“Um bom Engenheiro não deve, nem pode estar sujeito à avaliação do género”

Albertina Gil, Serviço de Hidráulica e Ambiente.

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A Albertina Gil é licenciada em Engenharia Zootécnica. Como analisa, atualmente, a questão da igualdade de género no mundo da Engenharia? Na sua perspetiva, o que urge melhorar?
O preconceito de género no mundo da Engenharia ainda é atualmente uma realidade. No entanto, a ideia de que só os homens poderiam ser engenheiros, é uma realidade do passado, sendo que cada vez mais mulheres optam pelos diversos setores da engenharia, integrando atividades tradicionalmente dominadas pelos homens.
Um bom engenheiro não deve, nem pode estar sujeito à avaliação do género, mas sim à capacidade de a pessoa ser capaz de desenvolver soluções inovadoras, empenhar-se nos trabalhos que lhe são atribuídos, na vontade de adquirir novos conhecimentos e contribuir para a solução final de um projeto “excelente”, sendo uma mais-valia para a empresa.
Observo com agrado que atualmente são cada vez mais as empresas empenhadas em fazer a diferença e a avançar com boas-práticas internas inovadoras que procuram ultrapassar, de forma efetiva, os obstáculos que ainda se impõem às mulheres no domínio da engenharia, proporcionando oportunidades de formação, de progressão na carreira e de igualdade de oportunidades e de igualdade salarial.
É preciso mudar mentalidades, dar a conhecer em casa, nas escolas, nas universidades e mesmo ao nível das empresas, que a Engenharia é um mundo em que as mulheres também conseguem progredir nas suas carreiras profissionais, também conseguem desempenhar as mesmas competências técnicas de um homem e que serão igualmente valorizadas nas empresas em que irão trabalhar.
A mudança de mentalidade tem de estar suportada por políticas e práticas que promovam a igualdade de género e que sejam eficazes no combate as múltiplas desvantagens de que as mulheres, ainda sofrem, apenas por serem mulheres.

Sabendo que trabalha no Serviço de Hidráulica e Ambiente na TPF Consultores, de que forma esta é uma marca que cria um ambiente positivo para as Mulheres Engenheiras?
A TPF reconhece que, para além do trabalho que diariamente desenvolvemos na área da Engenharia, existe a parte familiar. Nesse sentido, tem políticas que nos permitem dar assistência à nossa família, nomeadamente permitindo a flexibilidade de horário, o teletrabalho e a compensação de horas.
Trabalhando num departamento de Ambiente, não posso deixar de referir, que apesar das diferenças de género que a TPF tenta combater, o ambiente de trabalho entre colegas dos vários géneros é excelente.