O silicone é uma das soluções mais utilizadas na reconstrução mamária de mulheres que passaram pelo drama de uma mastectomia. No entanto, segundo alguns relatos, nem sempre é a opção mais confortável. Uma alternativa mais acessível e confortável pode mesmo estar a caminho.
A verdade é que para muitas mulheres com implantes mamários, dar um simples passeio quando o tempo está frio pode tornar-se uma experiência desconfortável. Algumas descrevem que sentem algo semelhante a ter uma bola de gelo presa ao peito porque o silicone arrefece e demora a voltar atingir a temperatura do corpo. O que significa que a sensação de desconforto pode durar algumas horas e tornar-se uma lembrança indesejada do cancro de mama. Todos os anos, dois milhões de pessoas em todo o mundo são diagnosticadas com cancro de mama. Muitas são submetidas a um tratamento que envolve, pelo menos, a remoção de uma mama. A maioria prefere não reconstruir os seios e, de acordo com a mesma publicação, a percentagem das doentes que aderem a este método fica pelos 30 por cento.
A boa notícia é que tudo isto pode estar prestes a mudar. Um grupo de startups projetou um novo tipo de implantes, impressos em 3D, que ajudam o organismo a desenvolver novo tecido mamário que depois deverá desaparecer. O primeiro teste humano desta nova tecnologia está agendado para a próxima segunda-feira, 11 de julho, na Geórgia, nos EUA.
“Trata-se de uma solução de implante totalmente biodegradável”, explica Julien Payen, presidente-executivo da startup Lattice Medical, que criou o implante. Acrescentando que “18 meses depois não há qualquer sinal no corpo da paciente que se submeteu ao procedimento”. Se esta solução, chamada “implante Mattisse”, passar nos testes, pode significar um novo começo para muitas mulheres. O desconforto causado pela sensação de frio pode acabar, assim como as complicações associadas à reconstrução mamária convencional.
Existe ainda outro desenvolvimento em curso nesta área que passa pelo aperfeiçoamento de uma técnica de reconstrução que recorre a injeções da gordura da própria pessoa, reforçadas com células-tronco para ajudar o tecido a sobreviver. Neste caso, os médicos ainda estão na fase de debater a segurança da técnica a longo prazo, até porque está em causa um procedimento que pode ter de ser repetido várias vezes.