“O Setor Imobiliário continuará a evoluir com a mudança de paradigma trazida pela tecnologia e inovação”

A tecnologia e a inovação são dois pilares que vieram para ficar e que se aplicam em todos os setores de atividade, sendo que a área do Imobiliário não «foge» a esse desígnio, sendo até legítimo afirmar que o mesmo não passa sem esse «toque» tecnológico. Sobre esta matéria, e outras, a Revista Pontos de Vista esteve à conversa com Joana Resende, CEO da Century 21 Arquitectos Porto e Gondomar, que revelou como “a Inteligência Artificial pode automatizar com sucesso uma variedade de processos no setor imobiliário”.

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O setor imobiliário passou por uma transformação significativa nos últimos anos devido ao avanço tecnológico. Enquanto CEO da Century 21 Arquitectos Porto e Gondomar, de que forma é que a marca tem sabido trilhar este caminho da inovação?
A CENTURY 21 Arquitectos tem estado na vanguarda da inovação no setor imobiliário, adaptando-se às mudanças tecnológicas. A nossa abordagem tem sido a de incorporar novas tecnologias para melhorar a experiência do cliente e a eficiência dos nossos serviços. Utilizamos ferramentas avançadas para a gestão da equipa, marketing digital personalizado e formação dos nossos agentes nas últimas tendências do mercado.
Também devo realçar o investimento da CENTURY 21 Portugal nesta área, nomeadamente a criação da App CENTURY 21. Esta aplicação torna a procura dos imóveis numa experiência mais fácil, eficiente, cómoda, transparente e com vantagens e ofertas exclusivas para utilizadores registados. A aplicação recorre à Inteligência Artificial para revolucionar a forma de procurar, comprar ou vender uma habitação e transforma todo o processo de transação imobiliária, numa experiência rápida, eficaz e simples, quer para o comprador, quer para o vendedor.
E porque a marca acredita que o fator crítico de sucesso passa pela criação de valor tangível para o consumidor, a App CENTURY 21 integra também uma loja online (C21Store), com vantagens e ofertas exclusivas para utilizadores registados, como serviços a nível nacional ou local, e produtos úteis para todos os aspetos inerentes à vivência numa casa.

Sabemos que a internet tornou-se, com o dito avanço tecnológico, a principal fonte de pesquisa de imóveis. Em que medida a tecnologia e a inovação têm facilitado a pesquisa e a própria compra dos mesmos?
A tecnologia e a inovação tornaram a pesquisa e a compra de imóveis mais acessíveis e convenientes do que nunca. Através de websites e aplicações imobiliárias, os compradores podem explorar uma ampla variedade de propriedades, visualizar fotos e vídeos, obter informações detalhadas e até mesmo realizar visitas virtuais. Além disso, a análise de dados ajuda a otimizar a pesquisa, sugerindo propriedades com base nas preferências do comprador, o que poupa tempo e torna o processo mais eficiente.

A própria análise de dados vai muito além da superficialidade, sondando os movimentos subtis e os ritmos subjacentes que regem os preços dos imóveis, as necessidade e preferências do mercado. Assim, o que é que esta análise de dados e a inteligência de mercado desvendam e antecipam?
A análise de dados e a inteligência de mercado revelam tendências de preços, preferências dos compradores e oportunidades de investimento. Isso permite antecipar movimentos no mercado imobiliário, identificar áreas em crescimento e ajustar estratégias de preço de acordo com a procura. Esta análise aprofundada dos dados é essencial para tomar decisões informadas e maximizar o retorno sobre o investimento.

A tecnologia tem vindo, também, a encurtar as distâncias, permitindo transações imobiliárias que vão além-fronteiras. Que mais-valias as transações online trazem ao comprador internacional, por exemplo? É legítimo afirmar que esta possibilidade também reduz barreiras geográficas?
As transações online têm encurtado efetivamente as distâncias e reduzido barreiras geográficas para compradores internacionais. Eles podem explorar propriedades, receber informações detalhadas, participar de visitas virtuais e até assinar contratos remotamente. Isso proporciona maior comodidade e acesso a mercados estrangeiros, tornando o processo de compra mais fácil e acessível.
Em 2020, na sequência da pandemia, a CENTURY 21 Portugal lançou uma nova versão da aplicação, permitindo realizar todos os processos inerentes a uma transação imobiliária, de forma totalmente digital, sendo a escritura do imóvel a única função que necessita de ser realizada presencialmente no notário. Essa aplicação ainda é muito utilizada atualmente, com procedimentos feitos com base em certificados de autenticação digitais, que garantem os mesmos níveis de segurança de uma operação de internet banking. A aplicação recorre, pois, à inteligência artificial que interage e orienta o utilizador em todas as fases do processo, desde a recolha de informação sistematizada sobre o utilizador até ao tipo de habitação que este pretende.

Mas não fiquemos por aqui. O setor imobiliário, atualmente, também começa a ter presença assídua nas redes sociais, através do Marketing e da promoção de imóveis nesse sentido. Considera que este novo conceito de promoção alcança um público mais amplo e específico? O que é que o Marketing tem feito pela Century 21 Arquitectos Porto e Gondomar?
As redes sociais são usadas tanto para promover imóveis quanto para promover a nossa empresa. E além das estratégias tradicionais de marketing, utilizamos tecnologias avançadas para oferecer experiências imersivas aos nossos clientes.
A tecnologia de visitas 3D revolucionou a forma como apresentamos os imóveis aos potenciais compradores. Através das redes sociais, podemos partilhar visitas virtuais totalmente interativas, permitindo que os interessados explorem cada canto da propriedade como se estivessem fisicamente presentes. Essa abordagem oferece uma perspetiva muito mais completa e envolvente do imóvel, permitindo aos compradores uma experiência quase real antes de agendar uma visita presencial.
Além das visitas 3D, produzimos vídeos de alta qualidade que destacam as características únicas de cada imóvel. Esses vídeos incluem detalhes minuciosos, mostram a disposição dos espaços e capturam a atmosfera de cada propriedade. Publicamos esses vídeos nas redes sociais para atrair a atenção dos compradores e fornecer uma visão completa das ofertas disponíveis.
A combinação de visitas 3D e vídeos atrativos proporciona uma experiência envolvente para os seguidores. As redes sociais oferecem a oportunidade de receber comentários, perguntas e feedback dos potenciais clientes e/ou colaboradores, criando um canal direto de comunicação. Isso permite-nos esclarecer dúvidas, fornecer informações adicionais e estabelecer relacionamentos valiosos com os interessados.
Em resumo, as redes sociais desempenham um papel crucial na promoção tanto de imóveis quanto da empresa, permitindo-nos alcançar uma audiência mais ampla, construir a nossa marca e fortalecer relacionamentos com os clientes e/ou colaboradores. É uma ferramenta versátil que desempenha um papel central na estratégia de marketing e na interação com o mercado.

Já no que concerne à Realidade Virtual e Realidade Aumentada, como é que estas «ferramentas» estão a ser utilizadas para mostrar os imóveis de forma mais imersiva aos compradores?
A Realidade Virtual e a Realidade Aumentada são usadas para proporcionar aos compradores uma experiência imersiva na visualização de propriedades. Com essas ferramentas, os clientes podem fazer visitas virtuais, explorar propriedades como se estivessem lá fisicamente e ter uma compreensão mais detalhada das características dos imóveis. Isso poupa tempo e ajuda os compradores a tomar decisões mais informadas.

Face à sua experiência no mercado, quais são, ainda, os principais processos no setor imobiliário que podem ser automatizados com sucesso através da Inteligência Artificial? Que benefícios existem, nesse sentido?
A Inteligência Artificial pode automatizar com sucesso uma variedade de processos no setor imobiliário, incluindo a triagem inicial de clientes, a personalização de recomendações de imóveis, a análise de contratos e até mesmo a gestão de propriedades. Isso poupa tempo e recursos, tornando os processos mais eficientes. Além disso, a IA pode melhorar a previsão de preços e tendências do mercado.
Se tomarmos como exemplo a App da CENTURY 21, e caso a opção passe por comprar um imóvel a aplicação disponibiliza um modelo que permite a seleção de datas e agendamento automático de dia e hora de visita à casa, com sincronização automática de agendas entre cliente e consultor, sendo que o comprador pode também optar por uma visita virtual ao imóvel e todos os registos de visitas e comentários aos imóveis são integrados no seu perfil para que o consultor tenha toda a informação atualizada sobre o processo de procura da casa.
Com esta app surge ainda a possibilidade de adicionar filtros nas características da habitação pretendida, para uma seleção mais eficiente dos imóveis procurados pelo utilizador. Ao encontrar a casa pretendida, o assistente digital apoia o utilizador na formalização da proposta de aquisição do imóvel ao proprietário, de forma totalmente desmaterializada e com validade formal.
Se a escolha for a de vender o imóvel a aplicação agrega um sistema de avaliação automática de imóveis, com apresentação de valores de comercialização aos proprietários. Caso o utilizador queira fazer a venda sozinho, a app disponibiliza um guia de orientação para preparar todo o processo de comercialização do imóvel.
O cliente vendedor pode perceber melhor as tendências da procura e como é valorizada a sua casa, o que ajuda a ter uma orientação fundamentada para a definição do melhor preço de mercado. Por sua vez, o cliente comprador tem acesso à informação das propostas aceites, e ambos recebem também a indicação da data de realização do Contrato Promessa Compra e Venda (CPCV) e da escritura.

Se, por um lado, existem diversas vantagens quanto à tecnologia e ao avanço do setor imobiliário, por outro, também poderão existir desafios e considerações éticas. Por exemplo, quais são as considerações éticas à volta da automatização de processos, como a potencial perda de empregos em funções convencionais no setor? Que outros desafios poderão emergir, na sua opinião?
A automatização de processos pode levantar considerações éticas, como a preocupação com a possível perda de empregos em funções convencionais no setor. É importante equilibrar a automação com a manutenção do toque humano e da experiência dos agentes imobiliários. Além disso, a privacidade e a segurança de dados são questões importantes a serem abordadas na era digital.

Como observa o futuro a médio e longo prazo do setor imobiliário, com esta mudança de paradigma?
No médio e longo prazo, o setor imobiliário continuará a evoluir com a mudança de paradigma trazida pela tecnologia e inovação. As transações online e as ferramentas de realidade virtual tornar-se-ão cada vez mais comuns, proporcionando experiências mais ricas aos clientes. A análise de dados e a IA continuarão a desempenhar um papel fundamental na tomada de decisões estratégicas.
O setor imobiliário está em constante evolução, e as empresas que abraçam a inovação estão bem posicionadas para prosperar nesse ambiente em mudança. Sinto por isso que a CENTURY 21 lidera o mercado nesta questão, e sinto-me bastante orgulhosa de estar nesta rede e neste processo de modernização.