A Comunidade In Women’s World acaba de ser lançada na cidade do Barreiro, qual o propósito e papel esperado na promoção e estimulação da união em rede de Mulheres Empreendedoras?
A In Women’s World é uma Comunidade que tem como propósito capacitar e otimizar as valências do público feminino através de uma rede sólida de parcerias e cooperação entre Mulheres Empreendedoras nas suas diversas ocupações. Pretendemos fomentar o seu crescimento pessoal e profissional, mediante o apoio à concretização das suas ideias de negócio, expansão e capacidades de liderança, com ações de formação, eventos, parcerias e atividades networking que vamos desenvolvendo.
Temos uma estrutura flexível e de gestão compartilhada entre a direção e as embaixadoras, que assumem um papel fundamental na dinamização dos programas e iniciativas que promovem a interação entre as Membros. Através destes fomentamos o enriquecimento e desenvolvimento pessoal e profissional das Empreendedoras mediante partilhas de conhecimento, experiência e referências, por meio de diferentes ferramentas e metodologias na vertente técnica e comportamental, com base nas competências de outras Empreendedoras, Parceiros, Instituições credenciais Mentores.
Através de uma plataforma dinâmica e canais digitais as Empreendedoras podem encontrar apoios necessários para criar e gerir uma empresa, trocar experiências, promover as suas marcas e fomentar parcerias.
Queremos impulsionar uma Nova Geração de Mulheres Empreendedoras, contribuindo para um maior equilíbrio entre a sua vida pessoal e profissional.
Como surge a ideia de criar esta Comunidade e porquê na cidade do Barreiro?
Na verdade, é um projeto antigo que não vingou e que, após alguma maturação, no decorrer deste último ano, me decidi a repensar e a criar uma nova metodologia mais abrangente, com um propósito que servisse de alavanca ao desenvolvimento pessoal e profissional da Mulher Empreendedora.
De alguma forma acaba por ser um reflexo do que vivi e tenho experienciado no meu percurso de vida, nomeadamente aquando da tomada de decisão de criar o meu próprio emprego. Após 18 anos vinculada a grandes multinacionais deparei-me com a possibilidade de seguir o meu caminho, organizar a minha vida familiar, já com 4 filhos, e fazer o que mais gosto: comunicar e lidar com pessoas. Acreditando sempre na viabilidade de ter uma agência de comunicação própria, assente na minha experiência e bons contactos no meio, foi o foco e a persistência que me levaram a ultrapassar algumas adversidades que também fui encontrando pelo caminho e, que naturalmente, me foram abalando. A oportunidade de me poder apoiar em outras empreendedoras e demais parcerias, que fui consolidando na minha rede de networking, foi fundamental para poder crescer e desenvolver as competências fundamentais para me tornar uma profissional de referência, mais confiante, independente e capacitada, para ser dona do meu próprio negócio.
Percebendo que muitas outras mulheres se revêm nesta minha incursão e vontade de fazer mais pela vida, desafiei-me a mim própria, a criar uma Comunidade de Empreendedorismo conjuntamente com um grupo de mulheres, igualmente empreendedoras, que acreditam na força da entreajuda e combinação de sinergias.
O Barreiro não foi uma coincidência, mas uma opção pensada e por convicção. Com a minha mudança de vida para esta cidade, rapidamente percebi o potencial que tem a nível social e económico e, claro, pelos laços que vou criando diariamente, interação com novos parceiros, e, principalmente, contacto com muitas mulheres empreendedoras que tenho conhecido e que são uma verdadeira inspiração.
Esta feliz combinação traduziu-se na formalização da Comunidade IWW, que pela sua génese e propósito tem o apoio de diversas entidades locais.
No próximo dia 19 de novembro, comemora-se o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. Primeiramente, qual a relevância que esta efeméride tem e deve continuar a ter a nível mundial e que mensagem é que esta data deve passar?
A relevância deste dia prende-se com o facto de ser uma data que celebra e incentiva o protagonismo de mulheres no campo empresarial, seja como donas do seu próprio negócio ou em funções de relevância e chefia. Se na verdade não sou grande apologista de datas dedicadas a assuntos que devem ser encarados como normalidade, por outro lado, considerando-as, ainda existentes, divergências no que respeita à equidade de género, nomeadamente no que respeita ao ambiente empresarial, nunca é demais homenagear as mulheres empreendedoras que, diariamente, se reinventam, desafiam, encaram as adversidades como desafios, criam negócios, inventam e inovam… fazem acontecer!
Temos vindo a assistir a uma evolução gradual das políticas e medidas que visam concretizar o tratamento de homens e mulheres de forma igual, tanto no enquadramento social, como profissional. Mais uma vez, algo que deveria de ser a normalidade… sendo que considero igualmente importante avaliar o facto do homem e da mulher serem naturalmente diferentes, apresentando características e aptidões diversas entre si. Levando isto em consideração, o esforço posto no empoderamento da mulher na sociedade e no trabalho não deverá acontecer no sentido de atenuar estas características que lhe são próprias, mas sim em se estabelecer uma igualdade de oportunidades, para que a mulher possa ser aquilo que naturalmente é e, através disso, potenciar a sua participação a todos os níveis.
Qual é a importância do Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino para uma mulher empreendedora que fundou o seu próprio negócio?
Encaro este dia mais como uma homenagem a todas as mulheres que não cruzam os braços face às adversidades e que veem os desafios como uma oportunidade para darem o salto e fazerem algo de diferente na e pela sua vida. Independentemente de criarem um negócio próprio ou de integrarem uma outra organização.
Na generalidade, somos cada vez mais autónomas, financeiramente independentes e seguras das nossas capacidades e competências, reflexo do atual elevado número de Mulheres Empreendedoras com negócios próprios a nível mundial. Este movimento tem provocado transformações no mercado de trabalho, trazendo inovação, ideias diferenciadoras e, naturalmente, quebrando alguns paradigmas quanto à capacidade de liderança da mulher.
Havendo ainda um longo caminho a percorrer em termos sociais e comportamentais, é também evidente o crescimento no investimento no talento feminino.
Como posiciona a Comunidade IWW neste paradigma sociocultural e económico?
Como referi anteriormente, a In Women’s World é uma Comunidade de Empreendedorismo Feminino que se apresenta como uma organização que pretende estimular e unir em rede Mulheres Empreendedoras com o mesmo espírito e visão, fomentando o crescimento económico da sua região, mediante apoio à concretização das suas ideias de negócio e expansão, através de ações de formação, eventos, parcerias e atividades de networking.
Como apoio ao enriquecimento e desenvolvimento pessoal e profissional das Empreendedoras promovemos a partilha de conhecimento, experiência e competências por meio de diferentes ferramentas e programas de apoio técnico e comportamental, com base nas competências de outras Empreendedoras, Parceiros, Instituições credenciadas e Mentores. A essência da IWW assenta numa plataforma onde as Empreendedoras podem encontrar apoios para criar e gerir uma empresa e, além disso, beneficiar de outros materiais necessários para desenvolver o seu caminho de empreendedora, como é o caso da formação, identificação de financiamento, colaboradores, fornecedores, contactos e outras informações de apoio à criação e/ou expansão de negócios.
No dia do lançamento da In Women’s World foi realizado um cocktail com momentos de partilha e networking. Qual a importância deste género de eventos na promoção desta realidade?
Neste caso em particular, o cocktail surge como forma de enquadramento e conexão das Mulheres que aceitaram o convite para vir conhecer a In Women’s World, no dia 27 de outubro de 2022.
Assumindo que estes momentos de networking são fundamentais e parte integrante da proposta de valor da Comunidade IWW, como forma de otimizar contactos e sinergias, o fundamento e propósito que queremos aportar vai mais além, através de um conjunto de programas, mentorias, workshops e leque de parceiros que vão apoiar o crescimento pessoal e profissional de cada empreendedora, de acordo com o seu estado e objetivo.
O networking vai acontecer de forma natural, ao estarem juntas em alguns dos programas selecionados, iniciativas, eventos e canais digitais onde comunicam entre si. É uma ferramenta que favorecer a partilha de experiência, criação de novas oportunidades, diversidade de negócios, novas relações pessoais.
Ainda analisando o futuro, qual será o papel da Comunidade In Women’s World, neste desígnio de apoio às Mulheres Empreendedoras?
Acima de tudo pretendemos inspirar e promover a liderança feminina e a igualdade de género na sociedade, através do desenvolvimento e expansão dos seus negócios, por meio de diferentes ferramentas e programas de apoio técnico e comportamental. Queremos ‘criar’ uma Nova Geração de Mulheres com voz ativa e capacitada para assegurar a sua independência pessoal e financeira.
E é neste contexto que convidarmos todas as Empreendedoras a entrar no Mundo IWW: Vem Desafiar, Acreditar e Empreender!
Que mensagem gostaria de deixar a todas as Mulheres que alcançaram aquilo que pretendem e, mais importante ainda, às Mulheres que pretendem crescer e singrar? Porque nunca podem desistir dos seus sonhos?
Começo por partilhar uma frase de uma mulher que marcou uma geração, quebrando com todas as regras e paradigmas da sociedade, quando decidiu dar um rumo à sua vida: ‘Uma mulher pode ser duas coisas: quem e o que ela quiser’. Coco Channel é para mim uma verdadeira inspiração e heroína na persistência, perspicácia e fiel às suas convicções. Superou dificuldades e obstáculos, sem ir contra os seus princípios, mantendo-se confiante nas suas escolhas e objetivos.
E é esta a mensagem que deixo a todas as mulheres, independentemente da idade, origem ou posição, o importante é ter ambição e objetivos na vida. Os desafios são um teste à nossa inteligência e capacidade de resiliência. E sobre isso não tenho dúvidas… somos mestres em ultrapassar!