“A HRV tem evoluído graças aos Parceiros, Clientes, Fornecedores e à Resiliência dos nossos Colaboradores”

A HRV iniciou o seu caminho em 1981 como fabricante de peças simples para as fábricas de alimentos compostos para animais. 40 anos depois – com um portefólio de soluções mais completo - a par dos clientes, fornecedores e parceiros, a marca evolui no mercado português, angolano e brasileiro, devido ao seu know-how característico e resiliência comprovada em tempos mais controversos. Pedro Veríssimo, Administrador da empresa, contou à Revista Pontos de Vista, entre outros assuntos, as ambições que se esperam para o ano que agora começa.

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O Grupo HRV conta já com quase 40 anos de existência e sabemos que tem vindo cada vez mais a afirmar-se no mercado fruto de todo o know-how e competências adquiridas. Como descreve a evolução da marca nos setores onde atua? Qual o segredo para tamanho sucesso?
A HRV tem evoluído graças aos parceiros, clientes, fornecedores e à resiliência dos nossos colaboradores. A exigência dos nossos clientes, as soluções apresentadas pelos nossos fornecedores e a nossa equipa técnica têm sido os pilares da nossa evolução. Esta exigência dos clientes implicou a viajar pelo mundo a conhecer diversas realidades, a visitar muitas feiras e congressos para nos mantermos atualizados na melhor solução tecnológica a apresentar. As parcerias feitas com os fornecedores obrigam-nos a investimento contínuo em maquinaria, materiais, know-how, em métodos e processos produtivos.

Dentro do mesmo grupo foram concebidas outras duas empresas: a HRV Elétrica S.A e a VERISTEEL Laser S.A. Quais os motivos que fomentaram esta criação?
A HRV Elétrica foi criada para permitir à HRV (Processo) fornecer a solução completa. Já fazíamos a parte do desenvolvimento tecnológico (Projeto) já fazíamos a parte da construção e montagem mecânica de máquinas (Engenharia), faltava-nos a componente elétrica das mesmas. Assim os clientes possuem um só correspondente, uma só interface, caminho muito mais simples e fácil, não só na componente projeto, como na própria montagem e assemblagem, como no start-up e claramente um serviço muito mais integrado e mais eficiente no pós-venda e assistências técnicas. Tenha a máquina/linha de processo uma avaria, o cliente fala com um interlocutor HRV, que tem assim a capacidade e know-how de dar resposta, de saber definir se avaria mecânica, se avaria elétrica. A HRV Elétrica permite-nos também, dentro de portas desenvolver, testar, otimizar os equipamentos e ou processos de fabrico. Na HRV Elétrica já fazemos o desenvolvimento de Softwares de produção, verdadeiros “Big Brothers” no setor industrial, que permitem não só aos empresários de obter deles todas as informações para custeio de operações,
como permite aos operadores fabris perceber e otimizar a produção com a finalidade de um funcionamento de excelência. A VERISTEEL (Corte Laser) autonomia, excelência nos produtos e facilidade nas assemblagens.
Autonomia, pois partimos de chapas em aço e paramos na montagem integral de um a linha de processo. Controlamos melhor os custos e gerimos melhor as prioridades sem estar a depender de fornecimento desse serviço de terceiros.

Tendo sido 2021 um ano bastante atribulado quer na vida profissional, bem como na vida pessoal de toda a sociedade, como é que enquanto “empresa familiar” lidaram com a pandemia? Que aspetos negativos esta acarretou? E positivos?
“Esquecemos” os objetivos financeiros (lucro) e mantivemos os objetivos estruturais e de postura anteriormente deliberada. Dois anos de pandemia, em Portugal com projetos Agroindustriais a serem cancelados ou adiados, projetos cancelados em Angola e no Brasil, objetivos financeiros de manter a empresa a laborar. Tivemos de investir em meios humanos, para dar resposta à maior solicitação para reparações de equipamentos (que devido à pandemia os clientes não substituíram por novos). Capacitámos as empresas com mais meios informáticos para ser possível o teletrabalho. Investimentos nas instalações, criando mais e melhores gabinetes, para que todos os gabinetes fossem separados e arejados. Investimentos em formação. Investimos em reorganização.  O confinamento permitiu-nos ter mais tempo para pensar a empresa internamente. Com a ajuda de um parceiro (com experiência relevante na área) delineámos um novo modelo de gestão, cuja implementação está atualmente a ser finalizada. Em resumo, na HRV aproveitámos este período para dar mais alguns passos na melhoria de processos internos.
Estávamos a meio de uma transição acionista de pais para filhos. Tudo está assim a ser feito e mantido.

Acredita que promover constantemente um espírito de resiliência nos colaboradores, faz com as empresas estejam mais bem preparadas para lidar com eventuais imprevistos? Neste sentido, de que forma é motivado este conceito no seio do Grupo HRV?
É uma característica cuja importância tem sido relevada no âmbito da pandemia, e bem. Mais do que nunca, o espírito de equipa foi essencial. Nesse campo, a gestão de equipas e a comunicação entre as mesmas ganhou uma especial relevância. Percebemos que a multidisciplinaridade que cultivávamos nos trouxe vantagens; e que o equilíbrio entre experiência e a jovialidade das equipas permitiu, por exemplo, a rápida adaptação às novas formas de trabalho. Resiliência nos colaboradores, com o incentivo à formação, com a procura de melhoria de meios de proteção e segurança e ambiente do trabalho, com a criação de alguns eventos festivos. Foi criado um Departamento de Recursos Humanos, com uma colaboradora afeta exclusivamente aos assuntos relacionados com os colaboradores. Para além das funções mais administrativas considerou-se relevante atuar na gestão do clima organizacional e motivar as equipas. Com uma pessoa responsável de RH sempre presente, disponível, interventiva e a servir de elo de ligação com a Administração. Com a tentativa de também dar as melhores “ferramentas” de trabalho (sejam um torno de CNC, seja o melhor Software/Hardware, entre outras). Ter assim melhores profissionais e garantir a saúde e bem-estar de cada um dos nossos colaboradores.

Foi uma marca que começou com produção de peças metálicas e de alimento composto para animais, mas hoje em dia já produz também “pellets” de biomassa, o que nos leva a afirmar que é uma empresa multifuncional. Assim, o que podemos esperar do Grupo HRV em 2022?
A HRV iniciou em 1981 como fabricante de peças simples, de desgaste, para as fábricas de alimentos compostos para animais (vulgo fábricas de rações). Hoje, além de fábricas completas para alimentos compostos para animais (Ração Gado, Ração PET, Ração Peixe), instalámos também fábricas completas de transformação de biomassa, unidades completas de produção de fertilizante, composto orgânico e projetos completos para a indústria química em alguns setores.

Quais as perspetivas que o Pedro Veríssimo tem para o próximo ano enquanto Administrador de uma empresa desta dimensão?
Grupo de empresas pequeno, de 80 pessoas, enquanto administrador e responsável comercial, gostaria de no próximo ano terminar todas estas alterações estruturais e financeiras e conseguir retomar os mercados, o Nacional, o Angolano e o Brasileiro. Gostaria de ver os valores das matérias-primas estáveis, sejam os cereais e a biomassa para que os nossos clientes possam fazer uma gestão longo prazo e investimentos de longo prazo, sejam das matérias-primas ferro, componentes, para que a HRV possa conseguir orçamentação convenientemente.