“A cada um dos Intervenientes, nesta rede alargada de sucesso, estou grato pelo seu Compromisso com a nossa Missão”

É já longa a “estrada” percorrida pelo CENFIM - Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica, ou seja, são 38 anos a marcar a diferença no domínio da Formação Profissional e muito mais. Dizemos muito mais, pois o CENFIM assume-se como um player de prestígio e reconhecimento em muitas outras áreas, promovendo um serviço ímpar e de excelência na valorização profissional dos recursos humanos do Setor Metalúrgico, Metalomecânico e Eletromecânico.

Data:

São 13 os núcleos pertencentes ao CENFIM e são os mesmos que perpetuam esse legado de compromisso com as Pessoas e as Empresas em Portugal, consolidando as suas metodologias inovadoras de Formação, permitindo uma resposta personalizada e coletiva, assente num modelo flexível, autónomo e qualificante.
Manuel Grilo, Diretor Nacional do CENFIM – Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica, é o principal rosto deste projeto e sabe que o mesmo representa, diariamente, inúmeros desafios, que têm sido ultrapassados, mesmo face a diversos obstáculos que vão surgindo e são inevitáveis. Saiba mais de uma marca com 38 anos de história e que é hoje o reflexo de como um parceiro de excelência perpetua um passado, um presente e um futuro de competência, dedicação e empenho.

O CENFIM – Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica é um centro protocolar de âmbito nacional, que promove a formação, orientação e valorização profissional deste setor. Muito perto da comemoração dos 38 anos de história, como analisa a evolução do projeto até ao momento?
O crescimento de Portugal esteve, e estará, sempre, diretamente ligado à qualificação dos seus Recursos Humanos, dotando-os de conhecimento técnico para assegurar o melhor desempenho profissional, num clima de estabilidade. Nesse caminho o CENFIM tem procurado estar na vanguarda, e por isso a sua história não se dissocia da própria história da evolução da Indústria e do Trabalho em Portugal.
Ao longo destes 38 anos acompanhámos os avanços tecnológicos, as alterações estratégicas, geográficas, sociais e políticas, internas e externas, e a evolução das Empresas, com o grande objetivo de garantir a integração, com sucesso, dos fatores que lhes permitiam crescer.
Nos momentos de crise, independentemente da origem, criámos parcerias que permitissem sustentar a economia portuguesa e reinventámos novas respostas que pudessem trazer novas oportunidades no âmbito da formação e da qualificação dos Recursos Humanos e isso permite-nos a ousadia de afirmar que somos uma referência na evolução das características do Trabalho, em Portugal.
O setor metalúrgico e metalomecânico é hoje o principal motor da economia portuguesa, e aquele que mais contribui para o PIB e para as exportações nacionais, e, para essa performance, o CENFIM tem tido um papel fundamental. A aposta do setor na formação profissional foi vital para o “milagre económico” que esta indústria personificou.

Ao longo dos tempos, o CENFIM tem providenciado uma formação focada no cliente e orientada para o mercado. Quais diria que são os fatores diferenciadores desta formação e que a têm elevado ao topo do reconhecimento nacional?
O CENFIM foi criado pela Indústria e trabalha para a Indústria, ou seja, tem de facto a sua atividade focada no cliente.
Para potenciar esse foco, tem uma metodologia diferenciadora que engloba cumulativamente o foco na estratégia e o foco na abordagem pedagógica.
Para consumar esta estratégia, o nosso modelo assenta num conjunto de fases operacionais que se inicia no Diagnóstico, centrado nos perfis profissionais, possível através do contacto continuo e direto com as empresas, ou através de abordagens mais sistemáticas, como por exemplo o Levantamento de Necessidades de Formação que realizamos a cada dois anos.
A Conceção da nossa resposta formativa, norteada pelo Diagnóstico, permite apresentar um Planeamento baseado num modelo flexível e orientado para as necessidades do cliente, através de abordagens pedagógicas animadas pela Pedagogia do Êxito, na qual o Formando é o protagonista e o Formador o orientador pedagógico, procurando assim reforçar um modelo operacional de Formação assente em Resultados de Aprendizagem, e uma Avaliação focada na reflexão sobre os resultados e competências adquiridos.
Deste modo conseguimos ter uma oferta orientada para as Empresas, seja de catálogo ou desenhada à medida das suas necessidades específicas, uma oferta orientada para jovens, através do sistema de Aprendizagem, apostando numa mão de obra qualificada para o setor, e uma oferta orientada para adultos, ativos ou desempregados, reforçando o conceito de aprendizagem ao longo da vida, ou a sua reconversão e reintegração profissional, sempre com o foco no mercado.
E esta será a razão para os nossos índices de empregabilidade se situarem acima dos 95%.

Além disso, o CENFIM tem vindo a desenvolver a sua atividade, através de 13 Núcleos de Formação localizados em diversos pontos do país, o que gera um contacto próximo e ativo com mais empresas do setor. Quão importante é, para o sucesso da formação da marca, este estreito relacionamento com o setor?
No nosso setor, de forte matriz tecnológica, sabemos que por mais que introduzamos as novas ferramentas e dimensões digitais que podem e devem promover aprendizagens à distância, estas nunca poderão afastar-nos completamente do chão de fábrica, onde operamos e ensinamos os nossos formandos a trabalhar com os equipamentos e as técnicas que as empresas utilizam. Para nós, hoje, como desde a nossa origem, não faz sentido a edificação centralizada da nossa resposta, por exemplo nas grandes cidades, se isso nos afasta das zonas industriais onde a população ativa se encontra. A estratégia foi compreensível, irmos para perto dos beneficiários da nossa atividade, em cada região, e onde somos precisos.
Ora, este nosso posicionamento descentralizado, criteriosamente desenhado para servir as zonas de maior intensidade de empresas do sector, trouxe-nos a proximidade física com as pessoas e com as empresas. Desta vizinhança nasceu uma relação de proximidade, de contacto contínuo, de conhecimento mútuo e de confiança. E desta forma, cada um dos nossos Núcleos de Formação acabou por fazer parte do eco sistema social, empresarial e profissional dessas regiões, herdando as suas características específicas.
Quando olhamos para alguns dos nossos Núcleos reconheceremos neles envolvimento nas diversas atividades técnicas do ciclo de fabrico da produção de moldes, por exemplo. Se olharmos para outros Núcleos descortinaremos outras ‘personalidades’, aqueles que estão mais investidos na automação e manutenção pelas características do tecido industrial da região, ou aqueles que dentro da resposta ampla que todos estão aptos a dar, se especializaram na refrigeração e climatização, ou em energias renováveis. Isto para dizer que, embora todos os Núcleos estejam preparados para responder a todos os perfis profissionais, a verdade é que quando olhamos para cada Núcleo, a forma como fez evoluir o seu quadro técnico e pedagógico, as áreas com mais expressão na sua atividade, vemos incorporadas características distintas, e que nascem dessa fortíssima cumplicidade com o tecido industrial da região.
Mas a proximidade é apenas um dos vetores da diferença, pois outro vetor relevante, é a confiança e qualidade dos restantes intervenientes numa rede alargada de trabalho.
A rede local, e nacional, constituída por cada um dos nossos 13 Núcleos, com uma forte interação com os demais agentes, sejam as autarquias, as CIM, Centros de Emprego, Associações Empresarias, os agentes do desporto e demais forças vivas locais.
A rede tecnológica, integrando diversos polos tecnológicos e clusters, parcerias com diversas universidades e politécnicos, a nível nacional e internacional.
A rede pedagógica, pelas relações de proximidade com o IEFP e com a ANQEP, a presença no Conselho Setorial de Qualificação do setor, e pela participação ativa em fóruns de entidades supranacionais como é o caso do CEDEFOP e OCDE.
A rede institucional, pela relação direta com o Ministério do Trabalho e o Ministério da Educação.
A rede formal, em sede do seu protocolo com as associações, AIMMAP e ANEME e o IEFP.
E a rede da acreditação e certificações, da sua Formação, seja por ser uma entidade certificada no âmbito da Responsabilidade Social, dos Recursos Humanos, da Gestão Ambiental, do Sistema de Gestão da Qualidade e da Segurança e Saúde Ocupacional, e pelas suas acreditações, Autodesk, DGEG (TIM II e TIM III), IEP/EDP, ATB-EWF/IIW, ANACOM (ITED/ITUR), bem como Centro Qualifica.
Esta estratégia de trabalho em rede, de que muito nos orgulhamos, e que estamos certos ser o caminho para responder de forma mais pronta e eficaz às necessidades das empresas e às expectativas das populações, é de facto um vetor altamente diferenciador.

Cumulativamente, todo o trabalho do CENFIM resulta de uma aposta firme num elevado know-how técnico, tecnológico e técnico-pedagógico em todos os domínios do processo formativo, numa perspetiva de inovação. Em que medida a inovação tem sido um pilar essencial no crescimento da empresa?
Este tem sido sempre o caminho do CENFIM desde a sua origem.
Esta forte ligação ao «planeta» industrial é o vínculo, a fonte de motivação para uma procura contínua na atualização de competências técnicas e uma permanente readaptação dos nossos métodos e currículos de formação, de modo a podermos acompanhar e apoiar as empresas nos desafios e expetativas de cada época da sua evolução. A inovação é, por isso, algo que habita o nosso dia a dia desde a nossa origem, e resulta deste olhar para as expetativas dos nossos formandos, mas também para as necessidades das empresas do sector que os irá integrar na vida profissional.
Esta aposta contínua na inovação do CENFIM, tem-se refletido em todos os pilares de competência da nossa atividade, e em particular no domínio técnico e pedagógico. As dinâmicas dessa inovação têm seguido dois caminhos. O processo incremental, que resulta do nosso esforço de desenvolvimento no dia-a-dia nas nossas diversas unidades orgânicas, com impacto mais global, e um processo mais disruptivo que assenta em esforços mais concentrados num período limitado de tempo, em perseguição de objetivos bem definidos. Este segundo modo, que traduz uma forte tradição e prática na gestão da inovação por projetos no CENFIM, tem áreas de impacto mais pequenas, mas é mais tumultuoso. E isso é fundamental para criar saudáveis linhas de mudança e obrigar-nos a sair das nossas áreas de conforto.
Sejam quais forem os planos onde ela se verifica, a inovação, seja técnica ou pedagógica, faz parte do ADN do CENFIM. No seu cerne está uma contínua insatisfação, o saber que podemos fazer melhor.

Observando a Indústria Metalúrgica e Metalomecânica, de que forma a marca tem acompanhado a inovação que hoje se sente em todos os campos de atividade? Neste sentido, quais diria que são os grandes desafios do setor?
A tecnologia muda todos os dias e o CENFIM tem sabido reinventar os modelos de formação para preparar as pessoas para essa constante evolução. Essa resposta absorve modelos pedagógicos inovadores a que temos estado atentos e particularmente ativos na sua implementação, mas também o envolvimento possível com as tecnologias industriais emergentes.
São incontornáveis os inúmeros desafios que o METAL PORTUGAL terá de enfrentar no futuro próximo, muitos deles que a pandemia veio acelerar ao acentuar tendências que vinham a ser anunciadas desde há mais de 10 anos.
É absolutamente premente que a indústria metalúrgica e metalomecânica se mantenha na vanguarda da dupla transição, digital e energética.
A competitividade e a criação de melhores condições de trabalho dependem fortemente da transição digital da economia nacional, particularmente da indústria transformadora.
O nosso setor tem vantagens competitivas que marcam a diferença em qualquer parte do mundo, como a enorme versatilidade, capacidade de adaptação e de customizar a oferta, produzir em pequenas séries, enorme qualidade e incorporação tecnológica.
Temos de estar preparados para não perder as nossas vantagens competitivas e isso só será possível se tivermos os melhores instrumentos digitais e se acompanharmos este fenómeno com a mesma competência e celeridade que as demais economias. Um processo de digitalização que não deve centrar-se apenas na evolução tecnológica, mas também, e particularmente, na evolução dos recursos humanos.
Se formos capazes de formar as pessoas neste admirável mundo novo, podemos tornar a nossa economia e as nossas empresas mais competitivas e, ao mesmo tempo, tornar a nossa sociedade mais justa e sustentável.
Atualmente, a formação à medida e ao longo da vida tem um peso significativo para o aumento dessa competitividade e da capacidade de a economia nacional criar riqueza. A dupla transição digital e energética, implica enormes exigências ao nível dos processos e métodos de formação, exigências essas que norteiam toda a atividade do CENFIM.
Finalmente, o setor depara-se há vários anos com um enorme desafio que promete manter-se no futuro próximo, uma necessidade absoluta de contratar trabalhadores, mas não encontra resposta no mercado de trabalho.
Com efeito, a nossa indústria não tem o reconhecimento social proporcional ao nível de excelência tecnológica e contribuição para o PIB nacional que caraterizam o METAL PORTUGAL.
É urgente encontrar uma resposta para este problema, sob pena de comprometer este setor de importância incontornável. Seja através da adoção de medidas sociais que sejam um estímulo para que a população ativa queira trabalhar neste setor, ou de um conjunto de medidas que potenciem e valorizem a formação profissional e a requalificação/ formação ao longo da vida, aumentando a atratividade da indústria, particularmente nas camadas mais jovens da população.

Certo é, o CENFIM assume, diariamente, uma posição convicta de responsabilidade social. A nível interno, o que é imprescindível para pertencer a esta equipa e de que forma a mesma tem impulsionado valor acrescentado no mercado?
É com um sentimento misto de honra, orgulho e grande satisfação que somos certificados no referencial NP 4469-1, Responsabilidade Social, desde 2015.
O CENFIM gere a sua equipa sob os princípios de responsabilidade social e da conciliação entre a vida profissional, pessoal e familiar, valorizando a gestão centrada nas pessoas, no talento e na liderança ética, envolvendo todos os níveis hierárquicos para a consubstanciação de uma cultura organizacional equitativa, motivadora e inclusiva, nomeadamente quanto à integração e desenvolvimento das pessoas e à prevenção dos diversos desafios, à estabilidade do ambiente de trabalho.
A equipa CENFIM ao afirmar a responsabilidade social e ao assumir voluntariamente compromissos que vão para além dos requisitos reguladores convencionais a que, de qualquer forma, estaríamos sempre vinculados,  procura elevar o grau de exigência das normas relacionadas com o desenvolvimento social, a proteção ambiental e o respeito dos direitos fundamentais e adotar uma governação aberta em que se conciliam os interesses de diversas partes, numa abordagem global da qualidade e do desenvolvimento sustentável.

O CENFIM tem quase 38 anos de crescimento bem-sucedido. Enquanto Diretor Geral da marca, que mensagem gostaria de deixar a todos os intervenientes que, de uma maneira ou de outra, contribuíram para este sucesso?
A cada um dos intervenientes, nesta rede alargada de sucesso, estou grato pelo seu compromisso com a nossa Missão, sabendo que os contributos de cada um fizeram esta história e que sem eles não estaríamos a comemorar 38 anos!
Às Empresas do setor que têm confiado no CENFIM como parceiro do seu crescimento e que dessa forma nos motivam a fazer mais e melhor, representadas pelas suas associações, o meu Obrigado.
Por fim, uma palavra de agradecimento aos que dentro do CENFIM, a nossa equipa, têm entregue toda a sua competência e empenho, ao longo dos anos, para fazer do sonho inicial esta história consistente e com futuro.

Partilhar

Revista Digital

Revista Pontos de Vista Edição 130

Popular

Mais Artigos deste tipo

“Ganhei clareza no meu propósito actual: Empoderar outras Mulheres”

Como advogada em prática individual, gostaríamos de começar por...

“Sonho e desejo a Mentanalysis como um espaço-tempo de crescimento”

Para começar, gostaríamos de conhecer um pouco mais da...