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A resiliência do Turismo em Portugal

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A resiliência do Turismo em Portugal

Diante da imobilidade imposta por medidas de isolamento social, uma atividade cuja existência depende da mobilidade humana, encontra-se profundamente afetada desde o aparecimento da pandemia da COVID-19. Enquanto Diretor-Geral do Castro Marim Golfe & Country Club, no Algarve, como se encontra atualmente a situação turística em Portugal?
Inevitavelmente a situação turística encontra-se bastante difícil. O setor do Turismo é um dos setores de atividade mais afetados pela pandemia e enfrenta, talvez, o maior desafio que alguma vez teve nos tempos modernos. As quebras em 2020 foram tremendas e as empresas, apesar dos apoios do Estado, estão no limite das suas possibilidades. Mas somos um setor resiliente e, como em crises anteriores, estamos a trabalhar para sair desta situação o mais rápido possível.

Apesar de contribuir de forma tão expressiva para a economia nacional, o turismo depende de muitos fatores externos. Pode-se ler inclusive que a pandemia que vivemos trouxe algumas lições, nomeadamente que o turismo “é uma atividade frágil”. Concorda com esta afirmação? Porquê?
Discordo frontalmente que o turismo seja uma atividade frágil e acredito mesmo que será o primeiro setor de atividade a retomar os níveis pré-pandemia. As pessoas estão sedentas de viajar e de voltar a poder experienciar sensações. Vários indicadores revelam que uma das coisas que as pessoas sentem mais falta é de viajar, de retomar esta liberdade que a pandemia lhes roubou. Aliás em crises anteriores o setor do turismo foi sempre dos primeiros a recuperar e dos que mais rapidamente ultrapassou as dificuldades. Não acredito que desta vez seja diferente!

Quais têm vindo a ser os maiores desafios da unidade Castro Marim Golfe & Country Club, face à crise que se instalou no último ano?
Sem dúvida o maior desafio foi ter que encerrar e todas as consequências que estão subjacentes. Não só pela questão económica que foi duríssima, mas também a parte emocional de ver um empreendimento totalmente deserto misturado com um sentimento de impotência! Em função desta realidade, temos de resistir, ultrapassar as dificuldades e manter o foco e a motivação para darmos a volta por cima.

Tem em conta os inúmeros colaboradores que tornam, diariamente, o sonho Castro Marim Golfe & Country Club real, de que forma, nesta fase complexa, foi realizada a gestão dos mesmos?
Não foi fácil! No início da pandemia, em março de 2020, procuramos resistir ao lay-off mas foi inevitável a partir do encerramento total do empreendimento. Mantivemos apenas os serviços mínimos em todos os setores, sendo que no campo de golfe foi um pouco mais difícil já que a relva não para de crescer e tivemos que fazer sempre a sua manutenção. Depois passámos à retoma progressiva e esperamos muito em breve voltar a estar a 100%.

Recentemente, Portugal entrou na “lista verde” de países para onde os britânicos podem viajar, a partir de 17 de maio, sem restrições tão exigentes. Que relevância e magnitude trará esta mudança ao turismo nacional?
A entrada de Portugal na “lista verde” do Reino Unido dá-nos muita esperança na retoma do setor. Em particular no Algarve, os Britânicos, têm um peso enorme e é sem dúvida uma excelente notícia! E espero que marque o início da retoma do setor! Mas quanto a esta matéria gostaria de destacar o exemplo dado pelos portugueses e o enorme trabalho dos nossos profissionais e da estratégia nacional! Fomos pioneiros em criar mecanismos como o selo “clean &safe” que dão confiança aos turistas que nos visitam, fazemos promoção e ações de boas-vindas como a do Turismo do Algarve no passado dia 17/05 no Aeroporto de Faro. Tenho pena que às vezes não valorizemos tanto aquilo em somos realmente muito bons!