Antes de tudo, importa conhecer mais aprofundadamente a Pessoa por detrás da líder empresarial que é a Rita Catita. Poderia partilhar com os leitores alguns momentos-chave que gostaria de destacar da sua história pessoal e profissional até ao dia de hoje?
Acho que a melhor maneira é recomendar a leitura da minha entrevista convosco há exatamente um ano, disponível em https://pontosdevista.pt/2023/03/06/para-mim-todos-os-dias-sao-bons-para-promover-acoes-que-visem-a-valorizacao-e-o-empoderamento-feminino/, mas reforçaria sem dúvida a abençoada, e muito grata, que sou pela família que tenho, pelos amigos que escolhi e pela família que, com o homem da minha vida, construí. Sou uma mulher crente que a dedicação marca a diferença e a atitude determina o sucesso. Foi assim que conquistei o que tenho, é assim que escolho conquistar o que ainda quero, com a inabalável força que os meus filhos me dão diariamente, e com os desafios que a vida teima em apresentar-me no caminho. Mas sigo convicta que terei de assumir as consequências de todas as minhas escolhas e, escolho sempre, com poucos rodeios, de quem conhece que o tempo tem o seu tempo, mesmo que não seja o que gostaria.
Voltarei sempre ao prazer das conquistas, que quando se concretizam são indescritíveis. Continuo, desde sempre, a querer mais do que às vezes posso, mais do que até devia, mas esse querer mantem-me o animo, por mim, pelos meus, pelos clientes, todos os que comigo querem chegar ao destino. Continuo também adepta de um ou outro impropério. Continuam a resolver o que qualquer silêncio ou palavra pensada não resolve.
Profissionalmente, passei 20 anos na banca, período que ainda hoje me ajuda não só a adaptar-me a situações influenciadas pelos, cada vez maiores, desafios económicos e financeiros, como na relação comercial com os clientes, na atuação com os pares, na minha equipa e, claro, com a concorrência. Esta área envolve-nos nos desafios que cada cliente enfrenta e o propósito de ajudar as famílias, empresas ou organizações a alcançar os seus objetivos, continuam a ser projetos aliciantes.
Fundar a marca Rita Catita – Consultoria e Intermediação de Crédito foi, com certeza, um grande passo. Tendo três anos de vida, que fatores mais têm contribuído para que hoje a sua empresa seja bem-sucedida?
São vários os fatores que têm contribuído para a nossa evolução. O sucesso é um palavrão, que nunca está sozinho. Sucesso custa e dá trabalho, muito. Sucesso é ter uma equipa feliz, realizada e motivada. Sucesso é sermos reconhecidos.
Não posso deixar passar esta pergunta sem partilhar uma conquista recente da empresa. Fomos certificados como uma das “TOP 5% MELHORES PME DE PORTUGAL” pela SCORING, após uma classificação que determina as empresas que se enquadram no restrito grupo das melhores 5%, em termos de desempenho e solidez financeira.
Gestão à parte (uma vez que esta certificação recorre aos rácios económico-financeiro que avaliam os principais objetivos das empresas, capacidade de gerar resultados e solidez) fiquei particularmente orgulhosa com este reconhecimento e do caminho só possível com as pessoas que tenho comigo e do privilégio dos clientes e parceiros extraordinários com quem nos temos cruzado.
Desde o início que defini com a equipa uma visão clara para a empresa, identificando nichos de mercado e necessidades específicas. Estamos à procura de formas de inovar, principalmente na criação de abordagens diferenciadas para resolver os “problemas” dos nossos clientes.
Invisto na formação da equipa, estimulando o talento e a dedicação, para construir relacionamentos diversificados e a nossa reputação com base em valores sólidos de ética, transparência e integridade. Palavras bonitas que ficam bem em qualquer discurso, mas que levo muito a sério porque determinam e geram inquestionavelmente a confiança entre nós e os clientes e parceiros de negócios.
O cliente está indiscutivelmente no centro de todas as operações da empresa e a equipa atenta às necessidades de cada caso. Esta orientação é missão! Ficava muito bem deixar este ponto assim, mas estaria incompleto. Nem sempre conseguimos resolver os desafios no tempo e na medida que gostaríamos e que merecem todos os nossos clientes, mas orgulho-me de reunir uma equipa de boas pessoas, mais importante do que me rodear apenas de bons profissionais. Aprendemos muito com os contratempos, muitas vezes não são mais que oportunidades para crescer e aprender a fazer diferente.
Foco no resultado sim, sempre, mas tratando os clientes num clima de confiança e envolvimento pessoal. Dirão os que privilegiam apenas o talento ou apenas o resultado que poderia chegar mais longe. Digo eu acreditar que a felicidade organizacional se traduz em produtividade.
Sabemos que construir uma carreira de sucesso, muitas vezes envolve superar desafios significativos. Quais foram os maiores obstáculos que enfrentou ao longo do seu percurso e, mais importante do que isso, como os superou?
Temos aqueles desafios que muitas vezes chegamos ao fim da vida sem os reconhecer, explicar ou saber bem o valor que tiveram e esses deixo com os meus pensamentos e com as lições que acumulo de vida. Permitam-me falar apenas nos desafios que acrescentam valor, os exemplos que, tal como eu, tantos gostam de chamar “oportunidades”.
A minha preferência pela contratação de quem começa uma carreira, por exemplo, são uma decisão e opção difíceis de superar. É importante encontrar oportunidades de aprendizagem para que adquiram as “hard e soft skills” necessárias e construir uma base sólida de crescimento profissional. Mas ajudar a desenvolver um “novo” profissional, que chega sem influências de uma outra missão ou visão de negócio e que cresce e consolida conhecimentos de acordo com os valores que defendo na equipa, traz-nos novas perspetivas e aprendizagens.
A falta de confiança em si mesmo pode ser outro grande obstáculo. É importante trabalharmos na construção da autoconfiança, reconhecer as forças e fraquezas, definir metas ambiciosas e desafiadoras (mas realistas) e procurar o apoio de outros mentores e outras opiniões.
Ouvir “não” faz muitas vezes parte do nosso dia-a-dia. A inevitabilidade deste facto é inversamente proporcional à vontade de transformar um “não” em “sim” É fundamental não deixar que estes “nãos” nos desanimem. Em vez disso, refletir sobre eles e usar essas experiências para nos fortalecer e antecipar situações futuras.
Encontrar um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal não pode ser um desafio. É, e dos grandes. A preocupação dos clientes muitas vezes vem connosco, mesmo depois de fecharmos a porta. É importante definir limites e priorizar atividades, gerindo da melhor maneira possível o stress. Desligar.
Diz-se que as mulheres são mais hábeis em fazer várias tarefas ao mesmo tempo, essa minha versão multitasking é contraditória. Assumidamente, faço BEM apenas uma coisa cada vez e na sua vez, mesmo que esta minha caraterística em momento algum inviabilize que durante a tarefa A não esteja já a pensar como solucionar a tarefa B. É um projeto pessoal de melhoria, reconhecido, que preciso e mereço.
Mantenho uma mentalidade positiva, sou persistente na procura dos meus objetivos profissionais, mas mais do que o equilíbrio pessoal e profissional, a vida muitas vezes chega e acontece com desafios que se intrometem em qualquer planeamento. Faz parte, mas também faz acontecerem oportunidades de crescimento e realização.
Ao longo da sua jornada, definiu-se como uma Mulher de luta, de garra e de perseverança – não temos a menor dúvida. Neste sentido, é possível partilhar connosco uma experiência pessoal ou profissional que ilustre esta determinação?
Fácil. Rápido. Sempre. Nunca. Tudo. Nada. Exemplo de algumas palavras de um universo inexplicável e que desconheço. Ainda assim, aqui caberiam mil episódios da minha novela e nenhum deles daria qualquer noção da minha jornada. Só todos juntos fizeram a pessoa que sou e entre esses, não consigo escolher.
Permitam-me homenagear o meu pai e o meu irmão, que partiram cedo, e me ensinaram que nem todas as batalhas se ganham, mas que se luta com tudo o que temos e somos, até ao fim! Talvez por isso estará sempre no topo das minhas lutas a maior batalha que travei. A maternidade.
Quem conhece o obstáculo da infertilidade e o que implica física e mentalmente, sabe que “luta, garra e perseverança” são imprescindíveis para chegar ao sucesso. Eu cheguei. Eu tive essa sorte, essa oportunidade. Meu Vicente! Meu Vasco! Obrigada por me ensinarem a superar.
Com isso aprendi muito do que aplico na minha vida, pessoal e profissional. Aprendi principalmente a ser grata. E se venci, teimosamente, essa batalha, permitam-me achar que qualquer outra seja possível!
Além disso, a Rita Catita é um importante exemplo na sociedade de uma Mulher Líder de sucesso. No contexto do Dia Internacional da Mulher, data celebrada anualmente a 8 de março, como observa a relevância desta efeméride nos dias de hoje e quais são os desafios que as empresárias ainda enfrentam no mundo dos negócios atualmente?
É a segunda vez que tenho oportunidade de falar deste tema. O Dia Internacional da Mulher continua a ser relevante por destacar as conquistas sociais, políticas, económicas e culturais das mulheres ao longo da história e do tempo, enquanto nos alerta para as desigualdades de género que ainda persistem em todo o mundo.
Neste contexto, espero poder continuar a representar, não apenas o potencial das mulheres para alcançar o sucesso em diversas áreas, mas também as barreiras que muitas ainda enfrentam nesse caminho. Tenho a esperança de que a minha trajetória possa inspirar outras mulheres a atingir seus objetivos, tal como sou inspirada por mulheres de quem tenho a sorte de ser filha, sobrinha, prima, amiga e colega, que me inspiram todos os dias.
Além disso, mais do que um dia de conquistas é uma oportunidade para unir forças (que temos de fazer melhor), promover o empoderamento das mulheres, impulsionar mudanças significativas rumo a um mundo e ambiente profissional e social mais justo e inclusivo. As mulheres, empresárias, trazem uma perspetiva única e habilidades e experiências valiosas para o mundo empresarial.
Nenhum destes destaques, em que insisto, desconsideram também as referências de tantos homens extraordinários, com quem já me cruzei e me inspirei durante a minha carreira e de quem trouxe boas estratégias profissionais que aplico com frequência na minha gestão.
Mesmo enfrentando ainda uma série de desafios, como o equilíbrio que falámos antes, entre vida profissional e pessoal, reconheço que o caminho está a ser feito e há sinais de comprometimento da sociedade com a valorização do nosso papel, apesar da nossa baixa representação em cargos de liderança predominantemente “dominados” por homens, onde as mulheres enfrentam desafios adicionais para “serem levadas a sério”, conquistarem respeito e tomarem decisões importantes.
A igualdade de género e, consequentemente, de oportunidades, é um tema crucial para o Dia Internacional da Mulher. Qual é a sua visão sobre este tema, atualmente, nomeadamente no seio do seu setor de atividade e quais são as lacunas mais urgentes que identifica e de que forma contribui para as colmatar?
Na minha empresa somos só mulheres. Inacreditavelmente para muitos, somos profissionais integradas, que se respeitam muito e juntas criamos uma cultura organizacional que valoriza, e celebra, a contribuição de cada uma para o sucesso do negócio. Sem dramas (para não escrever outra coisa que se aplicaria melhor).
Posso considerar que neste aspeto, faço a minha parte. Quem trabalha connosco, sabe que somos uma equipa de mulheres e terá de lidar com essa realidade.
Tal como em muitos outros setores, ainda existem lacunas significativas. As mulheres ainda são sub-representadas em cargos de liderança e principalmente de tomada de decisão.
Vou aproveitar esta questão para introduzir um momento que acredito ter sido um bom exemplo de inovação e diversidade, da empresa que lidero. Tenho para mim que se não fosse uma equipa liderada e composta por mulheres, provavelmente seria um momento bem distinto.
Promovi no final do ano passado um evento oferecido aos nossos principais parceiros de negócio, na sua maioria bancos, alguns consultores imobiliários e mediadores de seguros.
Reunir pessoas para lhes apresentar resultados, destacar os melhores e assistir a uma qualquer apresentação preparada informaticamente, ao som de uma música motivacional era a expetativa. Mas não o fizemos. Isso proporcionam aos mesmo parceiros, e bem, as convenções periódicas de grandes marcas.
Preferi reunir pessoas para lhes contar a nossa história e o nosso caminho, como começamos e onde já chegamos, trazer alguém que lhes oferecesse ferramentas para o desenvolvimento pessoal. Preferimos partilhar os testemunhos dos clientes em vez dos nossos, rir, conhecer pessoas, concorrentes, estabelecer relações. Preferi perceber através desse conjunto de parceiros o que nós podemos e precisamos melhorar em vez de lhes dizer o que podem eles fazer diferente. Sem mapas, sem gráficos, sem distribuição de prémios. Preparámos um conjunto de “mimos”, convivemos e terminámos ao som de uma música e voz inspiradoras. Temos pessoas tão boas connosco. Procurei que fosse diferente e foi. O retorno foi mágico. Ideias a repetir, em versões ainda melhores. Fica a promessa.
Observando o contexto educacional em Portugal, considera que as escolas estão preparadas – e a dar passos nesse sentido – para educar os jovens para a igualdade de género? Que medidas acredita serem necessárias para promover uma educação mais inclusiva e consciente nesse sentido?
Quase tudo nas escolas é fundamental para criar uma sociedade mais justa e inclusiva, e não teríamos espaço nesta entrevista para falarmos de todas as necessidades, como é o exemplo da igualdade de género.
Há espaço, e a responsabilidade, para melhorias significativas. Algumas das medidas que podem promover uma educação mais inclusiva e consciente começa na formação dos profissionais, que desempenham papeis cruciais na promoção da igualdade de género ou da diferença, da cor, da origem ou nacionalidade, entre tantas outras. Tudo é ensino, e que não se exclua – em momento algum – o ensino especial.
É essencial oferecer formação e capacitação adequadas aos professores e aos auxiliares de ação educativa para que possam abordar todas as questões, de forma sensível, inclusiva e informada, em ambiente de sala de aula e fora dela, promover valores, de respeito, diversidade e inclusão e implementar políticas anti-bullying e antidiscriminação.
Pode ser fomentando debates e reflexões com a comunidade escolar ou criar espaços seguros e abertos para que os estudantes possam discutir e refletir sobre estas questões. Atividades educativas, oferecer orientação e apoio e colaborar na implementação de iniciativas que abordem temas como estereótipos de gênero, violência doméstica, igualdade de oportunidades e direitos das mulheres, com o envolvimento ativo dos pais e/ou encarregados de educação.
Atualmente tem se aumentado a discussão sobre o tema, principalmente através dos media, como por exemplo a questão das casas de banho únicas. Mas a igualdade de género está longe de se resumir a casas de banho unissexo, permitam-me. É muito mais do que apenas essa situação específica e com a qual pessoalmente nem sequer concordo. Diferenças existirão sempre! Podemos e devemos conviver com as vontades de cada pessoa sem que se tenha de impor nada a ninguém por esse facto.
Face a tudo o que foi mencionado, quais são as suas perspetivas para o avanço das Mulheres no mundo dos negócios nos próximos anos? Como gostaria de ver o mundo, neste contexto, daqui a 20 anos?
Faço planos a curto prazo, sempre. Defeito de profissão e de personalidade. Sou muito a favor de viver o presente, enfrentar os desafios de hoje, ir comendo “os elefantes” às fatias.
Agradecer e aproveitar muito o que hoje tenho e posso, o que consigo até amanhã. Melhora as probabilidades, mantém o foco e faz-me correr o risco de quando prefiro a vivência imediata em detrimento da prevenção do futuro.
Sei lá do futuro. Também não quero saber. Os “dependes” são tantos, e que de mim não dependem forçosamente, que corro o sério risco de falhar. Não gosto dessa possibilidade, nem tão pouco dessa inquietude.
Mas, em boa verdade, ninguém que tenha à sua responsabilidade filhos e uma empresa se permite excluir de um planeamento, por isso, em jeito de expetativa, espero que nos próximos anos continuemos a ver avanços significativos no mundo dos negócios com um aumento significativo na representação e no empoderamento económico das mulheres em todo o mundo. Isso inclui o acesso igual a oportunidades de empreendedorismo, financiamento, educação financeira e recursos para o desenvolvimento profissional. Ter o poder de controlar os seus próprios recursos e de tomar decisões financeiras.
E ressalvo, falo de mulheres, mas incluo neste propósito todos aqueles que por uma razão ou outra se vejam privados de poderem aceder a essa informação.
Em resumo, espero que, e bem antes do que daqui a 20 anos, o mundo dos negócios seja um lugar mais imparcial e inclusivo.
O seu caminho como líder empresarial e voz ativa no que respeita à igualdade de género é uma inspiração para as gerações futuras que almejam alcançar patamares semelhantes. Assim, tendo em conta a sua experiência e sabedoria, que mensagem ou conselhos gostaria de deixar para essas mesmas gerações, que estão a construir o futuro?
Procuro ser uma pessoa íntegra, em toda a minha atuação e se assim chegar a alguns jovens, então fiz a minha parte.
Inspiração, sinceramente, ambiciono ser para os meus filhos. Que se orgulhem do meu caminho. Tal como a eles, não dou conselhos. Não porque não queira, não possa ou não tenha vontade, mas porque raros são os conselhos que aceitámos ou nos ensinam como acontece com as decisões que tomamos.
Assim, permitam-me substituir conselhos, por sugestões que gostaria de deixar não só às gerações futuras, mas a todas.
- Acredita em ti mesmo! Tem confiança nas tuas capacidades, no teu talento e no teu potencial. Procura formação. Mantêm-te atento e atualizado e acredita que és capaz. Foca-te em resolver. Não percas demasiado tempo com o problema ou a causa.
- Sê resiliente: Palavra moderna. Às vezes só quer dizer: Aguenta-te! O caminho para o sucesso não é fácil, nem rápido, nem consistente. É importante persistir, aprender com os desafios e continuar a avançar, sem medo de falhar ou perder. É inevitável. Vai acontecer algumas vezes, mas normalmente é aí que surgem as melhores oportunidades.
- Não tenhas medo de pedir ajuda. Não hesites em procurar orientação e apoio sempre e quando necessário. Procura uma boa rede de apoio, feedbacks sinceros e suporte ao longo da tua carreira.
- Sê autêntico. Defende as tuas convicções, mesmo que isso signifique ir contra a corrente. As tuas ideias e perspetivas podem fazer a diferença e ajudar a impulsionar mudanças positivas nas organizações. E não confundas esta sugestão com teimosia.
- Colabora. Valoriza as relações e procura parcerias estratégicas, mas significativas. O trabalho em equipa e a colaboração podem levar-te a resultados incríveis e que não seriam possíveis alcançar sozinho.
- Faz a tua parte. Cultiva empatia nas tuas interações e procura promover a inclusão e a diversidade em todos os ambientes em que estiveres presente. Respeita e valoriza as experiências e perspetivas de todas as pessoas, independentemente das suas diferenças.
- O sucesso não se resume apenas a alcançar metas profissionais ou financeiras, mas também à capacidade de fazer ou marcar a diferença. Na relação com os outros, no dia-a-dia, todos os dias. Isso é que é, provavelmente, deixar um legado positivo para as gerações futuras.
Para nós que estamos de fora, é percetível que a Rita Catita é uma Mulher de sonhos. O que é que lhe falta ainda realizar, seja a nível pessoal ou profissional?
O Sonho comanda a vida! E comanda a minha também. Já realizei tantos. Não tantos em quantidade, mas tantos por terem sido tão grandes. É a força do nosso desejo, dos nossos pensamentos que impactam o mundo à nossa volta, por isso sonhar com algo que queremos muito que aconteça, pode ser suficientemente forte para se “materializar” na nossa vida.
Sonho com tudo o que estupidamente (permitam-me) não valorizamos o suficiente, como a saúde, o tempo, o conforto ….
Tantas vezes somos absorvidos pela vida a acontecer que não nos permitimos usufruir do que temos e já conquistámos. Há sempre um contratempo e mais a fazer. Nunca chega. Nunca fizemos tudo. Ainda outro dia, em conversa com duas grandes amigas, falávamos no que inventámos para fazer quando nos damos conta de não ter nada em concreto para tratar. É tão isso. Poder ter momentos de não fazer literalmente nada, aceitar e aprender a lidar com isso. Ainda é um sonho.
Acontece frequentemente com os jovens, que não sabem lidar com o tédio, abdicar de wi-fi, tecnologia, tablets, redes sociais (por exemplo) em prol de uma boa conversa, convívio, imaginação, criatividade. Sonho com esse meu tempo, vivido na infância, que tanto me ajuda a lidar com as frustrações e as “esperas” da vida.
Por tudo isso, sonho cada vez mais com bons momentos, serenidade, prazeres e afetos. Com menos “coisas”. O que me falta ainda realizar é isso mesmo! Chegar ao estágio de poder escolher ser e estar e não escolher ter. Sonho com o tal equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Mas, profissionalmente, os sonhos são mais objetivos. Gosto de pensar que a realização culmina quando podemos transmitir o nosso know-how. Se puder sonhar algo para a minha empresa, então a estratégia é essa, cumulativamente com o reconhecimento consistente de uma empresa consolidada, eficiente e um “Great Place to Work”.
Há pessoas que acreditam que não é bom revelar os nossos sonhos, porque podemos deixar escapar os nossos pontos fracos a alguém que não tenha as melhores intenções ou não seja confiável. Eu diria que é um risco, calculado. Os que não tem boas intenções ou não são de confiança, não calçam os meus sapatos. Não fazendo o meu caminho, só eu conheço o percurso para lá chegar e os corta-matos que tive e tenho a mania de fazer.
Já no que diz respeito à marca que lidera, que novidades serão implementadas a curto e médio prazo? O que podemos esperar da mesma ao longo deste 2024?
Novidades nesta área ditam-nas o mercado, a economia, as diretivas da política monetária, as eventuais propostas de apoio governamentais e o mundo que infelizmente ainda teima conflitos.
As que dependem de mim, da equipa e da empresa de uma forma geral são consolidar a nossa presença no mercado, aumentar os recursos e o volume de negócios, desenvolver a oferta que temos com novos serviços de consultoria e até formação, muito em prol de uma maior literacia financeira.
Poder ser uma referência, sem perder a nossa essência, com soluções personalizadas a cada caso e melhorar a qualidade do atendimento e a nossa eficiência.
Manter um bom ambiente, colaboradores motivados, retribuições justas e evolutivas e o reconhecimento das pessoas, importa-me mais que expandir o projeto. O crescimento sustentável do negócio não está só relacionado com a capacidade de gestão, mas também como colmato as necessidades atuais, enquanto crio ações que visem o futuro. O crescimento que procuro resulta da análise empresarial e da melhoria dos processos.
Não ambiciono perfeição e não a exijo. Nem profissionalmente nem pessoalmente. Não acredito nisso, desculpem. Não tenho pressa de fazer mais, porque primeiro estou focada em fazer melhor.
E, não quero fazer só o meu melhor, quero que eu e a minha equipa façamos tudo o que for preciso, quando se tratar de procurar a solução. Esse é o compromisso do que podem esperar de nós.