Início Atualidade “Acredito que em termos de Expertise, a APOTEC funciona como uma Marca Prestigiante”

“Acredito que em termos de Expertise, a APOTEC funciona como uma Marca Prestigiante”

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“Acredito que em termos de Expertise, a APOTEC funciona como uma Marca Prestigiante”

A Associação Portuguesa dos Técnicos de Contabilidade (APOTEC) é um organismo profissional de classe, autónomo e independente. Tendo em conta as progressivas mudanças no setor, de que forma tem sido viável defender os seus interesses técnicos, profissionais, deontológicos e culturais?
A APOTEC foi fundada no dia 16 de março de 1977, ou seja, há 45 anos, numa época em que pouco ou nada se falava de contabilidade. É um marco histórico, conseguimos ao longo dos tempos conquistar notoriedade para os profissionais e credibilizar a nobre profissão, não só dos técnicos de contabilidade e da fiscalidade, como a de contabilista certificado, e mais ainda na atualidade, procurando recentrar as atividades do contabilista, enquanto parceiros estratégicos das empresas. Conta cerca de quatro mil associados espalhados pelo País, pelas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, e também em Macau. A APOTEC lutou fortemente pela regulamentação dos então designados técnicos de contas (que apenas em 1995 alcançaram o estatuto ou a designação de contabilistas certificados) e ainda a liberdade de escolha destes profissionais. Foram várias as batalhas que travamos, entre elas a de permitir que os contabilistas certificados escolham a(s) formação(s) que quiserem, independentemente da entidade formadora. A APOTEC tem lutado sempre em situações de desigualdade, e sem a força e os meios que outras instituições dispõem, por isso as nossas lutas e conquistas têm ainda mais valor.

Uma das muitas vantagens dos associados da APOTEC são as formações diversas que este organismo desenvolve. Quão importante é, para um contabilista, frequentar estas formações? Considera que o conhecimento é sinónimo de impacto positivo na vida das empresas?
A formação é fundamental para o desenvolvimento tanto do profissional como da sua atividade. A legislação é vasta e muito suscetível a alterações anuais, fazendo com que a formação seja essencial ao longo da vida. É o refresh de qualquer profissão, aliás, de qualquer pessoa. Valorizar o profissional através da formação é dotar as organizações de capacidade de criação de valor, e atualmente, na maior parte dos casos, basta ter acesso a meios digitais. Melhorando competências, potencia-se uma maior produtividade e, por conseguinte, uma melhoria da competitividade das empresas. E não só das empresas. Dou-lhe outro exemplo: recentemente criou-se um apoio específico aos Associados na área da Justiça Tributária e Contencioso. Por via de protocolos com algumas entidades do setor público, é frequente haver funcionários da Autoridade Tributária e Aduaneira entre os participantes. Também estes têm dúvidas, porque a legislação muda e porque não é fácil dominar todo este sistema tributário. Ao contribuirmos para um melhor conhecimento das entidades públicas, estamos também a contribuir para uma melhor relação com os contribuintes, e para uma melhor cidadania.

Certo é, este conhecimento leva, com toda a certeza, a uma liderança mais vincada no mercado. Sendo Presidente da APOTEC, de que tipo de liderança o setor da contabilidade necessita atualmente e que incentivos o organismo oferece aos seus associados?
Sou Presidente da APOTEC desde o início deste ano, mas integro a APOTEC desde o final do ano 2000 (ver caixa). A Contabilidade precisa de uma liderança que apoie e dignifique os seus intervenientes, e que atraia mais profissionais. Quantos jovens dizem atualmente que querem ser contabilistas (certificados)? Paradoxalmente a maior parte dos portugueses, singulares ou coletivos, recorrem a contabilistas. Através da APOTEC Academia desenvolvemos cursos de preparação para o exame de contabilista certificado, não só no apoio aos temas dos exames como também construção e defesa da ética profissional.

A verdade é que a APOTEC salienta diversas vezes que a razão da existência da Associação é precisamente os seus associados. Em que medida esta liberdade associativa se traduz no espaço plural, de ensino e partilha de conhecimento, de apoio e ajuda especializada, que é a APOTEC?
A essência da APOTEC são os seus associados, que podem ser contabilistas, técnicos de contabilidade, consultores, docentes, empresas, todos os que se enquadrem nos termos do estatuto. É essa uma das muitas caraterísticas diferenciadoras da liberdade de associação que o 25 de Abril nos trouxe, mas acrescida de responsabilidade. Ser associado da APOTEC é muito mais do que a formação, é ter apoio contínuo e estamos a falar de uma quota de €4 por mês (para singulares) e de €19 (por mês) para empresas. Além das formações – sendo uma delas gratuita, oferta aos novos associados – oferecemos apoio técnico gratuito que responde a todas as dúvidas contabilísticas, fiscais, jurídicas e laborais; desenvolvemos parcerias em áreas de impacto na atividade dos profissionais como por exemplo na área dos seguros, tecnologia, educação, saúde; uma revista digital técnica gratuita, entre muitos mais benefícios e uma disponibilidade permanente para ouvir e apoiar os Associados.

Muitas são, de facto, as iniciativas desenvolvidas pela Associação, no sentido de unir os profissionais e associados em prol de projetos que visam soluções que possam, de forma continuada, contribuir para o engrandecimento profissional, científico e cultural. Que programas e assuntos a debater estão planeados para os próximos meses?
Estão algumas iniciativas agendadas e espalhadas pelo País no âmbito dos 45 anos da APOTEC, nomeadamente um ciclo especial de conferências, formações em áreas preponderantes da economia digital, encontros associativos e novas parcerias. Haverá a distinção dos associados fundadores bem como a entrega dos prémios anuais para trabalhos sobre contabilidade. Acredito que em termos de expertise, a APOTEC funciona como uma marca prestigiante.

Entre as várias matérias relevantes na atualidade e no seio contabilístico está o Orçamento do Estado para 2022. Em várias áreas, o mesmo, propunha para o país uma linha de continuidade, trazendo, ainda novidades. Como analisa esta proposta? Na sua perspetiva, que economia teremos em 2022?
Com uma pandemia, numa economia que já estava comprometida, só se ter seis meses de OE não abona. Fala-se de “retoma progressiva” e esquecendo que não produzimos para comer. A nossa economia precisa de se recentrar nas necessidades do país, apoiando as empresas e o seu desenvolvimento produtivo. Precisamos de inverter a tendência de receita fiscal e controlar a despesa pública. Por outro lado, esta pandemia trouxe uma novidade nos centros de emprego, que são pessoas altamente qualificadas sem qualquer resposta por parte do IEFP. Pessoas que pelas suas habilitações não são candidatas a programas como o “Ativar”. Também aqui se desperdiça recursos. Para quando um assumir de responsabilidades no quadro da governação?