A iniciativa, apenas partilhada nas redes sociais, rapidamente se revelou um sucesso e, agora, faz falta que mais empresas se juntem ao movimento, para ampliar quantidades, já que não há desinfetantes disponíveis em grande escala em Portugal.
Este é um período excecional e desafiante para todos. A Covid-19 exige uma ação efetiva, uma prevenção eficaz e a colaboração de todos para que se possam salvar vidas, combatendo o vírus, lutando com todos os meios possíveis.
Sendo conhecida a falta de desinfetantes a nível nacional e as dificuldades na distribuição dos mesmos, seja por rutura de stocks e/ou por demorada reposição em tempo útil, as empresas produtoras de cervejas artesanais e empresas relacionadas com o setor, juntaram-se para oferecer ácido peracético já diluído, e pronto a utilizar, aos Centros de Saúde, Forças de Segurança e de Proteção Civil, Serviços Municipais, outras entidades públicas ou privadas, que trabalhem para a proteção de pessoas e comunidades.
A iniciativa partiu de Hugo Santos, produtor da cerveja Chica, que ao ser alertado pelas Forças de Segurança locais, percebeu que o ácido peracético utilizado para higienizar e desinfetar os equipamentos, poderia ser usado a uma escala alargada, pelas entidades e autoridades portuguesas. Partilhou no grupo fechado de cervejeiros no WhatsApp e rapidamente todos se juntaram, unindo esforços, cedendo stocks, embalagens e transporte. Diogo Trindade, produtor da cerveja Lindinha Lucas e administrador do grupo no WhatsApp, rapidamente escreveu um comunicado que partilhou nas redes sociais, exponenciando o alcance da iniciativa. Foram definidos pontos de entrega de donativos de mais materiais e recolha de ácido peracético pronto a usar nas cidades do Porto, Coimbra, Lisboa e na Margem Sul de Lisboa.
Entre todas as cedências de stocks, oferta de cervejeiros e distribuidores, até agora, já foram disponibilizados cerca de 100 mil litros de ácido peracético diluído, quantidade que pretendem ampliar nos próximos dias. Até agora aderiram a esta iniciativa as seguintes empresas do ramo cervejeiro: Chica, Trevo, Lindinha Lucas, Epicura, Craft Temple Distribuição, Kenga, Gayata, Rima, Piratas Cervejeiros, Velhaca, Post-Scriptum, Fidélis, Tough Love, Biltre, Sovina, Barona, Praxis, Xô Carago, Alvoreada, Ermida, Lince, Açor, Lupum, Colossus, Nortada, Bordalo, Letra, a este movimento solidário juntou-se também a cervejeira de Vialonga, do Grupo Central de Cervejas, bem como a Christeyns, Quimiserve.
As empresas cervejeiras lançam o repto e pedido de apoio a outras empresas, para que também contribuam, criando condições para ampliar a ajuda: faltam embalagens para transporte, como garrafões ou baldes com tampa, embalagens para aplicação do desinfetante, como borrifadores, e falta mais líquido desinfetante, sendo pedido às empresas produtoras e distribuidoras de produtos químicos para desinfeção, que também colaborem para ser possível combater a Covid-19 de forma mais célere.
João Brazão, produtor da cerveja Trevo, e João Calha, da Epicura, garantem que esta ação dos produtores de cervejas pretende contribuir com um serviço fundamental para a comunidade, esperando que seja uma iniciativa abrangente e inspiradora, também para outros setores e empresas, para uma intervenção efetiva a nível local, junto de todas as entidades necessitadas.
E juntos, reforçam que “a cerveja artesanal em Portugal é #MuitoMaisQueCerveja! Podem contar connosco. Nós também estamos a contar com todos”.