Greenpeace afirma que viagens de comboio na UE devem ser mais baratas do que as de avião

A União Europeia (UE) deve tornar as viagens de comboio mais acessíveis do que os voos, no âmbito da luta contra as alterações climáticas, defende a organização não-governamental (ONG) ambientalista Greenpeace.

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Segundo um estudo divulgado pela Greenpeace e emitido pela Lusa, as viagens de longo curso de comboio são, em média, duas vezes mais caras do que as dos aviões, com algumas rotas a custarem até 30 vezes mais do que um bilhete numa transportadora aérea de baixo custo.

A ONG denuncia que os caminhos-de-ferro estão a ser “minados” por condições de concorrência favoráveis às companhias aéreas e apresenta propostas para tornar o transporte ferroviário mais atrativo, “numa altura em que a Europa enfrenta vagas de calor e incêndios florestais e o tráfego aéreo se debate com atrasos e cancelamentos maciços”.

Na maioria (79 em 112) das rotas analisadas pela Greenpeace na UE, os voos são mais baratos do que o comboio, sendo as viagens ferroviárias, em média, duas vezes mais caras do que as de avião, sendo que o impacto climático global do voo pode ser mais de 80 vezes pior do que o do comboio.

Das 23 que são mais baratas, apenas metade têm boas ligações, com as restantes a terem más ou lentas ligações de comboio.

A emissão de “bilhetes climáticos” – títulos de transporte válidos em todos os meios de transporte públicos num país ou numa região definida, incluindo viagens transfronteiriças -, juntamente com a eliminação gradual dos subsídios às companhias aéreas e aos aeroportos, são soluções previstas pela Greenpeace, não só para que os consumidores troquem o avião, mas também o automóvel, pelo comboio, um modo de viajar muito menos poluente.

A redução ou isenção do IVA nos bilhetes de comboio é outra proposta da ONG, bem como a criação de tarifas para famílias e tarifas sociais para passageiros de baixos rendimentos.

A aviação, segundo o relatório, é um dos setores mais prejudiciais para o clima e mais injustos do mundo, dado que afeta todo o planeta, apesar de envolver apenas 1% da população mundial, sendo ainda a que mais cresce, como fonte de emissões de gases com efeito de estufa, entre os transportes.

A Greenpeace analisou ligações de comboio e de avião em 24 Estados-membros, incluindo Portugal, bem como na Noruega, Suíça e Reino Unido.

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