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“COLOCAR PORTUGAL NO MERCADO INTERNACIONAL DE LOCALIZAÇÕES PARA INVESTIMENTOS”

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“COLOCAR PORTUGAL NO MERCADO INTERNACIONAL DE LOCALIZAÇÕES PARA INVESTIMENTOS”

A aicep Global Parques é uma empresa do Setor Empresarial do Estado especialista em gestão de parques empresariais e na prestação de serviços de localização para investimento nos setores da indústria, energia, logística e serviços em Portugal. Como tem sido a evolução da empresa?
Muito positiva, de 2019 para 2020 cresceu a taxa de ocupação em todos os parques empresariais sob gestão, em Sintra, Setúbal e Sines. O volume de negócios cresceu 3,7%. O aumento das taxas de ocupação na Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS) e no BlueBiz – Parque Empresarial da Península de Setúbal significam crescimento económico, da produção industrial e do emprego nas respetivas regiões.

Afirmam que os Parques industriais e logísticos são muito mais do que edifícios industriais, armazéns logísticos, pipelines e estradas de acessos. Assumem, no âmbito desta atividade, a necessidade de garantir um desenvolvimento sustentável, tendo como prioridade as questões ambientais e de sustentabilidade económica e social das regiões onde se inserem estes Parques. Este foco tem sido um fator crucial de diferenciação? Neste sentido, que elementos são tidos em conta no processo de disponibilização dos espaços?
A aicep Global Parques é ciosa da sua política de Responsabilidade Social Corporativa. Procura fazer a sua parte para garantir um desenvolvimento sustentável, tendo como prioridades o Ambiente e a Eficiência Energética; a Segurança e a Proteção; e também a Qualificação dos Recursos Humanos, o Empreendedorismo e a Cultura.
Nomeadamente, as nossas preocupações e investimentos em sustentabilidade e eficiência energética, na gestão florestal e manutenção de espaços verdes e nos planos de monitorização e mitigação ambiental, são fatores decisivos na escolha das localizações sob gestão da aicep Global Parques por parte dos investidores, mas também na nossa alocação da localização e na definição das condições para o acolhimento de cada projeto.
Em 2020 a área da segurança e da proteção mereceu especial envolvimento com as comunidades locais, nas ações de resposta à crise sanitária. Com apoios a aquisições de equipamentos pelo Hospital do Litoral Alentejo e a Santa Casa da Misericórdia de Sines; e pelas corporações de bombeiros dos municípios onde os nossos ativos se localizam, Sintra, Setúbal, Santiago do Cacém e Sines.

No portefólio de Parques Empresariais, está incluído o maior Parque Industrial e Logístico em Portugal, a ZILS em Sines. Quais são as suas vantagens competitivas?
A Zona Industrial e Logística de Sines é a maior área de localização empresarial de Portugal, com 2.375 hectares, estrategicamente localizados junto ao Porto de Sines, destinado a atividades industriais, logísticas e de serviços, tendo várias das maiores empresas nacionais e estrangeiras instaladas, tais como a maior refinaria do país, da GALP, ou as fábricas petroquímicas, da Repsol e Indorama.
A ZILS está integrada com o Porto de Sines, com o qual compõe o Complexo Portuário, Logístico e Industrial de Sines, estando assim cada vez mais conectada a todo o globo; tem acessos rodoferroviários ao hinterland nacional e ibérico em franco desenvolvimento, no âmbito do “Corredor Atlântico” da RTE-T Rede Trans-Europeia de Transportes. Para além disso a ZILS tem um Plano de Urbanização próprio, que facilita o licenciamento e instalação das empresas podendo acolher toda a classe de produção de energia e indústria. Outra das vantagens é a oferta de lotes tailor-made e infraestruturados; e a grande disponibilidade de utilidades, tando de eletricidade desde 30kV a 400kV, incluindo de fontes renováveis como de água industrial e tratamento de esgotos. Tem ainda um Centro de Negócios para empresas de serviços de apoio à atividade industrial; e disponibilidade de mão-de-obra especializada e centros de formação adequados. Muito importante hoje em dia o facto de a ZILS ter um Plano de Monitorização Ambiental para controlo do ar e das águas superficiais e subterrâneas, sendo realizados relatórios periódicos e implementadas medidas de mitigação.

Em que medida a gestão do mesmo promove e reforça o investimento na infraestrutura elétrica para uma maior eficiência energética, na produção de energia de fontes renováveis e na monitorização e recuperação ambiental? Neste domínio, qual tem sido a vossa dinâmica no que concerne ao Hidrogénio?
A nossa aposta na ZILS é consubstanciada num esforço permanente de melhoria das suas condições para manter e expandir as atuais indústrias instaladas e captar novos investimentos. Isto passa em muito pelo reforço da capacidade das infraestruturas em geral e das de eletricidade em particular.
Para compatibilizar os desígnios nacionais, e europeus, de por um lado reindustrializar e por outro descarbonizar, temos que eletrificar a economia. Por isso, investimos nas interligações elétricas e trabalhamos na criação de uma CER – Comunidade de Energias Renováveis, que é desde logo útil para a produção de hidrogénio “verde”.
Nesse sentido, temos acompanhado a evolução da Estratégia Nacional para o Hidrogénio, em particular os projetos apontados para Sines, procurando antecipar os vários impactos positivos que podem potenciar. Desde logo os contributos para a nossa balança comercial; para a descarbonização das grandes indústrias ‘energívoras’ que temos em Sines, da refinação e da petroquímica; e a atração de outras empresas químicas que se venham a instalar por termos um cluster de hidrogénio “verde”.

O Sines Tech é um Hub Atlântico, tecnológico que oferece ligações seguras, de alta velocidade e baixa latência, ideal para projetos de TI&T e Data Centers. Que outras mais-valias apresenta e de que forma promove os fatores de atração para a tecnologia – alvo de foco pela aicep?
O produto Sines Tech – Innovation & Data Center Hub é dirigido às empresas globais de telecomunicações e internet, para a amarração de cabos submarinos de telecomunicações, instalação de estações de amarração de cabos e centros de dados.
Sines é um local excecional para a amarração de cabos submarinos. Pela sua localização geográfica como porta atlântica da Europa, a reduzida atividade humana e os seus fundos profundos marinhos, que garantem uma grande segurança na amarração de cabos.
Complementamos essas vantagens para a amarração de cabos com as vantagens que já oferecemos para a instalação de centos de dados, nomeadamente a disponibilidade de áreas de grande dimensão devidamente infraestruturadas, essenciais para estes equipamentos escalarem rapidamente e sem constrangimentos. Bem como a possibilidade de fornecimento elétrico dedicado em Alta Tensão e Muito Alta Tensão e de acederem a fluxos de alto débito de água de uso industrial ou mesmo do mar. Estamos a criar novas vantagens competitivas, como a já referida constituição de uma Comunidade de Energia Renovável, a certificação dos 210 hectares por nós pré-alocados para data centres e o desenvolvimento de um mecanismo articulado de licenciamento da amarração de cabos submarinos de telecomunicações.
O Sines Tech está alinhado com a estratégia europeia que permitirá aumentar a conectividade global, a importação de mais dados, a expansão do mercado de armazenamento e processamento de dados e o desenvolvimento de tecnologias estratégicas e serviços digitais. O Sines Tech quer desempenhar um papel nas EU Data-Gateway Platforms, nomeadamente na EU Atlantic Data-Gateway Platform, infraestrutura fundamental da política digital da União Europeia e para o desenvolvimento socioeconómico do nosso país.

Ainda incluído no vasto portefólio da aicep está o Parque Empresarial da Península de Setúbal – BlueBiz. Quais são as suas ofertas, infraestruturas e pontos de interesse?
O BlueBiz é uma área privilegiada para a localização empresarial, tanto pelas condições infraestruturais proporcionadas como pela sua inserção em Setúbal e excelentes acessos. Localizado na grande área metropolitana de Lisboa, a 40 km da capital, o BlueBiz disponibiliza naves industriais, escritórios e amplas áreas descobertas ideais para setores como a indústria, logística e serviços num contexto de parque fechado com serviços de condomínio associados numa envolvente agradável dotado de espaços verdes. Por estes motivos é um espaço muito acolhedor para se trabalhar e que proporciona aos investidores uma oferta competitiva.
O BlueBiz tem capacidade para receber todo o tipo de empresas de um amplo universo de setores, como é exemplo a aeronáutica com a presença da Lauak e Mecachrome; na metalomecânica de precisão com a Mectop; a agroindústria como é o caso da Vitas Portugal, filial do Grupo Roullier em Portugal e a Clever Leaves que é uma referência na transformação da planta de Canábis; da logística automóvel, com a Gefco e CAT; da reparação e manutenção de máquinas, Grupo Entreposto; a TUV Áustria, grupo internacional que é uma referência na consultoria e gestão de processos de qualidade industrial ou, a Euronavy Engineering, uma empresa industrial e de serviços cross market que desenvolve, produz e comercializa tintas e revestimentos de alto desempenho, assim como serviços de engenharia.
O BlueBiz disponibiliza ainda um centro de escritórios para empresas de serviços, em condições competitivas, posicionando-se como uma vantajosa alternativa na grande área metropolitana de Lisboa.

A Aeronáutica é um cluster em ascensão em Portugal. De que forma a aicep tem vindo a apoiar este importante setor de atividade económico nacional (integrado no projeto BlueBiz)?
A aicep Global Parques associou-se em 2020 ao AED – Cluster Português para as Indústrias da Aeronáutica, Espaço e Defesa, colocando no radar a sua oferta no BlueBiz, que tão bem respondem às elevadas exigências deste setor.
No entanto inescamoteável que a aviação comercial é provavelmente a atividade económica proporcionalmente mais afetada pela COVID-19. O tráfego aéreo civil e o fabrico de aviões quase pararam. Temos de apoiar a indústria aeronáutica presente em Portugal para que ela não se deslocalize neste momento crítico e para que possamos, pelo contrário, ser um país recetor da inevitável consolidação que o fabrico de aeronaves e componentes aeronáuticos terá nos próximos anos, na Europa e no mundo. É, sem dúvida, um setor muito importante para o Sul do país e em concreto para o BlueBiz – Parque Empresarial da Península de Setúbal, sob nossa gestão.

A plataforma Portugal Site Selection desenvolveu novas funcionalidades recentemente. Qual o objetivo desta plataforma?
O Portugal Site Selection é uma plataforma de atração e apoio à instalação de investimento em Portugal.
Recentemente alargou o seu âmbito de logística e indústria em parques empresariais, para abranger também edifícios de escritórios para serviços e um cadastro de ativos para passar a incluir a oferta de áreas greenfield e brownfield fora de parques empresariais, por vezes devolutas que possam proporcionar oportunidades para investimentos. A sua abrangência foi expandida do território continental para incluir o todo nacional, ou seja, também a Madeira e os Açores.
O Portugal Site Selection destina-se em primeiro lugar aos investidores que procuram o melhor local para instalar o seu projeto, e a quem lhes presta serviços de site selection, como a AICEP e as suas congéneres estrangeiras e os multiplicadores de negócio como consultoras, banca de investimento, advocacia de negócios. É uma forma de colocar Portugal no mercado internacional de localizações para investimentos. Do lado da oferta, também os gestores de áreas de localização empresarial nacionais utilizam a ferramenta para apresentar e promover os parques sob sua gestão.

A terminar, que outros projetos estão planeados para o futuro da aicep Global Parques?
São vários os desafios que se colocam à aicep Global Parques num futuro próximo, onde destacaria:
Na transição energética temos a emergência do cluster de hidrogénio, que tem potencial para impulsionar reforços de investimento das indústrias refinadora e petroquímica já em presença e, sinergeticamente, atrair nova indústria química.
Na transição digital estamos a promover este nosso novo produto Sines Tech – Innovation & Data Center Hub junto de empresas de telecomunicações, com vista à instalação de estações de amarração de cabos transoceânicos; e das tecnologias de informação, procurando atrair centros de dados.
Na criação de uma Associação Portuguesa de Parques Empresariais em que o principal objetivo é estimular a cooperação entre as entidades gestoras das áreas de localização empresarial e dos parques empresariais situados em Portugal Continental e nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, beneficiando de ações e vetores de atuação comuns, de sinergias e recursos conjuntos, promovendo a eficiência do investimento público e privado. Como empresa queremos continuar a crescer em 2021, superando o volume de negócios de 2020.