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“Somos Mais bem-sucedidos se nos Unirmos”

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“Somos Mais bem-sucedidos se nos Unirmos”

A OutSystems é a empresa onde Sofia Barbosa lidera no cargo de Vice-Presidente de Serviços Profissionais Globais. Esta é uma marca que tem como objetivo impulsionar o negócio de cada cliente através de desenvolvimento de software. “A Outsystems é uma Low-Code Application Platform, permitindo o desenvolvimento rápido de soluções e aplicações. O intuito é auxiliar os developers para conseguirem desenvolver de uma maneira mais rápida e menos complexa, reduzindo significativamente o tempo de desenvolvimento e potenciando uma resposta acelerada a necessidades de negócio. A plataforma é também bastante ágil estando construída de forma a ser facilmente integrada noutros ambientes preexistentes. Portanto, a criação de soluções e aplicações com Outsystems poderá ser até sete vezes mais rápido do que com tecnologias tradicionais. É transformador e extremamente necessário no mundo rápido e ágil que vivemos hoje em dia”, inicia a interlocutora. Sofia Barbosa acrescenta ainda que “esta é uma marca que permite ter a agilidade e rapidez no desenvolvimento de soluções que vão suportar a transformação digital e possibilita que as empresas continuem muito ativas e relevantes num mercado cada vez mais digital”.

A verdade é que se muitas foram as vicissitudes provocadas pela pandemia da Covid-19, por outro lado, muitas foram as janelas que se abriram. No seio da OutSystems, por sempre ter sido uma marca visionária, saiu favorecida desta transformação, uma vez que a maioria das empresas “perceberam que precisavam de ter outro tipo de canais que lhes permitisse chegar mais rapidamente aos seus clientes e mercados”, sustenta a entrevistada.

Dia Internacional da Mulher: o caminho da Equidade

Ocupar cargos de liderança nas áreas tecnológicas é ainda algo visto como muito masculino, menos para a nossa interlocutora, que trabalhou durante toda a sua carreira neste setor. “Desde cedo que a minha carreira me encaminhou para as áreas tecnológicas. É um setor que continua em ampla expansão e com elevada importância, sendo extremamente enriquecedor devido a uma necessidade constante de aprendizagem, agilidade, inovação e evolução. Relativamente a aumentar o número de mulheres nas áreas tecnológicas, penso que temos que continuar o caminho de ter mais mulheres a estudarem as áreas chamadas de STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics). Tradicionalmente as raparigas enveredam mais pelas áreas ligadas a letras e humanidades e precisamos de lutar contra ideias pré-concebidas e incentivar mais mulheres a estudarem e enveredarem pelas áreas científicas. Na Outsystems começámos a nossa jornada de incentivar uma workforce diversificada e inclusa com vários programas que temos a decorrer. Começámos pela criação de “awareness” de discutir e falar sobre o tema, lançámos a nossa política de Diversidade, Igualdade e Inclusão e estamos neste momento a trabalhar para ter um efeito multiplicador. Trabalhamos com “Champions” por áreas, temos sessões de formação para managers que começamos em 2021 e este ano esta formação faz parte do nosso plano de formação anual e é ministrada para todos os colaboradores.

Inclusivamente e como a Outsystems anunciou no seu evento anual NextStep em 2021 “temos um compromisso forte com a formação de novos developers de modo inclusivo e por esta razão desenvolvemos parcerias com instituições tais como a Women Who Code, Blacks in Tech e a Australian Computer Society. O nosso programa de Diversidade, Igualdade e Inclusão visa celebrar a diversidade que temos uma vez que queremos ser uma cultura ainda mais inclusiva. Quanto mais diversos formos mais vamos conseguir empatizar com uma carteira de clientes global. E a Outsystems tem crescido muito nos últimos anos e aumentado o seu footprint global”, garante.

Ao longo de todo o seu trajeto profissional e pessoal, Sofia Barbosa enveredou naturalmente por gestão de equipas e liderança, reforçando sempre a meritocracia como grande valor de base. Mas a verdade é que a desigualdade de género é ainda uma problemática muito debatida. A Vice Presidente garante mesmo que já teve que passar por situações “onde tive que assegurar que marcava a minha posição”. Para ela, a melhor maneira de lidar com esta falta de equidade é assegurar que a mulher tem um papel ativo quando se depara com estas situações e assegurar que leva os outros também a entender a sua importância.

Com uma efeméride tão importante como o Dia Internacional da Mulher à porta, Sofia Barbosa acredita que – felizmente – cada vez mais se valoriza a importância desta celebração. Isto porque “a equidade é extremamente importante e ainda temos um longo caminho a percorrer. Estas datas lembram-nos que ainda temos muito por fazer e, por respeito aos que nos conseguiram fazer chegar onde já estamos, temos que continuar a progredir – pela nossa geração e pelas seguintes”, sustenta. Questionada acerca daquilo que ainda falta atingir no nosso país de encontro com a igualdade de género a todos os níveis que ao ser humano diz respeito, a interlocutora, não hesita: “a equidade salarial”. E acrescenta “Portugal está ainda muito longe de estar bem. Mesmo a nível de legislação, devia prevenir-se. Para a mesma função, com os mesmos anos de experiência, porque é que as disparidades ainda são tão grandes? Não se justifica. Há vários estudos que demonstram que numa equipa mais multidisciplinar entre géneros e mesmo raças o produto final é muito mais global e tende a ter muito mais sucesso em escala, num mundo onde os produtos se querem verdadeiramente globais”. E porque não só às mulheres importa relembrar a importância desta celebração, Sofia Barbosa deixou uma mensagem de alento a todos: mulheres e homens, porque a realidade é que a equidade só é possível se ambos os géneros lutarem por essa mesma causa. “Devemos todos ter consciência e ajudarmo-nos enquanto sociedade para continuarmos a progredir. Temos todos um papel a desempenhar e gostava que a minha geração em particular deixa-se uma boa base para que outros possam continuar a construir e evoluir. Somos mais bem-sucedidos se nos unirmos, mulheres e homens”, termina.