“Na Finpartner, contamos com muitas Mulheres em posições de Liderança”

Filomena Pires, Head of Recoveries Department na Finpartner, deu a sua visão sobre o Dia Internacional da Mulher, celebrado a 8 de março, realçando, sobre a importância da Igualdade de Oportunidades, que “estamos num bom caminho e podemos já começar a colher alguns frutos”.

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Antes demais, sabemos que a Filomena Pires é, atualmente, Head of Recoveries Department na Finpartner. Fazendo uma análise à sua evolução profissional, como é, para si, ocupar este cargo nesta empresa prestigiada no mercado?
Ocupar o cargo de Head of Recoveries Department tem um sabor de conquista e orgulho. Recordo-me que a minha primeira experiência profissional foi aos 18 anos, num call center para poder ajudar com as despesas da minha faculdade e estadia em Lisboa. Na altura, eram trabalhos onde a triagem de candidatos era pouca ou nula e não tínhamos de ter qualquer formação ou experiência profissional para sermos admitidos, basicamente qualquer um poderia entrar. Hoje, estou numa posição que nem todas as pessoas teriam a capacidade de ocupar e isso, quer queiramos quer não, acaba por nos fazer sentir únicos e realizados trazendo um significado a todos os obstáculos pelos quais passámos.
Formei-me numa área distinta da qual me encontro hoje em dia, mas acredito que todo o meu percurso contribuiu para adquirir as capacidades necessárias para desempenhar esta função com qualidade. Esta é uma área que exige boa comunicação, muita resiliência e aptidão para gerir equipas. Gestão, liderança, e comunicação são, para mim, as três palavras-chave que melhor definem a minha profissão.

Sendo uma Mulher Líder, como observa a celebração do Dia Internacional da Mulher, efeméride marcada anualmente a 8 de março? Após mais de um século de luta feminina, quão importante é esta data?
Esta é sem dúvida uma data de extrema importância, uma data que assinala a igualdade de direitos civis e defende o direito ao voto feminino, instituída pelas Nações Unidas em 1975.
Penso que estamos num bom caminho e podemos já começar a colher alguns frutos, nos países mais desenvolvidos nota-se um espaçamento menor entre géneros, contudo será fulcral que se continue a verificar um trabalho de sensibilização para este tema uma vez que ainda temos muito a percorrer.

Nesta que é a sua área de atividade na Finpartner, ainda identifica desafios acrescidos enfrentados pelas Mulheres no mercado? De que forma as mesmas são impactadas pela falta (ou não) de igualdade?
Felizmente, na minha área não posso dizer que tenha notado desafios acrescidos pelo facto de ser mulher. Contudo, há uma consciência de que noutras áreas profissionais, os cargos de alto nível e responsabilidade estão ocupados maioritariamente por trabalhadores do sexo masculino. Isto, implicitamente passa a mensagem de que o homem tem à partida acesso a um nível de respeito perante a sociedade que a mulher não tem. As suas afirmações não têm de ser provadas ou comprovadas ao contrário de uma mulher que tem de fundamentar muito bem os seus argumentos para que sejam válidos.

No âmbito da igualdade de género, em que medida o seu Departamento se envolve em iniciativas para mitigar o impacto desproporcional que as Mulheres podem enfrentar? Por que motivos a Finpartner é o parceiro ideal nessa questão?
Na Finpartner, podemos contar com um ambiente de respeito e união independentemente das nossas diferenças. Possuímos uma equipa muito diversificada desde diferentes faixas etárias, nacionalidades e consequentemente culturas e religiões. Confesso que, desde que iniciei o meu percurso na Finpartner, nunca foi necessário o recurso a medidas para mitigar o impacto desproporcional que as mulheres possam enfrentar, bem como outras que mitiguem atos racistas ou xenófobos. Contudo, caso seja verificado um comportamento menos correto por parte de um colega e dependendo da gravidade desse comportamento o mesmo poderá ser convidado a participar em ações de formação que o sensibilizem para estes temas e poderá ficar sujeito a um período de avaliação e atenção redobrada, para a possível repetição destes comportamentos, ou até mesmo avaliada a continuidade na empresa.
Curiosamente, na Finpartner, contamos com muitas mulheres em posições de liderança e chefia. Não é que priorizemos as mulheres para a ocupação destes cargos, dando igual oportunidade a todos os candidatos, mas sim porque as suas capacidades foram reconhecidas em pé de igualdade com outros candidatos do sexo masculino enquanto que noutras empresas o mesmo poderá não se verificar.

Por fim, como Head of Recoveries na Finpartner, é uma inspiração para muitas Mulheres que ambicionam seguir um caminho semelhante ao seu. Assim, que mensagem de motivação e exemplo gostaria de deixar para essas Mulheres? O que diria para as encorajar a seguirem os seus objetivos e acreditarem no seu potencial?
Tal como se poderá depreender e no seguimento da minha resposta à primeira questão que me foi colocada, o meu percurso académico e profissional foi marcado por percalços, obstáculos e muita luta. Aquilo que julgava ser um caminho a direito e sempre em frente estava repleto de curvas e encruzilhadas.
Como se costuma dizer “comecei por baixo” e houve muitos momentos em que pensei em desistir, mas a minha vontade de vingar e poder ter um trabalho no qual me orgulhasse e, acima de tudo, me fizesse sentir realizada e necessária foi mais forte. Não é fácil desviarmo-nos da nossa área de formação, e começar tudo do zero. É uma sensação de deriva onde a resiliência e a determinação têm de ser mais fortes. Contudo, se se estiver disposto a arregaçar as mangas e trabalhar, tudo o que sempre se desejou pode estar ao alcance. Penso que o melhor conselho que posso deixar, para tudo na vida, é dares sempre o teu melhor.