagonistas, assim como a tradicional figura do Zé Povinho a ser controlado pela inteligência artificial.
As Jornadas Mundiais da Juventude também são evocadas, com o Papa entre os protagonistas.
No monumento erguido no centro da cidade há um mês, são caricaturados o Presidente da República, o primeiro-ministro, os líderes partidários Pedro Nuno Santos (PS) e André Ventura (Chega) e os presidentes russo e coreano.
O orçamento passou de 930 mil euros, em 2023, para 1,1 milhões de euros, este ano.
“Fruto da inflação e do aumento dos preços, o orçamento teve de crescer, mas uma boa parte da fatia deste orçamento é destinada a segurança e socorro”, afirma à agência Lusa Rui Penetra, administrador da empresa municipal Promotorres, que organiza o evento.
Ao todo, estão mobilizados 1.500 profissionais de segurança e socorro para trabalhar durante o evento.
O Carnaval arranca na sexta-feira com o corso escolar, com nove mil mascarados, de manhã, e a chegada e entronização dos reis, à noite.
Entre sábado e terça-feira, realizam-se os tradicionais corsos diurnos e noturnos, em que desfilam os seis carros alegóricos e milhares de foliões mascarados espontâneos, muitos dos quais disfarçados de matrafonas (homens mascarados de mulheres), como é típico no concelho de Torres Vedras, no distrito de Lisboa.
O evento volta a diversos palcos de animação noturna ao ar livre, com djs e os artistas Romana (sábado) e Augusto Canário (segunda-feira), até às 04:00, continuando a animação até de manhã nos bares e discotecas da cidade.
São estimadas receitas de 12 milhões de euros na economia local.
Em 2023, o Carnaval de Torres Vedras foi inscrito no Património Cultural Imaterial Nacional, por ser considerado ‘o mais português de Portugal’ e se manter fiel às tradições do Entrudo português.