“A Chave para conquistar a Confiança tem sido a Transparência”

Com quase uma década de existência, mais concretamente nove anos, a Mainsol tem seguido uma trajetória ascendente, fruto da sua capacidade de inovação, de transparência e de aposta nas pessoas. Jurelmo Lopes, General Manager da Mainsol - The Main Solution, revelou, em entrevista à Revista Pontos de Vista, como a marca tem sabido enfrentar os desafios no mercado angolano, sendo hoje uma referência no seu setor de atuação.

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Edificada em 2015, a Mainsol assume-se como um player de excelência desde a sua génese, agregando e aportando valor ao mercado, através de uma dinâmica assente em qualidade, rigor e eficiência. No sentido de contextualizar o nosso leitor, de que forma é que a Mainsol se tem vindo a consolidar no mercado em que atua?
Iniciámos as nossas operações focadas em serviços de manutenção técnica para o segmento de pequenas e médias empresas, atuando com muita energia e rigor desde o primeiro momento. Construímos uma base de clientes aceitável que nos aguentou de forma saudável até o final de 2019. Após os desafios enfrentados em 2020, passámos por um processo de reestruturação estratégica, migrando a nossa atividade para o setor de petróleo, gás e energias renováveis.
Essa mudança foi motivada pela oportunidade de alavancarmos nosso conhecimento técnico numa indústria com grande demanda por serviços de manutenção especializados e padrões elevados de qualidade. Reformulámos nossas capacitações, estrutura organizacional e as nossas operações para atender o mercado de forma competitiva enquanto prestadora local.
Hoje, apenas dois anos após o início da reestruturação, estamos consolidados como uma das empresas nacionais mais dinâmicas entre as provedoras de serviços de manutenção e soluções integradas para diferentes players na nossa indústria. Continuaremos a investir no capital humano de forma agressiva, mantendo os padrões de qualidade (e segurança) seguindo os processos recomendados, e munidos de tecnologia de referência com parcerias técnicas robustas.

Uma das linhas de atuação que perpetuam valor à atuação da marca, passa pelo facto da Mainsol atuar segundo diretrizes de cariz internacional, facto que lhe proporciona uma mais valia ao nível do mercado interno angolano. De que forma é que assumir essa estratégia tem sido frutífera?
Temos noção que somos uma empresa ainda muito jovem, reconhecemos que os nove anos de existência nos dão margem para melhoria de processos (qualidade de serviço), bem como margem para expansão – diversificação direcionada do portfolio para garantir sustentabilidade a longo prazo. Com o nível de exigência que a indústria impõe, nomeadamente as empresas multinacionais, quer operadoras, ou prestadoras que são na verdade os maiores clientes, se não mostrarmos maturidade na implementação de soluções, dinamismo (adaptabilidade) na execução, se não valorizarmos compliance ou respeitarmos a segurança dos nossos, então teremos muitos desafios para sobreviver no setor.
O facto de termos conseguido atrair e reter quadros nacionais e estrangeiros de qualidade e alguma experiência no mercado africano sobretudo, tem jogado um papel importante no alargamento do escopo das nossas parcerias técnicas sobretudo, e isso é um dos sinais de que de facto alguma coisa está a funcionar.

No vosso mercado de atuação, de que forma é que analisa esta indústria em território angolano? Que lacunas ainda identifica e de que forma é que a Mainsol tem vindo a colmatar as mesmas?
Sentimos isso nas nossas participações nas discussões da AECIPA, Petroangola, e outros fóruns, que os nossos desafios são transversais para os prestadores locais, com algumas exceções:
Orientação no desenvolvimento das empresas locais, nomeadamente apoio a iniciativas de capacitação técnica, transferência de conhecimento e disponibilização de oportunidades e financiamento genuíno “de e para” as empresas locais.
Sustentabilidade – ainda não existe equilíbrio, somos quase-todos prestadores e operadores pequenos porte, precisamos de mais empresas de médio e grande porte.
Integração na estratégia comum entre empresas e instituições de relevância no setor sobre o desenvolvimento do conteúdo local, com metas bem definidas por porte de empresa.
Colmatamos apoiando, quem como nós defende em público (nas associações e debates que participamos, ex.: AECIPA, PetroTalks) a necessidade de termos uma estratégia abrangente que acelere a transição de empresas locais de pequeno porte para médio e grande porte. Mais do que isso, procuramos formas criativas de financiamento, competitivas que nos permitem ser agressivos no investimento na formação dos nossos profissionais.

Segurança, Qualidade e Satisfação completa do Cliente: Estes são os vossos pilares e que vos tem elevado a um patamar cimeiro no mercado. Como é que se consegue coadjuvar estes três eixos e assim conseguir conquistar a confiança do Cliente/Mercado?
Por um lado, temos protocolos rigorosos para garantir a segurança de nossos clientes e funcionários. Investimos continuamente em treinamento, equipamentos e processos para minimizar riscos.
Por outro, os nossos parceiros ajudam-nos a monitorar indicadores-chave e realizar auditorias regulares para garantir o cumprimento dos nossos padrões de qualidade.
A chave para conquistar a confiança tem sido a transparência, manter a comunicação aberta, e ter processos claros. Desta forma construímos relações maduras com nossos clientes e parceiros, com foco a longo prazo.

A Mainsol atua no mercado do Equipamento de Manutenção, sendo ainda um parceiro de excelência no âmbito da manutenção preventiva. Sente que o mercado angolano compreende a relevância da manutenção preventiva? Esse é um trabalho que também é realizado pela Mainsol?
Primeiro informar aos leitores da Ponto de Vista, que o nosso maior negócio é o fornecimento de produtos químicos e fluídos para a perfuração e completação de poços, bem como serviços associados.
Depois confirmar que sim, é um trabalho realizado pela Mainsol, obviamente apoiada por parceiros onde necessário. Nesta indústria as insuficiências são extremamente dispendiosas e têm consequências desastrosas, daí que sim, os nossos clientes são obrigados a planificar com rigor e mitigar o risco por via da manutenção preventiva – felizmente também graças a isso temos oportunidades fornecer soluções que agregam valor aos serviços dos nossos clientes.

No domínio da vossa atuação de mercado, de que forma é que a Inovação e a Tecnologia são dois importantes eixos da qualidade do vosso serviço?
Por não sermos ainda uma empresa de grande porte, a inovação na gestão, com uso de ferramentas de analytics avançadas, sem esquecer as diversas ferramentas de Inteligência Artificial para insights de negócio tem sido fundamental para que sejamos competitivos. Apoiamo-nos muito na capacidade de Pesquisa e Desenvolvimento dos nossos parceiros e procuramos transferir o máximo que conseguimos de know-how para que no futuro tenhamos alguma capacidade interna de desenvolvimento.

Outra dinâmica importante e relevante de qualquer empresa que pretenda ser bem-sucedida, assenta na vertente de um Capital Humano qualificado e capacitado para dar respostas céleres e eficazes às exigências do mercado e dos clientes. De que forma é que a Mainsol tem uma preocupação quotidiana em ter Pessoas/Colaboradores experts neste setor de atuação?
Sabemos que as pessoas são o nosso activo mais precioso e fundamental para o sucesso da Mainsol. No passado era tudo muito a base do pacote remuneratório mais atraente, hoje os quadros são mais exigentes, primam por um ambiente de trabalho positivo e desafiador.
Por isso, implementámos recentemente um processo de recrutamento interno, que nos permite ser mais assertivos na seleção de profissionais que se alinham com a nossa cultura e têm potencial para uma carreira de longo prazo connosco.
Procuramos pessoas com um bom equilíbrio de talento técnico e experiência prática na indústria, além de boa capacidade de adaptação e abertura para aprendizado contínuo.
Já entendemos que a formação contínua em Angola garante alguma motivação, e permite também que nossa equipa esteja sempre actualizada, com as melhores práticas e tecnologias.

Sente que ainda existe algum género de lacuna em Angola, no que concerne a recursos humanos formados e qualificados para dar essa resposta positiva?
Enquanto País independente, Angola teve o momento inicial em que os nossos Avós e Pais não tinham alternativa se não mesmo adquirir experiência e formação on-the-job. Depois teve o momento em quem um bom número de bolseiros regressou, que combinou também com o regresso de alguns quadros da diáspora que decidiram dar uma chance ao País – aí houve sim muita vontade (motivação), algum progresso para os nossos recursos humanos.
Hoje, há de facto maior oferta de soluções de formação académica, e técnica. No entanto, a demanda não só é muito superior a oferta, mas como também há lacuna de técnicos especializados, por is fazemos nosso próprio treinamento extensivo de angolanos. Já formamos centenas de profissionais de alta qualidade técnica dentro de casa.

Que ligação tem a Mainsol com o mercado internacional, mais concretamente com o português?
A indústria de petróleo e gás opera maioritariamente em inglês, por isso damos prioridade na contratação de profissionais com domínio deste idioma. Porém, para aprimorar competências comportamentais dos nossos colaboradores, recorremos ocasionalmente a instituições de formação técnica em Portugal, onde encontramos serviços de qualidade neste segmento.
Além disso, em alguns processos administrativos e financeiros, encontramos similaridades entre os modelos angolano e português. Por exemplo, utilizamos o sistema de gestão integrado Primavera, bastante difundido em Portugal.
Também pontualmente, contamos com serviços jurídicos de escritórios portugueses que têm advogados angolanos no seu quadro de colaboradores. Isso nos garante assessoria especializada em demandas que exigem maior conhecimento das nuances entre os regimes legais dos dois países.
De modo geral, recorremos seletivamente ao mercado português para contratação de serviços complementares – quando identificamos excelência técnica aliada ao bom entendimento das particularidades do contexto angolano.

Quais são os grandes desafios para 2024 da Mainsol? O que podemos continuar a esperar da marca?
Além da expansão de nossos serviços, temos foco também na nossa atuação socialmente responsável. Intensificaremos as nossas iniciativas de Responsabilidade Social Corporativa, apoiando ações nas comunidades locais em linha com os Objectivos de Desenvolvimento Social.
Procuraremos operar de forma cada vez mais sustentável – tanto reduzindo o nosso próprio impacto ambiental com uso consciente de recursos, quanto ajudando clientes na transição para energia limpa. Acreditamos no potencial das renováveis em Angola e queremos contribuir para essa mudança.
Continuaremos focados na segurança energética nacional ao mesmo tempo em que apoiamos, via parcerias estratégicas, o bom aproveitamento do grande potencial renovável do país. Essa dupla contribuição orientará nossa atuação em prol de uma transição justa, consistente com as prioridades ambientais e de desenvolvimento de Angola.