Para começar, poderiam partilhar um pouco sobre a história da Something Perfect e como a mesma evoluiu desde a sua conceção até ao momento atual?
Inicialmente a Something Perfect surgiu da necessidade de constituir uma empresa de mediação imobiliária para promover os projetos desenvolvidos pelo atelier Something Imaginary cujos sócios e fundadores são os arquitetos Sara Afonso e João Resende. No ano de 2018, a Sara Afonso contratualizou junto da minha empresa “Carla Xavier- Your way to achive”, um serviço de geração de leads para o seu atelier. Foi aqui que os nossos caminhos se cruzaram e nos conhecemos. Desta relação comercial e de parceria, surgiu uma relação de confiança e empatia, aproveitando a minha experiência no setor imobiliário. A Sara Afonso lançou-me o convite para desenvolvermos em conjunto um projeto dentro do setor imobiliário. Num jantar, a ideia tomou forma e foi avançando no tempo. Um projeto diferente para o mercado imobiliário português.
A experiência mostrou-nos, que a possibilidade de podermos oferecer uma proposta de valor única, e diferenciadora, alicerçada na combinação do knowhow do mercado imobiliário com o da arquitetura, promove uma melhor valorização dos ativos dos clientes.
De que forma, diferentes percursos profissionais se uniram para formar esta empresa no mercado imobiliário português?
A ideia inicial do nosso projeto era precisamente conjugar as valências profissionais de cada uma das partes. Por um lado, a Sara e o João enquanto arquitetos, por outro lado eu como jurista e conhecedora do mercado imobiliário. Posteriormente juntou-se a nós um outro sócio Vitor Pereira, um outro profissional com vasta experiência no setor imobiliário. O meu marido, embora não esteja diariamente no projeto, é também sócio e apoia-nos pontualmente. Pretendemos tratar cada projeto imobiliário com eficiência, conhecimento técnico e orientação aos resultados pretendidos, promovendo-o com materiais especificamente desenvolvidos para o seu caso particular. A divulgação junto de potenciais investidores é feita através de uma diversidade de canais, digitais e presenciais.
Dentro daquele que é o cenário competitivo do mercado imobiliário, quais são os aspetos mais diferenciadores da atividade da Something Perfect? De que forma a marca se destaca?
A nossa empresa não se constituiu para competir com um mercado massificado dentro do setor imobiliário, onde grandes players, estão já solidamente instalados. A Something Perfect apareceu com o objetivo de promover e mediar a venda de empreendimentos onde a conjugação da atividade imobiliária propriamente dita com os conhecimentos de arquitetura da Something Imaginary possam fazer a diferença. O nosso objetivo é que as duas empresas se possam complementar podendo oferecer aos clientes um serviço de chave na mão. Nós acompanhamos os nossos clientes em todos as fases do negócio imobiliário que pode passar apenas pela compra e venda de um imóvel, mas poderá também passar por uma consultadoria no âmbito da arquitetura e urbanismo, elaboração de um business plan. Damos aos nossos clientes todo o apoio jurídico relativamente a toda a documentação necessária para cada negócio em concreto.
Sendo a Carla Xavier a Co-Founder da Something Perfect e a Sara Afonso a sua CEO, que medida esta presença feminina tem influenciado as estratégias e os valores da empresa no mercado imobiliário e lhe tem atribuído valor acrescentado?
A Something Perfect é uma empresa com liderança feminina. Somos ambas gerentes da empresa Something Perfect, sendo a Sara Afonso a CEO do Grupo Something onde a empresa se enquadra. Apesar de ter um foco nos resultados financeiros atingidos, os valores humanos, são muito importantes para nós. Somos uma empresa pequena, as relações são pessoais e muito próximas.
É percetível o aumento de Mulheres em cargos de liderança no setor imobiliário. Como Mulheres e exemplos deste facto, como veem o atual cenário relativamente à procura pela igualdade de género absoluta?
Consideramos que, o facto de a presença feminina estar cada vez mais marcante na liderança no setor imobiliário, como noutros setores, prende-se com a circunstância de as mulheres, nas últimas décadas, terem passado e ter uma presença mais significativa nas universidades e nas empresas. Apesar de a presença das mulheres muitas vezes ser maior do que a dos homens em muitas organizações, os cargos de liderança atualmente ainda continuam a ser maioritariamente por estes últimos. Pensamos que esta situação ir-se-á alterar nas próximas gerações. Parece-nos um pouco triste que no sec. XXI, ainda se tenha de promover a igualdade de género. Esta situação, marcadamente cultural, resulta de continuarmos a viver numa sociedade patriarcal, onde para salvaguardar e estimular a presença feminina na liderança do mercado empresarial e no setor público, na atividade política, ainda se tenha que recorrer ao preenchimento de quotas.
Que desafios consideram que ainda persistem neste caminho?
As mulheres continuam a ser penalizadas pela opção de serem mães. Maternidade e o sucesso profissional são vetores que têm dificuldade em caminhar em conjunto. Ainda nos dias de hoje as mulheres podem ainda ter de tomar decisões, entre uma carreira profissional de sucesso ou a maternidade e família. As mulheres continuam a ter de provar mais, trabalhar mais para serem reconhecidas pelo sucesso no trabalho. Outro desafio que ainda se mantem é a questão salarial. Trabalho igual, salário igual, ainda não existe em muitos setores.
Acreditam que esta evolução, no que concerne à força feminina no mercado imobiliário, tem vindo a mudar a dinâmica do setor em Portugal? Quais são os impactos mais significativos que observam, tendo em conta a v/ experiência?
A presença feminina no mercado imobiliário, veio alterar o setor. Cada vez é mais comum vermos mulheres nos cargos de liderança. Isto veio alterar o modo como as mulheres se relacionam e negoceiam. Os líderes masculinos começam a olhar as mulheres de igual para igual. Neste momento a contratação com base no género no setor já não existe. A contratação tem por base o interesse de cada pessoa, as suas competências e a sua formação.
Olhando para o futuro, como esperam que a Something Perfect promova ainda mais a participação das Mulheres no mercado imobiliário e impulsione, assim, a igualdade de género neste setor? Existem iniciativas ou metas que estão a ser planeadas nesse sentido?
Na Something Perfect, quando procuramos consultores para a nossa equipa, o facto de ser do género feminino ou masculino, não é considerado. O que nos interessa é ter uma equipa com elementos que acrescentem valor à empresa.
Por fim, poderiam dar-nos um vislumbre das próximas novidades ou iniciativas que a Something Perfect tem em mente para continuar a inovar e a destacar-se no mercado imobiliário? Como pretendem ampliar o alcance da empresa, considerando o contexto atual de mudanças no setor e na sociedade?
Neste momento a nossa empresa está a alargar a sua oferta de produtos. Através de parcerias estratégias, em breve iremos aumentar a nossa oferta de imóveis no Norte do pais na região do Porto. Como a nossa empresa tem uma presença muito forte no litoral alentejano, e como esta zona do Pais é muito interessante para o mercado espanhol, estamos a promover os nossos produtos junto desse mercado. Brevemente, por exemplo, vamos ter em exclusivo dois empreendimentos na zona da Comporta/Melides, onde em pré-lançamento os nossos clientes terão vantagens financeiras, estes empreendimentos são da autoria da Something Imaginary. Prevemos um ano 2024 e 2025 em crescente. Parcerias estratégicas com parceiros de confiança que trabalham segmentos e zonas diferentes das nossas é uma das formas que estamos a apostar para diversificar a oferta.