Início Atualidade “Gostaria de um dia ser Lembrada como uma Pessoa que passou Fazendo o Bem”

“Gostaria de um dia ser Lembrada como uma Pessoa que passou Fazendo o Bem”

0
“Gostaria de um dia ser Lembrada como uma Pessoa que passou Fazendo o Bem”

A Carla Galrão desempenha, atualmente, diversas atividades: é Engenheira Zootécnica na Casa Galrão, Presidente da Junta de Freguesia e Presidente da Direção de uma Associação de Bombeiros Voluntários e da Direção de uma IPSS. Para começar, de que forma, áreas tão distintas, lhe despertam tamanho interesse?
A minha entrada na política autárquica e no dirigismo associativo tem acontecido de forma natural e quase espontânea. É comum que a passagem pelo associativismo nos venha aproximar da vida autárquica, na medida em que, a entrega das pessoas às associações, demonstra a sua disponibilidade para o serviço publico, e, comigo tem sido assim. Sou uma cidadã disponível para cumprir com os meus deveres de participação na sociedade, com um grande envolvimento na vida autárquica e associativa local e uma enorme vontade de fazer por aqueles que todos os dias fazem por nós. Tanto a autarquia, quanto a IPSS e a Associação de Bombeiros Voluntários têm em comum o facto de fazerem parte das forças vivas da minha terra, a Malveira, e por isso a minha total entrega as estas causas.

Sabemos que tem trabalhado, ao longo dos anos, como voluntária em várias organizações. Porquê o voluntariado? Em que medida, uma atividade onde se dá sem esperar nada em troca, preenche o seu coração?
Poder servir de forma voluntária a comunidade a que pertenço, é um privilégio muito grande, que faço com muito empenho e com uma enorme força de vontade, procurando dar o meu melhor numa missão, muitas vezes, exigente, mas que também me permite uma aprendizagem continua pela constante interação com as pessoas, as instituições e as causas que as movem, o que muito contribui para a minha realização e o meu desenvolvimento pessoal e que, igualmente, muito me preenche enquanto cidadã e enquanto pessoa.

Além disso, pertence à Casa Galrão há 25 anos. Quão gratificante é, em todas as vertentes – enquanto pessoa, mulher e profissional – integrar uma empresa com mais de 75 anos no mercado?
Trabalhar numa empresa familiar que já vai na sua terceira geração, não tem sido sempre fácil, no entanto, volvidos estes anos, tenho hoje a certeza de que a minha presença na Casa Galrão foi fundamental para ultrapassar um dos períodos mais difíceis da sua existência, o que é para mim muito gratificante enquanto pessoa, mulher e profissional e que também me tem merecido o reconhecimento de todos os que, igualmente, muito têm feito por esta empresa.

A Casa Galrão fabrica e comercializa rações simples para aves (pássaros e pombos) e animais de grande porte (cavalos, bovinos, ovinos, suínos e roedores), no entanto, é nas rações para os pombos-correio que se diferencia. Sendo uma das empresas mais icónicas da Malveira, como nos pode descrever a evolução da mesma até aos dias de hoje?
Quando foi fundada, a Casa Galrão tinha como atividade principal o comercio de sementes, adubos e agroquímicos. Uns anos mais tarde, esta empresa depara-se com a necessidade de adaptar a oferta de mercadoria à evolução do mercado e a uma nova realidade na procura por parte dos clientes e consumidores, o que levou a que tivesse de expandir a sua atividade, neste caso, para a produção e comércio de acessórios e rações para animais. Desde então, é nas rações para os pombos-correio que a marca “Galrão“ se distingue no mercado nacional e internacional, principalmente, num dos lotes das várias misturas de sementes criadas por António Luís Galrão, já falecido, filho do fundador da casa e pessoa muito reconhecida no mundo da columbofilia. Foi ele quem criou a primeira ração para pombos-correio no país, uma mistura de sementes que cedo teve sucesso no setor e que ainda hoje consegue manter a sua exclusividade.

A pedra basilar da Casa Galrão é o bom nome criado pelas gerações da família que a fundou. Podemos afirmar que a coesão familiar, aliada à inovação, são fatores determinantes no reconhecimento da marca? De que forma tem vindo a desenvolver e a inovar os produtos ao longo dos tempos, adequando-os às transformações do mercado?
O bom nome da Casa e o reconhecimento da marca “Galrão” deve-se, fundamentalmente, à visão e empenho do seu fundador e das duas gerações da família que se lhe seguiram, pelo enorme trabalho que desenvolveram ao longo dos anos e que permitiu o crescimento da empresa, a inovação na produção e no comércio de produtos no ramo da agricultura e da criação de animais, a integração e adaptação às transformações do mercado, a consolidação da marca pela qualidade dos produtos fabricados e o consequente reconhecimento da empresa ao nível nacional e internacional.

Como já mencionado, a Carla Galrão é Engenheira Zootécnica desta empresa, tendo, por isso, um papel importante na atividade da mesma. Neste sentido, quais têm vindo a ser as suas grandes prioridades?
As minhas principais prioridades enquanto profissional com formação na área da produção agropecuária, colaboradora da empresa e membro da família, é, sem dúvida, a manutenção do bom nome criado pelos que me antecederam e, para tal, procuro contribuir com o meu trabalho, estando diariamente ao lado dos que continuam a fazer pela estabilidade desta empresa. Ciente de que não se avizinham tempos fáceis, penso que a exigência de uma gestão adequada ao momento e às circunstâncias da atualidade e um cada vez maior controle na qualidade dos produtos comercializados e dos serviços prestados aos clientes, será o caminho para a continuação do sucesso desta casa.

Sendo uma mulher com um espírito dinâmico elevado, com certeza terá ainda desejos por concretizar. O que é que falta ainda alcançar? Qual a marca que gostaria de deixar em todas as vertentes que têm a sorte de a abranger?
Neste momento, o que eu gostava e não estou a conseguir, era ter tempo para continuar a minha vida académica, uma vez que considero que o conhecimento é algo que, na nossa vida, nunca está terminado. Há sempre algo mais a alcançar, assim haja vontade e nos surjam oportunidades. Na empresa, na IPSS, nos Bombeiros Voluntários e na Junta de Freguesia, gostaria de um dia ser lembrada como uma pessoa que passou fazendo o bem, marcando de forma positiva a vida destas entidades e das pessoas com quem nelas me cruzei.