Estúdios e argumentistas de Hollywood chegam a acordo para acabar com greve que dura há quase cinco meses

O WGA (Writers Guild of America) anunciou o acordo num comunicado conjunto com a AMPTP (Alliance of Motion Picture and Television Producers), grupo que representa Netflix, Amazon, Apple, Disney, Warner Bros. Discovery, NBC Universal, Paramount e Sony, publicado no domingo.

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O acordo “foi possível graças à solidariedade duradoura dos membros do WGA e ao apoio extraordinário dos sindicatos parceiros que se juntaram aos piquetes durante mais de 146 dias”, disse o WGA, num e-mail enviado aos membros.

O acordo, que será válido durante três anos, foi alcançado após uma maratona de cinco dias de negociações e tem de ser aprovado pela liderança e pelos membros do WGA antes da greve terminar oficialmente. Assim que isso acontecer, produções como ‘talk-shows’ vão poder regressar.

A atriz e apresentadora Drew Barrymore já tinha, em meados deste mês, anunciado que ia voltar a gravar o ‘talk-show’ diurno sem a presença dos argumentistas em greve, e embora não estivesse tecnicamente a romper a greve, a decisão foi muito contestada.

No entanto, a indústria televisiva e cinematográfica de Hollywood vai continuar longe do normal, uma vez que a greve dos atores vai continuar e não foram retomadas as negociações entre o sindicato dos atores SAG-AFTRA e os estúdios.

Num comunicado, o SAG-AFTRA deu os parabéns ao WGA por chegar a acordo “após 146 dias de incrível força, resiliência e solidariedade nos piquetes”.

“Embora estejamos ansiosos por analisar o acordo provisório entre o WGA e a AMPTP, continuamos comprometidos em alcançar os termos necessários para os nossos membros”, sublinhou o sindicato.

O SAG-AFTRA continuou “a exortar os CEO [presidente executivos] dos estúdios e plataformas e a AMPTP a voltarem à mesa e fazerem um acordo justo”.

A greve de argumentistas e atores em Hollywood já custou à Califórnia cerca de cinco mil milhões de dólares (4,7 mil milhões de euros), de acordo com o Milken Institute.

Cerca de 11.500 membros do WGA iniciaram, a 2 de maio, uma greve devido a questões salariais e ao uso de inteligência artificial na criação de argumentos.

Atores e argumentistas querem garantir que os estúdios não vão usar Inteligência Artificial (IA) para os substituir e querem receber pagamentos residuais no modelo de transmissão através de plataformas como a Netflix.

Anteriormente, estes pagamentos eram dados aos artistas de receitas provenientes de séries ou filmes licenciados para mercados internacionais ou retransmitidas na televisão.

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Revista Pontos de Vista Edição 130

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