“A HRV tem tido uma Visão estratégica de investimentos contínuos”

Em entrevista à Revista Pontos de Vista, Pedro Veríssimo, Administrador da HRV – Equipamentos de Processo, falou-nos sobre os serviços e soluções integradas, inovadoras e sustentáveis que a marca disponibiliza atualmente e ainda sobre a ligação que a mesma mantém com o mercado angolano, destacando as oportunidades setoriais deste país.

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A HRV é especialista na conceção, instalação e manutenção de processos industriais para os segmentos das fábricas / unidades de alimentos compostos para animais (ração), unidades de processamento de cereais, unidades de processamento de biomassa (carvão / churrasco, pellets para energia, transformação de resíduos em fertilizante orgânico, triagem e valorização de resíduos sólidos). Desde a sua fundação, que fatores têm distinguido esta empresa no mercado?
O reconhecimento e foco nas necessidades dos clientes, recursos humanos qualificados com uma vasta equipa de técnicos e parceiros tecnológicos fortes e fiáveis.
Além disso, a HRV tem tido uma visão estratégica de investimentos contínuos que permitiu superar os desafios ao longo de décadas e fortalecendo a sua posição e marca no mercado.

Assim, a HRV oferece ao cliente um serviço de soluções integradas, inovadoras e que se pretendem sempre mais sustentáveis. De que forma tem sido possível, ao longo dos tempos, aliar estas três componentes?
A HRV teve, desde a sua existência, uma visão estratégica de forte investimento interno e nas parcerias celebradas. Apostamos na formação contínua da equipa de recurso humanos, dotamos a empresa com recursos tecnológicos, digitalização dos processos, adaptação de modelo gestão, aliado a parcerias com Universidades, Politécnicos, empresas e Centros tecnológicos permitindo troca de conhecimentos e soluções com maior criação de valor.

Face aos desafios que se colocam hoje no mercado, quão importante tem sido a experiência acumulada e os investimentos sustentados feitos ao longo do tempo em I&D, formação, equipamentos e instalações?
Consideramos que são fatores-chave para que estejamos a completar em 2023 41 anos de existência.

Sabemos que, em 2017, a HRV começou a dar passos significativos no mercado angolano. Como define a ligação e o caminho que a empresa tem percorrido entre Portugal e Angola até então?
A primeira experiência da HRV no mercado angolano foi no final dos anos 90, início do ano 2000, em que não teve os resultados esperados. Voltámos ao mercado angolano em 2012, onde nos mantivemos com projetos ativos até 2017. Posteriormente, com a crise do preço do petróleo e alterações governamentais em Angola que causaram grande instabilidade no mercado, o que levou ao adiamento de projetos em curso na área agroindústria e que por consequência, a diminuição de alguns investimentos da HRV.  Mesmo assim, a HRV acredita no potencial deste mercado e nunca deixou de marcar presenta em feiras, promover visitas e reuniões técnico-comerciais com as potências clientes para apresentar as melhores soluções. Como tal, estaremos presentes, uma vez mais, com um stand na maior feira multissetorial de Angola em julho de 2023, participação conjunta com outras empresas portuguesas, com a AEP e AICEP, com o objetivo de crescer e instalar uma estrutura local.

A instalação de unidades de transformação de biomassa, no ramo das energias alternativas, foi um dos negócios que a HRV pretendeu desenvolver em Angola, devido ao enorme potencial do país. Que oportunidades setoriais foram encontradas neste mercado?
As unidades de aproveitamento de biomassa, para exportação, valorizando um produto local, será um negócio de futuro, potenciando um negócio de valorização, de exportação, de entrada de divisas no país, visto que os clientes finais para este tipo de produto são as fontes económicas da Europa do Norte e Japão / Coreia, que necessitam de energia verde.

No passado dia 17 de maio, foi realizado o Fórum Económico Portugal-Angola, sob o mote “Construímos relações sólidas”. Sendo Administrador de uma marca com «tradição» em ambos os países, em que medida esta iniciativa demonstra ser uma oportunidade para promover esta relação?
Estes eventos são relevantes para fortalecer as relações entre países, mas consideramos ainda mais importante uma definição clara dos Governos e das várias entidades, que financiam os projetos, se apresentem e expliquem à indústria qual será o foco para os próximos anos.

No âmbito da realidade da HRV, como perspetiva o futuro da marca no plano nacional e angolano? Que novidades serão incrementadas?
A HRV continua a investir em novas soluções que estão alinhadas com a temática, atual e incontornável da Sustentabilidade e Economia Circular, nomeadamente para o mercado ibérico, com o desenvolvimento de reatores pirolíticos, para que se possam valorizar biomassas residuais e outros materiais. Valorizar, transformando-os em carbono (fonte de energia) e ainda, por outro lado, aproveitando a libertação de gases (metano, hidrogénio) a serem usados e processados de várias formas, com tecnologias de outras empresas portuguesas.
Em Angola, continuaremos a apresentar soluções tecnológicas completas para projetos para unidades industriais de transformação de alimentos compostos para animais (rações) e alimentação humana (as farinhas), cada vez mais eficientes energeticamente.