“Esta Norma coloca o tema na agenda estratégica de Gestores e Líderes”

A Revista Pontos de Vista conversou com Susana Azevedo, Fundadora da ns2a Coaching e Desenvolvimento Humano, sobre a inovadora Norma Portuguesa 4590 – Sistema de Gestão do Bem-Estar e Felicidade Organizacional. A própria explicou a importância deste padrão e partilhou insights sobre como a empresa promove práticas que impulsionam o bem-estar e a felicidade no ambiente de trabalho.

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Fundada em 2008, a ns2a Desenvolvimento Humano oferece serviços de coaching, mentoria e formação para o desenvolvimento de habilidades de gestão e de liderança, individual e coletiva, em processos de mudança e reestruturações organizacionais. Passado 16 anos, como nos pode descrever a evolução da marca, assim como dos seus serviços, até hoje?
Desde que começou as suas atividades em 2008, a ns2a ganhou em experiência e em credibilidade e autoridade no mercado de desenvolvimento humano e organizacional. O que começou como uma empresa local, evoluiu para prestar serviços para grandes consultorias e grandes empresas no mundo.  A ns2a começou por prestar serviços de coaching individual e treinamentos específicos de competências e habilidades de gestão e liderança e evoluiu para um portfolio mais abrangente de coaching individual, de grupo e de equipas de liderança, assim como programas integrados de design e desenvolvimento organizacional nas áreas de liderança, cultura, estratégia, governação corporativa e processos, assim como saúde organizacional e boa forma mental.

Dado que o propósito da ns2a é apoiar indivíduos e organizações na descoberta e desenvolvimento dos seus recursos internos para impulsionar o crescimento e criar valor para e com os seus stakeholders, de que forma a abordagem de coaching e mentoria da empresa facilita este processo de autodescoberta e desenvolvimento nos clientes?
A abordagem de coaching tem alguns princípios de base, que a diferenciam de outras intervenções para o desenvolvimento de pessoas. O primeiro princípio é que as pessoas têm recursos internos para poderem desenvolver-se e buscar as suas respostas e soluções. Então, no coaching fazemos mais perguntas do que damos respostas. Essas mesmas perguntas apoiam o cliente a ter consciência de si mesmos, dos seus talentos e vulnerabilidades, do seu contexto pessoal e profissional e a obter também clareza das suas aspirações e objetivos, assim como das expetativas das organizações ou ecossistemas em que se inserem. A partir dessa clareza, podemos co-criar um plano de desenvolvimento, em que o cliente vai experimentar ações, que o vão apoiar a evoluir e chegar às metas estabelecidas. A mentoria direciona um pouco mais, na medida em partilhamos as nossas experiências, para que o cliente possa usar a aprendizagem do mentor nas suas escolhas.
A partir da consciência expandida do cliente, o comprometimento e protagonismo aumentam, gerando movimento em direção à mudança ou transformação desejada.

Recentemente foi publicada a Norma 4590 – Sistema de Gestão do Bem-Estar e Felicidade Organizacional. Considerando a sua expertise em coaching e desenvolvimento organizacional, como observa a importância desta Norma?
Na sequência do reconhecimento, pela OMS, do burnout como doença do trabalho, surge a Norma 4590/23, que pretende fornecer às organizações um referencial para a implementação de políticas, programas e uma cultura que tenha em conta a saúde física e mental dos colaboradores.
Além do próprio problema da saúde e bem-estar dos colaboradores sabemos efetivamente, que a falta de saúde tem um custo financeiro elevado para as organizações e sociedade. Por outro lado, uma cultura de bem-estar, felicidade e saúde pode ser um elemento da diferenciação e atratividade nas organizações.
Esta norma coloca o tema na agenda estratégica de gestores e líderes, que não podem mais ignorar a sua importância e, na medida em que traz elementos concretos de como fazer uma gestão do sistema, os mesmos gestores não poderão mais alegar não ter referências para implementar as medidas cabíveis para o desenvolvimento de uma cultura de saúde física e mental e felicidade nas organizações.

Na sua perspetiva, quais são os principais benefícios que as organizações podem obter ao implementar um Sistema de Gestão do Bem-Estar e Felicidade Organizacional, de acordo com a Norma Portuguesa 4590?
Na medida em que os colaboradores de uma organização se sentem bem e são saudáveis física e mentalmente, eles vão gerir melhor as suas emoções e as suas atitudes e lidar melhor com as circunstâncias. Colaboradores que se sentem bem são mais criativos, colaborativos, mais comprometidos e também proativos. Além disso vão estabelecer melhores relacionamentos interpessoais, tudo isso contribuindo para melhores resultados e melhor desempenho individual e coletivo.
Então a organização tem tudo a ganhar com este sistema, desde que acredite genuinamente na sua relevância e que a alta liderança patrocine ativamente o processo, nomeadamente sendo exemplo no dia a dia.

Esta Norma defende, claro está, a importância da liderança no desenvolvimento de uma cultura organizacional que promova o bem-estar. Do ponto de vista interno, como é que a liderança da Susana Azevedo na ns2a, está alinhada com estes princípios e contribui para a criação de um ambiente de trabalho saudável?
Para a criação de ambientes saudáveis, é necessário que a alta liderança acredite genuinamente na sua importância e que patrocine ativamente o processo, nomeadamente sendo exemplo no dia a dia.
Como referido a liderança é sempre modelo para o resto das pessoas na organização, então é muito importante haver consistência entre as palavras, as decisões e as ações de todos os líderes. Na ns2a trabalhamos num modelo de parcerias, de acordo com as necessidades de cada programa integrado. Na definição de expetativas, papeis e responsabilidades, assim como combinados sobre as formas de trabalho e de comunicação trazemos desde o início os comportamentos e atitudes que irão promover a saúde, bem-estar e satisfação de todos os envolvidos. Definir esses princípios e atuar pelos mesmos é muito importante, pois somos também modelo para os nossos clientes.

Considerando ambientes globais, multiculturais e complexos, de que forma a Norma Portuguesa 4590 pode ser adaptada para atender às necessidades especificas desses contextos e em que medida a ns2a lida com tais desafios nos seus programas de desenvolvimento?
Trabalhar ambientes multiculturais implica em um esforço intencional de empatia e inclusão de todas as pessoas. A inclusão é eficaz quando gera nas pessoas um sentimento de equidade e pertença. Na medida em que se sentem respeitadas e cuidadas, o comprometimento e protagonismo têm tendência a aumentar, trazendo consigo responsabilização individual e pelo coletivo. Em ambientes complexos e multiculturais a comunicação é fator chave para que as pessoas se sintam incluídas e seguras para contribuir. Nos projetos da ns2a trazemos a responsabilidade para três vetores:

  1. a) Ao nível da organização e sua cultura;
  2. b) Ao nível da liderança, que atua como promotora da cultura;
  3. c) Ao nível do individuo, que é corresponsável pela sua própria saúde física e mental.

Estamos, agora, a iniciar um novo ano – e um novo capítulo. O que espera alcançar enquanto mentora e trainer e ainda fundadora da ns2a? Que planos estão traçados para os meses que se seguem?
Desde 2021 que me associei a mais duas empreendedoras, para poder expandir a atuação da ns2a no Brasil e na Europa. A partir da junção de talentos diversos a ns2a pode criar mais valor para e com os seus clientes e parceiras. Estou muito feliz e com boas perspetivas para o ano!